Intervenção de Tiago Raposo, primeiro candidato por Faro

Os baixos salários, a precariedade levada ao extremo, a sazonalidade que existe na região, traduz-se numa situação insustentável

Apresentação pública do 1º Candidato da CDU por Faro

Camaradas e amigos

Como todos sabem, estamos a arrancar para uma importante batalha política que será decisiva para o presente e para o futuro da nossa região e do nosso País. A situação que vivemos é diferente daquela que se vivia em Portugal antes das eleições legislativas de 2015. PSD e CDS foram afastados do poder. Com a acção decisiva da CDU, travou-se a política de desastre nacional que estava em curso, iniciou-se um percurso de reposição de direitos e rendimentos com impacto na vida do Povo português e na situação económica do País.

Valorizamos todos e cada um desses avanços, da eliminação dos cortes salariais, o aumento nas reformas, da reposição dos feriados, à distribuição de manuais escolares gratuitos, da reposição do subsídio de Natal, ao do alívio no IRS dos trabalhadores, a uma maior taxação das empresas com lucros superiores a 35 milhões de euros. Cada avanço conquistado, teve que se confrontar com as resistências e mesmo a oposição do governo PS e só a luta dos trabalhadores e a força do PCP e da CDU é que permitiram alcançar medidas que um governo do PS com as mãos livres, nunca concretizaria. Se a vida e a situação de muitos portugueses mudou, tal deve-se ao facto do PCP, do Partido Ecologista os Verdes, da CDU nunca terem desistido de lutar por um País melhor.

Os últimos quatro anos provam a importância decisiva do reforço da CDU para o futuro da região e do país. Na Assembleia da República, a CDU não tinha só por si força para aprovar tudo o que era necessário, nem para travar tudo o que era negativo. Mas, articulada com a luta dos trabalhadores e das populações, a força da CDU foi decisiva em todos os avanços alcançados nesta legislatura, muitos deles arrancados a ferros ao Governo do PS, que não os queria concretizar e que em muitos casos até teve a sua oposição.

Mas se valorizamos os avanços, não podemos esquecer que os problemas estruturais do País, não encontram resposta na continuação da política de direita de PS, PSD e CDS. Veja-se a situação no serviço nacional de saúde, nos hospitais e centros de saúde do Algarve, e verifique-se a falta de profissionais, as longas listas de espera, a ausência de resposta aos problemas das pessoas. Olhe-se para a falta de investimento na linha do Algarve, na Estrada Nacional 125, nos portos algarvios e conclua-se que a submissão ao défice e a ausência de investimento público são o desastre nos serviços públicos da Região e são a marca clara deste governo do PS.

Nos últimos anos, a taxa de desemprego diminuiu no Algarve travando uma sangria de imigração que já não se via desde os tempos do fascismo. Mas os baixos salários, a precariedade levada ao extremo, a sazonalidade que existe na região, traduz-se numa situação insustentável que pode vir a ser agravada se PS, PSD e CDS concretizarem as alterações ao código do trabalho que estão já na Assembleia da República. Camaradas, é a prova provada que no que toca, às questões laborais e ao ataque aos trabalhadores, aqui está o PS de mão dada com o PSD e CDS.

Uma região como a nossa, que tem condições magníficas para o Turismo, mas que não pode continuar a viver só e apenas disso. A actividade produtiva tem sido completamente desprezada ao longo dos anos, quando o Algarve tem história e potencialidades nas pescas, na agricultura e até na indústria.

O grande incêndio de Monchique do ano passado, é apenas e só, mais uma trágica demonstração de uma política que desertifica o território, destrói a agricultura familiar e as florestas, ameaça o meio ambiente.

É também por isto, que a CDU se bate por uma política diferente, uma política patriótica e de esquerda, uma política que defenda os interesses nacionais, que aumente a produção nacional, uma política que defenda o trabalho e os trabalhadores, que assegure a melhoria dos serviços públicos, que diminua as desigualdades e combata as injustiças e a corrupção.

Uma política para fazer o País avançar, em vez de ficar parado, ou andar para trás. É tudo isso que está em jogo nas próximas eleições legislativas. Avançar, com mais força à CDU, ou andar para trás.

Camaradas e amigos

As eleições que temos no horizonte são de uma grande e decisiva importância. São a grande oportunidade para que os democratas e patriotas, para que todos os que aspiram a uma vida melhor, expressem a vontade de pôr o País avançar, dando mais força à CDU e impedir e derrotar os projectos daqueles que querem fazer o País andar para trás!

Falo-vos enquanto primeiro candidato da CDU nas próximas eleições para a Assembleia da República. Um desafio colocado pelo meu Partido que assumi de corpo inteiro, com a consciência das exigências da tarefa, mas também com a confiança de que no PCP, e na CDU, é a força do nosso colectivo que é determinante. E camaradas, não tenhamos dúvidas, só contando com todos e cada um, dos camaradas, activistas e amigos da CDU, é que iremos construir o resultado necessário à Região e ao País, é, portanto, um trabalho de todos e para todos.

A responsabilidade é naturalmente grande. O camarada Paulo Sá, tem desenvolvido ao longo dos últimos oito anos um trabalho notável no parlamento e na região. Pela sua intervenção pública, pelo trabalho, honestidade e competência demonstrados, é um deputado que prestigia o PCP e a CDU e que mostra, por mais campanhas que queiram fazer contra o PCP, que os Partidos não são todos iguais. Se há aspecto a ressaltar é que depois da eleição de um deputado da CDU em 2011, os problemas, as aspirações, as lutas dos trabalhadores e das populações do Algarve, passaram a ter voz lá na Assembleia da República.

É essa voz, que precisamos de continuar a ter, contribuindo para reforçar a CDU, consolidar e assegurar a eleição de um deputado da CDU pelo Algarve.

Prestaremos contas neste mês de Julho, nas cidades de Lagos e Olhão, do trabalho realizado pelo Grupo Parlamentar do PCP na região do Algarve ao longo de toda a legislatura. É uma intervenção que não teme comparações. Mais de 400 visitas e encontros com diversas entidades e estruturas, centenas de perguntas ao Governo sobre problemas concretos da Região.

Mas os eleitos da CDU, em particular o deputado eleito pelo Algarve, não se limitaram a acompanhar problemas, apresentaram também dezenas de propostas e iniciativas, de soluções para os problemas existentes. Fizemos mais do que todos os outros juntos e não fizemos mais do que aquilo que era a nossa obrigação.

É a esse trabalho que queremos dar continuidade. Daqui relembramos, que o que se vai decidir nas eleições legislativas de Outubro, é da composição futura da Assembleia da República. Não há, nem nunca houve, eleições para Primeiro Ministro, aquilo que se decide é da eleição de 230 deputados, nove dos quais pelo Algarve.

Por isso, vamos para este combate eleitoral, muito determinados a construir um resultado que garanta aos portugueses que o que se conseguiu nesta legislatura de reposição, conquista de direitos e rendimentos não volte para trás e se avance decididamente na elevação das condições de vida dos trabalhadores e do povo.

Vamos convictos de que todos os caminhos do reforço da CDU estão em aberto e com a confiança que nos dá a consciência do dever cumprido nesta legislatura que agora termina.

Vamos com a confiança no trabalho realizado e confiança que é, e será possível avançar.

Aqui estamos de cabeça erguida a dizer aos trabalhadores e ao povo do Algarve que podem continuar a contar com a CDU, para defender os seus direitos e interesses.

Aqui estamos reafirmando que podem contar sempre com a CDU, com esta força que precisamos de fortalecer com mais votos, porque o Algarve precisa de ter na Assembleia da República quem os defenda e quem conte para afirmação e concretização de um projecto verdadeiramente alternativo para Portugal!

Partimos para estas Eleições para a Assembleia da República determinados a confirmar e alargar a nossa influência e representação, animados e impulsionados pela consigna – avançar é preciso, mais força à CDU!