CDU - Coligação Democrática Unitária - PCP-PEV | Eleições Autárquicas 2017
Contagem terminada

Câmara Municipal

4

Mandatos

2956(46.82%)

Votos

Maioria CDU

Assembleia Municipal

10

Mandatos

2849(45.12%)

Votos

Assembleias de Freguesia

21

Mandatos

3048(48.27%)

Votos

Maiorias CDU: 3

Freguesias de Maioria CDU

  • São Martinho
  • Comporta
  • Santa Maria do Castelo e Santiago e Santa Susana

Câmara Municipal

Vítor Proença

60 Anos. Gestor de Comunicação

PCP

Assembleia Municipal

Maria Antónia Mendes

67 Anos. Técnica Superior

PCP

Novo PDM prioriza emprego e produção biológica

Entrevista a Vítor Proença, Presidente da Câmara Municipal de Alcácer do Sal

Em quatro anos, a CDU mudou a face de Alcácer do Sal, que é hoje novamente um concelho vivo e com potencialidades imensas de desenvolvimento. Quem o garante é Vítor Proença, presidente da Câmara Municipal e candidato da CDU a um novo mandato, que sublinhou ao Avante! o muito que foi feito e o caminho traçado para o futuro.

Que Alcácer do Sal é que a CDU encontrou quando, em 2013, retomou a maioria na Câmara Municipal, após oito anos de gestão PS?

Em primeiro lugar, Alcácer do Sal parecia um estaleiro, com cercas de arame ao longo de todo o rio. Os turistas quase não podiam cá entrar e as pessoas estavam condicionadas na sua mobilidade. Em resultado disto, o comércio definhou. Ao mesmo tempo, encontrámos uma Câmara profundamente desorganizada, com um milhão de euros de dívida «escondida» e grandes problemas urbanísticos. Aliás, o ex-presidente da Câmara Municipal e uma antiga vereadora estão constituídos arguidos pelo DIAP de Setúbal precisamente por irregularidades urbanísticas graves...

Como é que a CDU se assumiu perante esta situação?

Dissemos que Alcácer tinha vida e que era necessária uma mudança e as pessoas acreditaram no projecto da CDU. Após as eleições, avançámos de imediato na criação de novas dinâmicas, o que deu origem a uma actividade intensíssima das associações, que passaram a ter mais apoios por parte da Câmara Municipal, e à criação de novas associações. Paralelamente, apostámos no cinema, no teatro, nos eventos culturais e no lançamento de projectos, ao mesmo tempo que garantimos quase dez milhões de euros de financiamentos comunitários, a verba mais elevada de que o município alguma vez dispôs. Iniciámos ainda a revisão do Plano Director Municipal (PDM). 

Do que foi realizado nos últimos quatro anos o que destacarias?

Fizemos o centro de educação pré-escolar mais moderno do País, um equipamento novo, moderno, onde as crianças, as educadoras e as auxiliares se sentem bem. Juntamente com as juntas de freguesia, demos uma grande atenção à actividade física das populações, instalando 50 aparelhos geriátricos nas aldeias e bairros, ao mesmo tempo que pintámos todo o património e igrejas do concelho e construímos cinco novos parques infantis. Privilegiámos as zonas onde não havia quase nada. O concelho de Alcácer do Sal é, em termos geográficos, o segundo maior do País, com um território muito vasto... 

Requalificámos ainda a Estrada Municipal para Casebres, renovámos redes de água e esgotos e construímos uma nova ETAR em Rio de Moinhos. Sabíamos que estas últimas obras não teriam financiamento comunitário, mas avançámos na mesma por estarem em causa os superiores interesses da saúde e segurança das populações. 

Dá para perceber que há muitas obras e projectos em curso...

Em 2018, será inaugurado o novo Museu Pedro Nunes – grande matemático nascido em Alcácer do Sal no início do século XVI. É um projecto construído de raiz, que vai ter um forte componente de novas tecnologias e realidade aumentada. 

Em breve teremos as muralhas do Castelo iluminadas, assim como as igrejas de Alcácer e do Torrão. O concelho é atravessado por duas grandes vias, a A2 e o IC1, e precisa de ganhar ainda maior notoriedade e de chamar mais a atenção. É o que pretendemos com a iluminação do património. Ao nível do desenvolvimento económico, há novos projectos hoteleiros em marcha – em Alcácer, no Torrão e na Comporta – e, só neste mandato, instalaram-se 20 novos projectos agro-alimentares. Neste período, aumentou enormemente a procura ao nível da restauração, graças à aposta fortíssima do município no «marketing territorial» e na promoção externa. 

Todas estas obras e projectos que referiste estavam previstas no compromisso eleitoral da CDU ou foi-se para além dele?

Fomos claramente para lá do compromisso eleitoral que apresentámos. Por exemplo, quanto ao PDM, o que nos comprometíamos a fazer era iniciar o processo de revisão, mas entretanto vamos concluí-lo até final do mandato. 

Ao concreto, de que consta a revisão do PDM?

O actual Plano Director Municipal é de 1994 e o que estamos a preparar tem desde logo em conta todas alterações socio-económicos verificadas e procura adaptar-se às realidades actuais, assumindo uma componente estratégica que aposta em primeiro lugar na criação de emprego e na atracção de investimento, ou seja, no desenvolvimento económico. Alcácer do Sal tem tido uma evolução demográfica preocupante, perdeu muita população, e com o novo PDM fazemos uma aposta fortíssima na inversão desta tendência. Mas também tem novidades, ao ser o primeiro PDM do País a consagrar a obrigatoriedade de culturas biológicas em áreas agro-silvo-pastoris abrangidas pela Rede Natura 2000 e que foram afectadas pelo nemátodo do pinheiro. É uma área enormíssima disponível para isto... 

Quais as prioridades da CDU para o próximo mandato?

Há muitas, desde logo uma grande aposta no rio como fonte de vida e de cultura, com as vertentes panorâmica e turística, da vida ao longo do rio, das caminhadas e dos passeios, da avifauna... Estamos a tratar da candidatura da música filarmónica (fortíssima em Alcácer do Sal) a património mundial da UNESCO e pretendemos continuar a olhar de frente o movimento associativo e a apoiá-lo nas suas dinâmicas. Ao mesmo tempo, daremos, com os agrupamentos de escolas, uma atenção particular ao sucesso escolar, uma questão com profundas raízes socio-económicas e que é um dos grandes problemas do nosso concelho. Estratégica é, também, a continuada aposta no turismo e na promoção externa, procurando atrair investimentos em áreas como os serviços, o turismo e alojamento e na produção agro-alimentar. 

E ao nível de obras propriamente ditas, o que será privilegiado?

Vamos continuar as obras na frente ribeirinha dando especial prioridade a dois grandes projectos: a zona ribeirinha nascente, onde se situa o actual parque de feiras, e que já tem fundos comunitários garantidos, e a requalificação total do interface de transportes, na área envolvente à Praça de Touros e que é actualmente em terra batida. As instalações operativas dos funcionários serão igualmente alvo de intervenção, pois os meios actuais estão muito limitados, naquela que é outra pesada herança que recebemos. Já resolvemos algumas questões, mas estamos longe de ter resolvido tudo...