CDU - Coligação Democrática Unitária - PCP-PEV | Eleições Autárquicas 2017
Contagem terminada

Câmara Municipal

3

Mandatos

6284(37.61%)

Votos

Assembleia Municipal

9

Mandatos

6137(36.72%)

Votos

Assembleias de Freguesia

48

Mandatos

6541(39.13%)

Votos

Maiorias CDU: 6

Freguesias de Maioria CDU

  • Baleizão
  • Cabeça Gorda
  • Nossa Senhora das Neves
  • Santa Clara de Louredo
  • Salvada e Quintos
  • Santa Vitória e Mombeja

Câmara Municipal

João Rocha

66 Anos. Engenheiro Técnico Mecânico de Produção

PCP

Assembleia Municipal

João Dias

44 Anos. Enfermeiro

PCP

«Temos boas oportunidades de andar para a frente em várias áreas»

Entrevista a João Rocha, presidente da Câmara Municipal de Beja

Perto do final do seu primeiro mandato como presidente da Câmara Municipal de Beja, João Rocha valoriza o muito que foi feito em termos de recuperação financeira, planeamento, investimento e ligação à população e suas associações, realçando que há muito ainda por fazer e que o Estado tem que investir na região.

A CDU recuperou em 2013 a maioria na Câmara Municipal de Beja após quatro anos de gestão PS. Qual era situação quando o novo executivo iniciou funções?
A primeira coisa que este executivo encontrou quando chegou à Câmara foi uma equipa que conhecia os problemas da cidade e do concelho e que tinha vontade de os resolver. Mas encontrámos uma situação financeira negativa, que não dava credibilidade à Câmara, pois esta enfrentava sérias dificuldades de endividamento junto de muitas empresas. Havia fornecedores a quem se pagava a quatro meses. Hoje, pagamos quase a pronto, a cerca de 15 dias. Nestes anos conseguimos reduzir muito a dívida do município. 

Para além da resolução da situação financeira, que outras questões motivaram a intervenção urgente do executivo?
Beja é um centro importante no Alentejo e a Câmara Municipal tem que assumir um papel de liderança no processo de desenvolvimento. Preocupámo-nos muito com o planeamento, não só da cidade mas do concelho como um todo, e começámos precisamente por aí. Em qualquer concelho tem que haver uma estratégia para que se saiba para onde se caminha e se caminhe para onde se quer. Temos, em variadíssimas áreas, boas possibilidades de andar para a frente. 

Que áreas são essas?
A agricultura, o património, o centro histórico... Nós temos um projecto para o centro histórico, um roteiro, o museu regional, o património todo cuidado. Havia, também aqui, muito a fazer e neste momento estamos a trabalhar na requalificação e ampliação do nosso património. Adquirimos vários edifícios e estamos a requalificar outros. Ao mesmo tempo, procurámos reforçar a nossa ligação aos proprietários para que reabilitem as suas habitações através de apoios relacionados com o IMI ou outros. Com o incremento do turismo podem surgir novos negócios nas áreas do artesanato, das artes e ofícios tradicionais, da restauração... 

Mas relativamente ao centro histórico não é só de turismo que falamos...
Evidentemente que falar do centro histórico não é só falar de turismo, mas também de cultura. E para nós, investir na cultura é isso mesmo, investir. Não entendo os que cortam na cultura como se esta fosse um gasto... A promoção do centro histórico destina-se também à população. Dizia-se muito que as pessoas de Beja não saíam e que estavam desligadas do que se passava na cidade e no concelho, mas agora temos muitas vezes as praças e as ruas cheias em eventos como a passagem de ano, o Beja na Rua – que decorre entre 16 de Junho e 15 de Julho e de cujo programa musical fazem parte, entre outros, Ney Matogrosso e Emir Kusturica (n.d.r.) –, o Beja Romana... Enfim, há um conjunto de iniciativas, iniciadas neste mandato, que trouxeram as pessoas uma vez mais às ruas da cidade. Mas tanto no desenvolvimento local como na cultura, a nossa ideia é não apenas fazer com que as pessoas vão aos eventos mas que participem verdadeiramente neles.

Como se faz isso? Através do movimento associativo?
A ligação com o movimento associativo é essencial. E não me refiro apenas à questão dos apoios financeiros – e nós aumentámos esses apoios! – mas sobretudo a criar condições para que ele funcione e se desenvolva. O movimento associativo é uma massa de gente que trabalha voluntariamente e isso merece respeito. Há um movimento associativo com bastante peso aqui em Beja e que é importante no desenvolvimento da terra. Beja, neste aspecto, é uma terra rica.

Outra prioridade que assumimos desde o início foi a melhoria da relação da Câmara com as instituições do concelho. A Câmara por si só não resolve tudo, mas todos em conjunto resolveremos. Esta é uma perspectiva que valorizamos muito. 

Falar de movimento associativo é também falar de desporto. Nesta área, o que destacas?
Estamos a investir cerca de um milhão de euros no parque desportivo. No Complexo Desportivo Fernando Mamede estamos a construir mais um campo relvado e vamos requalificar os outros, e estamos também a fazer novos balneários. Neste momento está igualmente em projecto um novo Pavilhão Desportivo Municipal. Apresentámos diversas candidaturas ao Portugal 2020 [fundos comunitários], mas não ficámos à espera e fomos avançando com as obras necessárias... 

Obras, aliás, que são visíveis um pouco por todo o concelho...
Adquirimos uma central de massas (máquina de produção de asfalto) e estamos a asfaltar diversas ruas e bairros. Fizemos um caminho municipal e até ao fim do mandato contamos fazer mais dois ou três. Como é evidente, não temos possibilidades de fazer tudo, mas queremos apostar na administração directa, ou seja, sermos nós próprios a fazer o trabalho, pois assim é mais fácil resolver os problemas das pessoas. Temos trabalhadores e eles devem ser vistos como um contributo para o desenvolvimento do concelho. 

As questões do desenvolvimento local e regional continuam a ser determinantes no projecto da CDU. Já falamos do turismo, mas há outras matérias...
Beja tem futuro e quando digo isto abarco muita coisa. Os campos ninguém os levou, sempre cá estiveram. Não houve foi políticas que os aproveitassem. E não me refiro apenas à Câmara, como é evidente... Da nossa parte, estamos a criar condições para fixar investimento. Acelerámos a criação de uma zona industrial para que aí se instalem agro-indústrias.

O projecto de Alqueva – e não nos podemos esquecer de quem tanto lutou por ele – produziu uma grande transformação na região. A chegada da água aos campos permitiria que essas indústrias se fixassem. Mas para tal seria necessária uma política central que tivesse isto em conta, até por uma questão de equilíbrio do País entre o litoral e o interior... 

A margem de acção do município tem limites...
O País tem que ser solidário. Beja deve ser a única capital de distrito que não é servida por uma autoestrada e o comboio directo para Lisboa também acabou. E também temos aqui um aeroporto. Há muitas possibilidades que não estão aproveitadas. Também nas chamadas questões sociais temos investido muito, nomeadamente na reabilitação e requalificação da habitação social e nos seus espaços públicos. E podemos contribuir para a criação de emprego e para o aumento da produção nacional.