Defender a Agricultura Familiar e o Mundo Rural

Defender a Agricultura Familiar e o Mundo Rural

A política de direita e a imposição da Política Agrícola Comum da União Europeia em Portugal, a pretexto da competitividade e da produção em escala, liberalizou os mercados agrícolas, insistindo nos apoios desligados da produção, no fim das quotas e dos instrumentos de regulação, de que são exemplos o leite ou o vinho, deixando um mundo rural mais empobrecido e desertificado.

  • destruição de mais de 400 mil explorações (em 1986 havia 90 mil produtores de leite, em 2018 menos de 6 mil);
  • 550 mil empregos perdidos;
  • Aumento das áreas de pastagens permanentes, em detrimento das áreas cultivadas;
  • Aumento da área média das explorações para mais do dobro;
  • Aumento da dependência alimentar externa;
  • O PIB agrícola desceu de cerca 8% para 2,5%;
  • Apoios milionários para um número limitado de grandes proprietários agrícolas;

Situações de sucesso empresarial não iludem que, para a pequena e média agricultura, as dificuldades mantêm-se e mesmo se aprofundaram!

Jornada de Luta
Jornada de Luta
Jornada de Luta

Defender a soberania alimentar é vital!

Principais défices alimentares

Carnes e miudezas824 milhões de euros

Cereais704 milhões de euros

Sementes e frutos oleaginosos564 milhões de euros

Frutas113 milhões de euros

O défice da balança agro-alimentar continua em valores inaceitáveis

3000 milhões de euros

Ao contrário das teses que nos dizem que o país é pobrezinho, que não pode produzir o que é preciso para alimentar o povo português, a vida vem provando que, com as políticas adequadas, é possível produzir mais e substituir importações por produção nacional.

Atenção!

O Governo minoritário do PS, a pretexto de defender o ambiente, aprovou a intenção de reduzir a produção de bovinos em 30%!

Diz o Governo que é mais barato comprar no estrangeiro do que produzir em Portugal. Foi esta teoria que nos trouxe até aqui.

O que é preciso é defender a Produção Nacional!

Incêncios

Dimensão Brutal dos Incêndios Florestais é consequência da política de direita!

Ainda estão bem vivas as imagens de destruição provocadas pelos incêndios florestais de 2017 e 2018. Vidas perdidas. Centenas de milhar de hectares de floresta queimados. Milhares de explorações agrícolas e pecuárias atingidas. Centenas de empresas e milhares de empregos afectados. Destruição de biodiversidade de valor incalculável.

Décadas de desprezo pelo mundo rural e de deliberada destruição da pequena e média agricultura foram responsáveis pelo abandono que está na origem destes fenómenos.

O Governo PS procurou afastar responsabilidades em vez de tomar as medidas de fundo que se impunham! O PCP bateu-se para que os pequenos agricultores sejam tratados como vítimas e não como culpados!

É preciso lembrar!

PSD e CDS, com a maior sem-vergonha, tentam hoje apagar o rasto de destruição que deixaram no país! Mas foram o PSD e CDS que:

  • Destruíram a Casa do Douro;
  • Aprovaram a Lei-roubo dos Baldios;
  • Obrigaram os pequenos agricultores a colectar-se para vender meia dúzia de ovos ou um ramo de salsa;
  • Desviaram 150 milhões de euros da PAC da Floresta para o apoio ao grande agro-negócio;
  • Aprovaram a Lei da Eucaliptização.
  • Aceitaram (com o PS) o fim das quotas leiteiras, com as graves consequência para a produção nacional.
Jornada de Luta

Com a CDUAvançámosnos direitos e rendimentos

Depois de derrotado o Governo PSD/CDS os últimos anos da vida política nacional, por iniciativa do PCP e pela luta dos agricultores, garantiram resultados para melhorar a vida dos pequenos e médios agricultores, mesmo contra a vontade do Governo PS!

  • Desconto de 6 cêntimos no preço do Gasóleo Agrícola, até 2000 litros;
  • Nova Lei dos Baldios defendendo a propriedade comunitária;
  • Estatuto da Agricultura Familiar, consagrando direitos que agora têm de ser concretizados;
  • Recuperação da Casa do Douro como propriedade de todos os viticultores durienses;
  • Alteração do Regime da Arborização (RJAR) para travar o crescimento da área de Eucalipto;
  • Aumento do valor do Regime do Pagamento Único em 20%, para 600€;
  • Introdução do pagamento redistributivo que valoriza os primeiros 5ha;
  • Aumento do investimento na floresta;
  • Decisão de criação de 200 equipas de Sapadores Florestais;
  • Decisão de reconstituição do corpo de guardas florestais;
  • Aumento das ajudas simplificadas nos incêndios de 1000€ para 5000€.
Mais avanços

PCP na Assembleia da República

Um trabalho ímpar em defesa da agricultura nacional!

Os deputados eleitos pela CDU assumiram a defesa intransigente dos interesses da pequena e média agricultura, da agricultura familiar.

Fizeram 188 perguntas ao Governo. Apresentaram 63 Projectos de Resolução, 38 dos quais foram aprovados.

É preciso dar mais força aos que defendem os interesses nacionais e a agricultura familiar.

Balanço do trabalho parlamentar
Jerónimo de Sousa

A defesa do mundo rural e da pequena e média agricultura exigem outra política. Uma política patriótica e de esquerda que assuma como central a defesa da produção nacional e defina a agricultura familiar como pilar essencial para concretizar esse objectivo.

Uma política que garanta:

  • Escoamento da produção a preços justos, a começar pela aquisição, pelos serviços do Estado, de produtos nacionais e pela promoção dos mercados de circuitos curtos;
  • Medidas de apoio à agricultura familiar com a implementação prática do seu Estatuto, no plano fiscal e no apoio a investimentos;
  • Processos simples para a legalização deexplorações pecuárias, pequenas queijarias,espaços de produção de compotas e outras;
  • Redução dos custos de produção – combustíveis,pesticidas, sementes, adubos;
  • Defesa do direito ao livre uso das sementes,rejeitando a sua privatização;
  • Investimentos públicos em estruturas de apoio;
  • Valorização das raças autóctones e reforço dosLaboratórios e Centros de Experimentação doEstado, garantindo serviços de extensão rural, eos meios humanos e técnicos do Ministério daAgricultura;
  • Garantia do acesso à terra a quem a queiraproduzir, e à água, que combata o absentismodos grandes proprietários e promova oemparcelamento nas zonas de minifúndio, com autilização da terra disponível;
  • Assegurar a propriedade nacional da terra regada,designadamente em Alqueva;
  • Combate à ditadura dos gigantes da grandedistribuição, fiscalizando as importações;
  • Defender uma Reforma da PAC que:
    • Defenda a soberania alimentar de cada paíse cada povo;
    • Assegure o equilíbrio e a justiça das ajudasentre países, produções, produtores e regiões;
    • Assegure ajudas ligadas à produção e preferencialmente para a agricultura familiar;
    • Garanta a regulação dos mercados,designadamente com a reposição das quotasleiteiras e os direitos de plantação da vinha.

Uma política que não é só necessária mas é também possível, pela iniciativa da CDU e pela acção, intervenção e luta dos agricultores, dos trabalhadores e do povo Português!