CDU - Coligação Democrática Unitária - PCP-PEV | Eleições Autárquicas 2017
Contagem terminada

Câmara Municipal

4

Mandatos

8177(52.65%)

Votos

Maioria CDU

Assembleia Municipal

11

Mandatos

7150(46.07%)

Votos

Assembleias de Freguesia

30

Mandatos

8043(51.77%)

Votos

Maiorias CDU: 2

Freguesias de Maioria CDU

  • São Bartolomeu de Messines
  • Silves

Câmara Municipal

Rosa Palma

45 Anos. Professora

Independente

Assembleia Municipal

Vítor Rodrigues

60 Anos. Funcionário Público Aposentado

Independente

A diferença é evidente no trabalho e na confiança

Entrevista a Rosa Palma, Presidente da Câmara Municipal de Silves

Em 2013, no concelho de Silves, a CDU rompeu com 16 anos de estagnação, irregularidades graves e degradação dos serviços. Sanados os problemas, a presidente da Câmara e cabeça-de-lista da CDU para 1 de Outubro, Rosa Palma, confia que a população vai dar mais força à coligação PCP-PEV.

Quando partiu para as eleições de 2013, a CDU era a terceira força. Agora, coloca-se o propósito de reforçar a maioria. Numa e noutra situação, em que medida é importante acreditar nos objectivos?

Há quatro anos, muitas pessoas, mesmo camaradas nossos, não acreditavam que poderíamos vencer. Ora, é preciso acreditar nos objectivos e fazer o que é necessário para os alcançar.
A nossa forma de contacto com as pessoas não é igual à dos outros partidos. Nós temos de fazer um trabalho árduo, de porta a porta, falar, esclarecer. Nas eleições de 2013, acreditámos, envolvemo-nos, conseguimos contagiar mais gente e houve um grupo que esteve a trabalhar todos os dias para o melhor resultado. Fomos a todos os sítios, explicando que não estávamos satisfeitos, não aceitávamos as políticas aplicadas na Câmara e no concelho, tínhamos de ter uma mudança. Tivemos de acreditar e tivemos de nos envolver. Foi isso que fizemos e é o que estamos a fazer.


É diferente a exigência das pessoas para com um executivo da CDU?

São muito mais exigentes. Estão permanentemente a pôr-nos à prova. Mas temos sempre uma resposta para dar. Essa exigência para nós não é uma dificuldade. Somos pessoas disponíveis e não temos nada a esconder.

Mas é verdade que há uma exigência muito forte, por sermos a força política que somos e termos provas dadas neste e noutros concelhos, o que muito me orgulha. 

Neste mandato a CDU não teve maioria absoluta. Houve dificuldade em encontrar consensos? Como evoluiu a relação com o PS e o PSD ao longo dos quatro anos?

Logo quando ganhámos as eleições, houve quem perguntasse se não íamos tentar fazer uma «coligação» ou entrar num «entendimento». Decidimos não ir por esse caminho.

Houve algumas situações complicadas. Mas os eleitos do PSD e do PS tinham de assumir as suas posições. Como apresentávamos propostas para resolver problemas e ir ao encontro de necessidades da população, queríamos ver se os vereadores da oposição iriam dizer «não» só «porque não».

Lembro-me de uma ocasião, logo no princípio do mandato. Nós tomámos posse a 22 de Outubro, com a Feira de Todos os Santos à porta, a 1 de Novembro, mas as coisas não estavam preparadas, não havia condições nas casas-de-banho, o terreno não estava aplanado. Achámos que assim não se deveria cobrar taxas e sugerimos a feira franca, mas os vereadores do PSD e do PS votaram contra. Em 2014, resolvemos os problemas e criámos condições para tudo correr bem. Mas eles, nesse ano e no seguinte, vieram defender que a feira fosse franca!

Outro caso deu-se quando apresentámos o primeiro Orçamento. A posição deles foi «não», sem darem uma razão. Nós auscultámos todas as forças políticas, fizemos reuniões com os presidentes de junta, envolvemos toda a gente, fomos às freguesias. Tentaram justificar o voto contra com pretextos ortográficos.

Como aquilo que defendemos faz falta e vai ao encontro do que a população necessita, estamos tranquilos.

A 1 de Outubro, as pessoas têm de ir cumprir o seu dever cívico. Eu acredito que nos vão dar mais força.

Nestes últimos tempos, ainda se sente a comparação com «o mal que vinha de trás», ou já se nota uma valorização daquilo que a CDU trouxe de novo?

Eu tinha sido antes vereadora na oposição. O que eu via, no mandato de 2009, era um concelho parado, um executivo alarmado porque vinha aí a Lei 8 [de 2012, conhecida como Lei dos Compromissos e dos Pagamentos em Atraso] e tinham de pagar as coisas. Devia ser normal, a obrigação de uma entidade de bem, como a Câmara, é pagar o serviço feito. Mas havia empresas locais a quem a Câmara devia vários milhares de euros. Nesses anos, nos serviços não havia botas e equipamentos, não havia papel higiénico nem sabonete, não havia nada. Havia obras adjudicadas sem qualquer tipo de contratação, na ordem dos seis milhões de euros. 

Tivemos de sanar estas heranças.

A comparação era obrigatória e as diferenças são evidentes. Claro, tivemos um período para conhecer, para depois decidir por onde se vai. E foi preciso sanear a situação financeira, porque sem ovos não se faz omeletes. 

Conseguimos, os problemas financeiros estão sanados e nós estamos empolgados para prosseguir neste caminho. Agora sabemos como está o município, sabemos como podemos comprometer-nos com a população.

Palavras-chave de um mandato

Dívida – Mesmo com um novo crédito de 4,4 milhões de euros, para investimento, e acordos de pagamentos à banca de quase 5,5 milhões do «processo Viga d'Ouro», o endividamento do município vai ter no final do mandato uma redução de 70 por cento (8,3 milhões de euros).

Investimentos – Em 2017 o investimento ultrapassa dez milhões de euros, em infra-estruturas básicas (desde logo, água e saneamento e rede viária), na requalificação urbana, em equipamentos colectivos, na aquisição de quatro viaturas pesadas para a recolha de lixo. Foi possível aproveitar várias centenas de milhares de euros do quadro comunitário 2007-2013 e hoje Silves destaca-se no Algarve pelas candidaturas no âmbito do Portugal 2020, superiores a cinco milhões de euros. 

Trabalhadores – Nunca deixou de vigorar a semana de 35 horas, sendo os trabalhadores da CM de Silves os primeiros no Algarve que a viram reconhecida num acordo colectivo (ACEP). Foi feito investimento significativo nas condições de trabalho.

Produção – Foi retomada a mostra «Silves, Capital da Laranja», depois de criada a marca territorial de citrinos. Foi criada a marca «Vinhos de Silves», com os produtores a obterem reconhecimento no público e notáveis resultados internacionais. À tradição corticeira ficou prestada homenagem com dois grupos escultóricos na cidade.

Eventos – No calendário de iniciativas culturais e de promoção turística, surgiram «Sunset Secrets – Quintas do Castelo», «Lado B», «Jazz nas Adegas», «Cá se Faz», o Festival de Teatro e a reactivação do Teatro Mascarenhas Gregório; consolidou-se a Feira Medieval e foi retomado o Festival da Cerveja (com o Silves Futebol Clube).