CDU - Coligação Democrática Unitária - PCP-PEV | Eleições Autárquicas 2017
Contagem terminada

Câmara Municipal

4

Mandatos

4832(45.5%)

Votos

Maioria CDU

Assembleia Municipal

10

Mandatos

4548(42.82%)

Votos

Assembleias de Freguesia

16

Mandatos

4460(42.01%)

Votos

Maiorias CDU: 2

Freguesias de Maioria CDU

  • Benavente
  • Samora Correia

Câmara Municipal

Carlos Coutinho

54 Anos. Empregado Bancário

PCP

Assembleia Municipal

Irina Batista

38 Anos. Educadora de Infância

PCP

Continuar a merecer a confiança do povo de Benavente

Entrevista a Carlos Coutinho, Presidente da Câmara Municipal de Benavente

Carlos Coutinho, presidente da Câmara de Benavente, acredita que «o voto é uma arma do povo» e espera «continuar a merecer a confiança» da população do concelho, face ao trabalho realizado pela CDU. O candidato apontou como prioridade o desenvolvimento turístico e económico, assim como a regeneração urbana.

Numa recente intervenção pública, destacaste, como negativo, o brutal ataque ao Poder Local desenvolvido pelo anterior governo PSD/CDS. De que forma se concretizou neste concelho?
A acção do governo PSD/CDS traduziu-se não só na diminuição das verbas para as autarquias, mas também através de uma legislação profícua, bastante lesiva para a capacidade dos municípios poderem desenvolver as suas atribuições e competências.

A título de exemplo, nós, durante seis anos, fomos impedidos de contratar novos trabalhadores. Tivemos momentos que foram muito complicados, com equipamentos parados nos estaleiros. 

Relativamente aos cortes nas verbas, de que valores estamos a falar no caso do concelho de Benavente?
Não foram só os cortes directos, mas tudo o que teve a ver com a situação económica do País. Benavente tem uma dependência baixa das transferências da Administração Central. Muitas das nossas receitas são geradas pela actividade que se desenvolve. Mesmo assim, perdemos cerca de três milhões de euros das nossas receitas. 

Na tua opinião, houve uma intenção do anterior governo de restringir a participação popular na gestão da coisa pública?
Com a eliminação de um número tão significativo de freguesias, afastaram claramente dezenas de milhares de pessoas da participação activa da construção da nossa sociedade e da nossa vida colectiva. 

Apesar de todas essas dificuldades, neste mandato foi possível construir ou requalificar um conjunto significativo de infra-estruturas que permitiram melhorar o bem-estar das populações?
Se fizermos um balanço do mandato ele terá que ser positivo. Logo que o Orçamento do Estado de 2016 o permitiu, por influência do PCP, contratámos perto de 80 trabalhadores [a maioria assistentes operacionais], que entraram directamente no quadro.

Depois, numa perspectiva de um concelho com uma dinâmica forte, com presente e futuro, a questão financeira da Câmara é sempre importante. Não temos dívidas e o nosso passivo bancário é de cerca de 500 mil euros.

Outra questão que valorizamos é a responsabilidade de tentar aliviar os impostos. Elegemos o Imposto Municipal sobre Imóveis como medida que devíamos prosseguir. Quando iniciámos o mandato, em 2013, a taxa era de 0,45. Ao fim destes quatro anos passámos para 0,35. Aliviámos significativamente o esforço que era pedido às pessoas. 

Que prioridades se concretizaram?
Este mandato ficará marcado, de alguma forma, pelo o atraso na concretização do Portugal 2020 [sucessor do QREN]. Relativamente à reabilitação urbana, conseguimos concretizar quase oito milhões de euros de fundos perdidos, o que é muito importante para um município da nossa dimensão. Há projectos a decorrer e outros a acontecer, como o Museu Municipal, bibliotecas, espaços verdes, parques.

Também o apoio ao movimento associativo foi uma prioridade para este executivo, uma vez que valorizamos, muito, aquilo que é o trabalho desenvolvido pela nossa gente, ao serviços das colectividades e das associações. Nesta área, estamos a criar melhores condições para a prática desportiva, através da construção de campos de futebol, não apenas nos núcleos urbanos. A reformulação do Parque de Jogos da Morteira, em Samora Correia, e a construção de novos balneários, são disso bom exemplo. 

Que outras medidas aconteceram?
Na área da educação, naquilo que são as nossas competências, do pré-escolar e do primeiro ciclo, desenvolvemos um projecto muito arrojado e ambicioso, que passava por podermos requalificar integralmente o nosso parque escolar. Neste mandato vamos concluir esse objectivo.

Temos ainda consciência do que representa a conservação da rede viária no presente e futuro do nosso concelho. Durante muitos anos, no País, fez-se muito nesta área com o acesso aos fundos comunitários. Agora, fazer a sua manutenção é uma exigência financeira tremenda. Já não existe a possibilidade de recorrer aos fundos comunitários e, portanto, terão que ser os orçamentos municipais a dar resposta a esta situação. Este é o grande problema que vamos ter no futuro. 

O turismo é uma aposta?
Sempre defendemos que o nosso território, pelas suas características, tinha necessariamente que preservar os seus valores ambientais. Não há outro município que tenha para oferecer esta dimensão de floresta, factor que tem que estar associado ao estuário do Tejo e à Companhia das Lezírias.

Recentemente, finalizámos um projecto de valorização e promoção turística do município. Numa primeira iniciativa, elegemos aquilo que são os nossos produtos endógenos: o tomate, com a maior fábrica da Europa de transformação deste produto, e o arroz. Em Maio realizámos uma iniciativa extraordinária, que foi o 1.º Festival do Arroz Carolino das Lezírias Ribatejanas, que tem por objectivo valorizar este produto, introduzi-lo na gastronomia e valorização da restauração, e garantir a sustentabilidade dos orizicultores, que têm já um importante trabalho, nomeadamente com a certificação do arroz carolino. É nesta parceria que também procuramos encontrar a resposta para o futuro e a valorização deste nosso território. 

Que medidas estão a ser tomadas para incentivar o desenvolvimento da economia e a melhoria do emprego?
No concelho de Benavente, o volume de negócios subiu, entre 2013 e 2015, cerca de 20 por cento, as exportações aumentaram 30 por cento e, consequentemente, também o número de postos de trabalho.

A nossa perspectiva é a de potenciar esse crescimento, mas para isso há que concretizar o processo de revisão do Plano Director Municipal (PDM). Um concelho como o nosso não pode estar sujeito a um instrumento de ordenamento do território que data de 1995 e que está completamente desajustado da realidade. Quando for aprovado [o PDM] será uma grande vitória. 

O que pode esperar a população de Benavente nos próximos anos?
Espero que possamos [a CDU] continuar a merecer a confiança do povo. Se assim não acontecer, diria que quem ganhasse as próximas eleições tinha tudo pronto para fazer um brilharete, porque o que está em preparação e no terreno é extraordinário. Benavente será ainda uma terra melhor para se viver.