João Ferreira em Mangualde, com trabalhadores da PSA

Mais salários, melhores direitos

O primeiro candidato da CDU às eleições para o Parlamento Europeu esteve na terça-feira, 29 de Abril, junto às instalações da PSA, em Mangualde, a contactar com os trabalhadores daquela empresa do sector automóvel. A presença de João Ferreira no local constituiu, desde logo, uma afirmação da solidariedade de sempre das forças que compõem a CDU para com aqueles trabalhadores, que ao longo dos últimos anos travaram múltiplos combates contra a deslocalização da empresa, a desvalorização dos salários, os despedimentos e a precariedade.

Tal como sucedeu com outras empresas, a PSA recebeu nos últimos anos avultados apoios públicos e comunitários, muito embora tenha levado por diante processos de despedimento e tenha reduzido drasticamente os custos com os salários dos trabalhadores. Se há alguns anos a média salarial na empresa rondava os 1000 euros, hoje está mais próxima dos 500. Ao mesmo tempo que a empresa, depois de despedir trabalhadores (altamente especializados), os contratava novamente em condições contratuais e salariais muito mais degragadas. Actualmente, são muitos os trabalhadores que temem pelo fim do «terceiro turno», o que terá como consequência imediata o despedimento de um largo conjunto de trabalhadores.

Ao longo dos anos, os partidos da troika interna – PS, PSD e CDS – têm aprovado e implementado, no Parlamento Europeu, na Assembleia da República e no governo do País, sucessivas directivas, normas e legislação conducentes à «flexibilização» do trabalho (nome eufemístico dado ao agravamento da exploração e à degradação das condições laborais), com sérias consequências ao nível da redução do rendimento mensal dos trabalhadores e da sua capacidade de reivindicação e resistência. São os casos, entre outros do «Pacto para o Euro Mais», a governação económica, o semestre europeu ou o Tratado Orçamental, instrumentos que se vierem a ser aplicados significarão trabalhar mais por menos dinheiro.

Como afirmou João Ferreira aos jornalistas presentes junto à empresa, quando PS, PSD e CDS apoiam e subscrevem um documento como o «Pacto para o Euro Mais», que defende o fim da contratação colectiva, o que estão a defender é um recuo de mais de 40 anos no plano das relações de trabalho e na protecção dos direitos dos trabalhadores. Nesta como noutras matérias, os vários PEC apresentados pelo governo do PS em nada destoavam, ao nível dos conteúdos, do pacto de agressão; também neste caso, a «mudança» que o PS promete não passa de uma palavra sem qualquer conteúdo real.

Da parte da CDU, é mais do que certa a intervenção em defesa de melhores salários, da valorização do aparelho produtivo nacional e do trabalho com direitos. A demonstrá-lo está a intensa actividade realizada nos últimos cinco anos pelos dois deputados eleitos na lista da Coligação (João Ferreira e, alternadamente, Ilda Figueiredo e Inês Zuber). Para o futuro, em coerência com a sua intervenção passada e presente, a CDU aponta no seu documento orientador, «Por uma Outra Europa – Seis Direcções Fundamentais», o «combate efectivo ao desemprego; a criação e promoção de emprego com direitos, com uma política de primeiro emprego dirigida aos jovens, assente no desenvolvimento da actividade económica, na dinamização do emprego público, na erradicação da precariedade e na redução do horário de trabalho, sem diminuição de salário».

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