CDU - Coligação Democrática Unitária - PCP-PEV | Eleições Autárquicas 2017
Contagem terminada

Câmara Municipal

2

Mandatos

742(30.46%)

Votos

Assembleia Municipal

5

Mandatos

804(33.0%)

Votos

Assembleias de Freguesia

10

Mandatos

891(36.56%)

Votos

Câmara Municipal

Júlia Amorim

54 Anos. Professora

PCP

Assembleia Municipal

António Mendes

67 Anos. Aposentado

Independente

Entre o Zêzere e o Tejo Constância com futuro

Entrevista a Júlia Amorim Presidente da Câmara Municipal de Loures

Foste eleita pela primeira vez em 2013. Quais foram os principais desafios que enfrentaste como presidente da Câmara Municipal de Constância?
O principal desafio foi apoiar quem mais precisava numa altura particularmente difícil para as famílias e as empresas. Acho que hoje até há a tendência para esquecer o que foi esse período, o que foi lutar para não permitir o encerramento de serviços públicos, por exemplo. Fizemos também um esforço – e creio que com sucesso – para manter o nível de qualidade e, quando possível, melhorar os serviços [públicos] que nos cabem.

Outras linhas estratégicas foram o aproveitamento e potenciamento dos nossos recursos. Queremos o progresso económico e social de Constância.

Realço, igualmente, a manutenção e até aumento do apoio ao movimento associativo. O estabelecimento de parcerias com as colectividades para programas e iniciativas foi e é determinante para manter vivo e dinâmico o nosso concelho.

Ao nível social a exigência de respostas por parte do município também se acentuou?
Face à política de empobrecimento tivemos de responder às famílias em pobreza crónica, maioritariamente agregados desestruturados, bem como àquelas que enfrentaram a perda de rendimento em resultado do desemprego, do rebaixamento dos salários, etc... Procurámos ajudar, antes de mais, obrigando a Segurança Social a comprometer-se na resolução das carências.

Noutro plano, criámos um gabinete que, de forma discreta, avaliava e mostrava o caminho para superar situações de endividamento.

Ao nível da Educação, não é de hoje que articulamos com as escolas projectos educativos de âmbito extra-curricular (não nos intrometemos em matérias do foro pedagógico). O objectivo é afirmar a identidade local e ocupar os tempos livres com vertentes formativas e lúdicas.

Reforçámos o apoio social no pré-escolar e no 1.º Ciclo. 

Infra-estruturas e equipamentos que tenham sido construídos neste mandato, podes dar exemplos?
Bem, pesem embora os cortes nas transferências para as autarquias, conservámos o funcionamento regular do pavilhão e da piscina municipais, o que já não é pouco considerando o contexto. Mantivemos o preço das aulas na escola de natação, para referir um elemento, porque sabíamos que um aumento podia significar o afastamento de muitos utentes, particularmente crianças, jovens e idosos, que foram as principais vítimas da política de empobrecimento.

Ao arrepio das recomendações da entidade reguladora, em Constância decidimos não aumentar a tarifa da água. Restaurantes e outros pequenos negócios pura e simplesmente encerravam portas se aplicássemos aumentos de cerca de 40 por cento. Foi uma opção política tendo em conta a importância de preservar o tecido económico local e, consequentemente, o emprego.

Por tudo isto foi um mandato muito difícil ao nível da intervenção no território. Contudo, iniciámos um novo centro escolar na Freguesia de Montalvo, que necessitava de um equipamento qualificado na área do ensino. A empresa que ganhou o concurso faliu (fruto da crise), porém a obra está agora bem encaminhada.

Tínhamos igualmente perspectivado a requalificação da frente ribeirinha dos rios Zêzere e Tejo. Trata-se de regenerar zonas que já tinham sido alvo de intervenção, uma vez que fomos dos primeiros municípios a devolver os rios às pessoas, a tornar mais aprazíveis aqueles espaços. Apostámos igualmente na requalificação dos centros históricos.

Estas obras estruturantes que adoptámos podiam hoje ter uma expressão mais visível se o anterior governo não tivesse atrasado a definição e o acesso aos fundos comunitários. O que achávamos que iríamos iniciar há dois anos encontra-se em fase de conclusão dos processos de candidatura a fundos comunitários. 

Que outras obras a CDU se propõe executar no próximo mandato?
Requalificar o saneamento básico em toda a linha e modernizar a ETAR. Criarmos eficiência neste domínio, assim como em relação às perdas de água, são prioridades.

Depois há uma estrada militar que é a única da rede viária que não está arranjada e com condições para circulação pedonal. Vamos trabalhar em conjunto com a tutela para acabar com aquela mancha no concelho. 

No início da entrevista salientaste que uma linha estratégica era o aproveitamento dos recursos existentes. Podes precisar?
Trabalhamos em duas vertentes. Uma é dinamização da zona industrial, a qual planeamos até ampliar. Nos últimos dois anos, um trabalho persistente junto das associações empresariais permitiu-nos ocupar pavilhões que estavam vagos devido a falências de empresas, e vender, a preço simbólico, novos lotes.

Outra vertente é o aproveitamento dos recursos naturais. Temos procurado que a ocupação e usufruto dos rios [Zêzere e Tejo] não se faça somente no Verão. Para tal promovemos uma oferta municipal que suporte o turismo cultural e de natureza. Esforçamo-nos para que as pessoas permaneçam em Constância com coisas para fazer – visitando o Centro de Ciência Viva ou o Borboletário Tropical; percorrendo os percursos interpretativos e temáticos.

Depois existem as Pomonas Camonianas, que vão já na 22.º edição, evento cultural que projecta Camões e envolve toda a comunidade educativa do concelho. Existe a Casa-memória [de Camões], mas a valorização de Camões não pode ser uma atribuição exclusiva da associação que gere a Casa-Memória ou da autarquia. Em Constância estamos a trabalhar, mas valorizar Camões é uma obrigação nacional. Se tal se concretizar, tem de ser com Constância.