CDU - Coligação Democrática Unitária - PCP-PEV | Eleições Autárquicas 2017
Contagem terminada

Câmara Municipal

4

Mandatos

11448(33.27%)

Votos

Assembleia Municipal

10

Mandatos

11490(33.52%)

Votos

Assembleias de Freguesia

20

Mandatos

11943(34.83%)

Votos

Câmara Municipal

Sofia Martins

43 Anos. Engenheira Civil

PCP

Assembleia Municipal

Carlos Humberto

66 Anos. Funcionário político

PCP

Disponibilidade para crescer e ir mais longe no Barreiro

Entrevista a Sofia Martins

O Barreiro tornou-se multicultural, desenvolvido e aberto ao futuro. Para a CDU, a maior riqueza deste concelho são as pessoas e o que elas criam.

Quem é Sofia Martins? Fala-nos um pouco do teu percurso pessoal e político.

Cresci no Barreiro ao longo dos meus 43 anos, conheço bem a sua vida, as suas dinâmicas, a cultura das suas gentes. Foi aqui que brinquei, que fui à escola até à faculdade, que namorei, que casei, que escolhi criar os meus dois filhos. Participo desde sempre na sua vida cultural e associativa. Nos movimentos estudantis ou como dirigente do Cineclube do Barreiro.

Sou militante do PCP desde 1992, tendo participado também activamente na JCP.

Em 1993 fui eleita pela primeira vez para a Assembleia Municipal (AM) onde estive oito anos, interrompidos em 2001 pela doença da minha mãe. Em 2005 integrei o executivo da Câmara Municipal do Barreiro na equipa liderada pelo Carlos Humberto Carvalho, assumindo, a partir 2009, a vice-presidência.

Sou uma pessoa comum que tem tentado sempre, com muito empenho, envolver-se na construção do futuro da sua comunidade.

Esta tarefa que te colocaram foi mais fácil de aceitar tendo em conta o processo de continuidade do projecto da CDU para o concelho?

Conheço muito bem o diagnóstico dos problemas e as soluções, mas também todas as virtudes do nosso território e os passos que teremos de dar para projectá-las no futuro. Mas, e isso é talvez o mais importante, adquiri a capacidade de reconhecer que não há processos encerrados e diagnósticos absolutos. Que é necessário reflectir permanentemente sobre cada tema, com uma imensa disponibilidade para crescer e ir mais longe.

Continuar a trabalhar com Carlos Humberto, agora cabeça de lista à Assembleia Municipal, dá-te mais confiança?

Claro que sim. O Carlos, pela sua experiência, conhecimento e sensatez, continuará a dar um importante contributo no processo de desenvolvimento do Barreiro. A sua candidatura para a AM permite que continue a trabalhar activamente neste projecto, representando uma mais-valia para a vida do nosso concelho.

Que ambiente se vive em torno da CDU?

Muito positivo! A população reconhece o nosso trabalho. Reconhecem a nossa capacidade de construir com todos, o nosso envolvimento nas questões estratégicas e nos problemas do dia-a-dia. Reconhecem o nosso trabalho nas áreas sociais e nos serviços públicos. Reconhecem que somos quem está em melhores condições de representar o Barreiro.

Nos últimos meses, tens realizado um contacto muito próximo com as pessoas, trabalhadores, instituições, movimento associativo, comerciantes, comunidade educativa, etc. Esta é uma forma de trabalho que vais manter?

As pessoas têm um lugar central no nosso projecto. É relevante saber ouvi-las, saber estar próximo delas. Mais importante, é preciso estar disponível para ser influenciado por elas. Por isso o construir lugares de participação efectiva de todos, para discutir os projectos estratégicos, mas também para discutir questões mais simples do quotidiano do município, é um dos nossos objectivos principais. Para isso existem ferramentas essenciais a reforçar, como a informação e a comunicação, que postas ao serviço dos cidadãos podem contribuir em muito para fortalecer a participação das populações. Bem como a abertura e aproximação dos serviços municipais, estando mais presentes no dia-a-dia das pessoas e tendo-as sempre presentes na sua actividade.

Que problemas e sugestões te colocaram, por exemplo, os trabalhadores da autarquia?

Tenho, em virtude do meu trabalho nestes anos, um relacionamento de grande proximidade com os trabalhadores e reconheço que existem insuficiências de meios que ainda carecem de ser colmatadas, mas os problemas maiores são claramente o envelhecimento da estrutura, principalmente no sector mais operacional, e a desvalorização profissional dos trabalhadores. E muito embora tenhamos um papel reivindicativo junto da tutela, estas matérias têm de ser resolvidas com medidas estruturais por parte do Governo.

A ausência de contratação durante anos, por restrições no Orçamento do Estado, e as dificuldades de contratação pelos baixos salários praticados nas carreiras operacionais, têm conduzido a um aumento da idade média dos trabalhadores da autarquia ou em alguns casos a concursos para recrutamento quase vazios, o que nos cria muitas dificuldades na resposta dos serviços, assim como a desvalorização das carreiras profissionais, que tem trazido um quadro de profunda injustiça para todos os trabalhadores.

Num balanço ao actual mandato, que obras e acções merecem ser destacadas?

Não tendo espaço para valorizar tudo, opto por realçar o trabalho de grande profundidade nas questões do património. Graças à situação financeira mais estável do município, foi possível adquirir a Quinta do Braamcamp e o moinho de maré grande e a sua caldeira. Isto abrirá portas a uma valorização deste património, ímpar na região metropolitana de Lisboa. Mas falo também da classificação de Alburrica como sítio de interesse municipal, nos passos dados para a classificação do património industrial e ferroviário ou na criação do espaço memória. São passos seguros que nos ajudarão no futuro a trabalhar o património como uma expressão maior da identidade do nosso concelho.

Mas podia falar do investimento significativo no saneamento, que tem sido um dos maiores contributos para o usufruto dos nossos rios, Tejo e Coina. Ou do investimento igualmente significativo no parque escolar, contributo para uma escola pública de qualidade.

Não posso deixar de ressaltar o investimento que aprovámos recentemente no valor de 18 milhões para renovação total da nossa frota de autocarros. Mesmo com dificuldades, o Barreiro continua a ser o concelho do País onde o transporte público é mais utilizado do que o transporte particular. Os Transportes Colectivos do Barreiro são uma marca da nossa terra.

Como foi sentido, no Barreiro, o ataque ao Poder Local perpetrado por sucessivos governos?

No Barreiro existe uma relação forte, que advém ainda das comissões de moradores, entre as comunidades e os seus territórios. E essas comunidades sentem que a sua participação na vida do concelho ficou dificultada com a reforma administrativa do território. E mais do que a gestão do dia-a-dia, que não é a mesma certamente com uma área territorial maior, a maior perda é o afastamento e a perda de influência das populações nos órgãos do Poder Local.

O que é preciso fazer para que o concelho do Barreiro volte a ser um pólo de actividade económica e industrial?

A autarquia, na sua intervenção, tomará todas as medidas que facilitem e ajudem a implantar actividades económicas que reforcem o emprego.

Esse é um caminho que temos feito ao longo destes anos e que vamos reforçar no futuro. Mas não nos enganemos, para que haja um investimento capaz de alavancar o desenvolvimento económico do Barreiro e da região são necessários investimentos potenciadores por parte do Governo, como o reforço da actividade ferroviária, a Terceira Travessia do Tejo, a ponte Barreiro/Seixal, o Novo Aeroporto de Lisboa ou a ligação ferroviária de Lisboa à Europa com o seu pólo de manutenção no Barreiro. O terminal multimodal, construído de forma integrada com a cidade será também uma alavanca importante para o desenvolvimento de actividade económica nos territórios da ex-Cuf/Quimigal.

Para podermos ir mais longe, o nosso caminho tem de ser de diálogo permanente com os decisores nacionais, tendo como premissa a defesa intransigente das populações.

Que outras áreas e projectos merecerão maior atenção no próximo mandato?

As áreas da cultura e desporto são necessariamente uma aposta, pelo seu papel na vida das pessoas. De igual modo, o investimento nos serviços públicos, muitas vezes invisível, tem uma relevância na qualidade de vida das pessoas.

As matérias da regeneração urbana, da requalificação das frentes ribeirinhas ou da mobilidade serão aspectos determinantes no nosso trabalho futuro.

Resolver os problemas concretos da população

Depoimento de Carlos Humberto , Presidente da Câmara Municipal do Barreiro

Encaramos a gestão do Poder Local pela CDU como um importante contributo para a resolução dos problemas concretos da população, para o desenvolvimento do concelho e freguesias, para ajudar na valorização das nossas concepções políticas ideológicas e de classe, para prestigiar a CDU, o PCP e o PEV e criar melhores condições para prosseguir a luta por uma sociedade diferente e mais justa.

A nossa forma de exercer o poder na CMB foi e é de proximidade, envolvendo a população. Foi e é democracia, participação, cidadania. Foi e é assumir que não sabemos tudo, que necessitamos de contar com as opiniões dos outros, dos seus saberes, sentimentos e sensibilidades.

Esforçámo-nos. Temos construído assim o nosso trabalho. Não nos arrependemos.

Sempre considerámos os trabalhadores do Poder Local no Barreiro como parte integrante do projecto político que tínhamos para o concelho. Batalhámos, conjuntamente com os trabalhadores, para recuperar direitos retirados, como a reposição das 35 horas de horário de trabalho semanal.

Acabámos com os contratos de trabalho a prazo. Quando chegámos à CMB, havia 112 trabalhadores nestas condições. Hoje, não há nenhum. Iniciámos a admissão de trabalhadores para as áreas operacionais, após a perda forçada de mais de 200 trabalhadores.

Quando assumimos a presidência da CMB a situação financeira era calamitosa. Fomos «segurando o barco» e resolvendo os problemas, reduzindo o endividamento global do município (nos últimos quatro anos, até final de 2016, a dívida do município diminuiu 10 milhões 240 mil 308 euros, sendo que, quando assumimos a presidência da CMB, em 2005, o prazo médio de pagamentos era 125 dias e em Junho de 2016 era de 26 dias).

Defendemos a descentralização para as freguesias como uma construção entre CMB-juntas. Procurámos fazê-la com realismo e com os meios para ser exercida. 

A nossa estratégia de desenvolvimento passou e passa por trabalharmos para o Barreiro como uma centralidade do ARS e da AML – um território próspero inclusivo e sustentável, social, económica e ambientalmente resiliente, suportada em quatro pilares de desenvolvimento:

1. Económico

Posicionar o Barreiro na economia do conhecimento, assumindo como domínios chave os seres humanos e a sua capacitação, a investigação e o desenvolvimento, o tecido produtivo local e a localização geográfica do Barreiro.

2. Social

Construção de uma sociedade mais equitativa no acesso aos serviços e bens públicos, maiores níveis de inclusão social e oferta de condições que promovam um quadro de vida qualificado para nascer, crescer e envelhecer.

3. Ambiental

Criação de qualidade ambiental ímpar, assente na valorização do ambiente urbano, na preservação dos recursos e no aumento da eficiência na utilização dos recursos.

4. Cultural

Valorização da cultura, da criatividade e do associativismo como dimensão essencial para o modelo de desenvolvimento. 

Intervenções importantes

Assim, destacamos algumas intervenções importantes que já requalificaram o concelho, bem como outras em desenvolvimento e preparação:

– Cerca de 98 por cento das águas residuais domésticas (esgotos) estão a ser tratadas. A qualidade da água é permanentemente monitorizada, atingindo valores superiores a 99 por cento.

– Classificámos o Sítio de Alburrica e do Mexilhoeiro e seu património moageiro ambiental e paisagístico como interesse municipal e estamos a desenvolver processos de classificação do património industrial e ex-Cuf/Quimigal e ferroviário;

– Interviemos para abrir o território da Baía do Tejo à cidade;

– Interviemos na zona ribeirinha;

– Requalificámos e reforçámos o Barreiro centro;

– Programámos e executámos um plano global de Repavimentações que, só em 2018, abrangerá mais de 40 arruamentos no concelho;

– Interviemos nas infra-estruturas de mobilidade;

– Requalificámos, particularmente, a Cidade Sol/Quinta da Mina;

– Interviemos permanentemente junto das AUGIs;

– Interviemos e estamos a intervir nas escolas do 1.º Ciclo do Ensino Básico (Joaquim Rita Seixas, Penalva, Escola 3, Fidalguinhos, Escola 8, e muitas outras);

– Somos um dos poucos concelhos que tem um sistema de transportes próprio e com maior mobilidade no País em que a utilização do transporte colectivo é maior do que o individual, e temos prevista uma renovação integral da frota dos TCB;

– Temos uma muito intensa intervenção cultural, desportiva, lúdica, em que o movimento associativo tem um papel de grande dinamismo, em que a acção social está presente;

– Temos uma acção permanente para que a administração central concretize os projectos localizados no concelho, fundamentais para a região e para o país: Terminal de Contentores do Barreiro, Terceira Travessia do Tejo, Ponte Barreiro-Seixal, prolongamento do Metro Sul do Tejo, entre outras.