Em defesa da pequena e média agricultura

João Ferreira e Mário Martins na Guarda

Duas centenas de agricultores participaram hoje, na Guarda, num almoço de apoio do mundo rural à CDU em que estiveram presentes os candidatos João Ferreira, actual deputado e cabeça-de-lista, e Mário Martins, ele próprio agricultor e dirigente cooperativo. Em destaque estiveram os problemas com que se confrontam os pequenos e médios agricultores nacionais – sim, porque os grandes agrários recebem milhões sem que tenham que produzir nem um grão –, que não têm cessado de se agravar com as políticas europeias e, nos últimos três anos, com o pacto de agressão subscrito por PS, PSD e CDS (os mesmos que, uma após outra, aprovaram todas as reformas da Política Agrícola Comum).

João Ferreira, deixou uma mensagem que a luta dos agricultores deve prosseguir e ser "levada até ao voto" nas eleições para o Parlamento Europeu. "perante os ataques que estão a ser desferidos à agricultura nacional, aos homens e mulheres da terra, este é o caminho a seguir, o engrossar desta luta, que deve prosseguir e que deve ser levada até ao voto no dia das eleições para o Parlamento Europeu, no dia 25 de Maio". Referiu ainda que os agricultores devem votar CDU nas eleições "penalizando aqueles que têm prejudicado a agricultura" no país e no Parlamento Europeu "e reconhecendo aqueles que têm defendido a agricultura" no plano nacional e europeu.

Fazendo o balanço da integração de Portugal na então CEE, e das consequências que teve na agricultura nacional, João Ferreira lembrou que, desde então, mais de 300 mil explorações agrícolas foram arruinadas, ao mesmo tempo que mais de um milhão de hectares de terra permanece por cultivar. O resultado, lógico e trágico, é o aumento das importações de produtos que poderiam ser produzidos no País. Com evidentes vantagens económicas e sociais. Mas a opção de sucessivos governos do PS, PSD e CDS (e dos seus deputados) tem sido, nas instituições nacionais como nas europeias, atacar a pequena e média agricultura, agravando as dificuldades dos produtores. O preço dos factores de produção não pára de aumentar, ao mesmo tempo que o crédito é cada vez mais caro e inacessível e os preços pagos à produção esmagados a cada dia que passa, para favorecer os grupos económicos ligados à grande distribuição, que cada vez mais dominam e controlam a produção.

Nos últimos anos, com o Pacto de Agressão, os agricultores foram confrontados com novas imposições fiscais (tendo obrigatoriamente que se colectarem para poderem vender um quilo de batatas que seja) e com mais e mais acentuados cortes no apoio ao investimento, a que se junta o definhamento das povoações rurais fruto da eliminação de freguesias, escolas, serviços de saúde, finanças, tribunais, etc. O primeiro candidato da CDU não se esqueceu de referir os mais recentes ataques do PSD e do CDS à gestão comunitária dos baldios, através das alterações à lei que conseguiram aprovar. Para João Ferreira, o caminho que melhor serve a defesa desta conquista de Abril é a unidade e a luta dos povos em sua defesa.

Nos últimos cinco anos, os deputados ao Parlamento Europeu eleitos na lista da CDU desenvolveram uma intensa actividade na defesa da pequena e média agricultura, propondo modificações profundas da actual Política Agrícola Comum, materializadas em mais de uma centena e meia de propostas de alteração. O objectivo era, e continuará a ser, a inversão do rumo das últimas reformas – apoiadas por PS, PSD e CDS –, orientadas para a desregulação e liberalização dos mercados, para a sujeição às regras da Organização Mundial do Comércio e para a promoção de modelos de produção intensiva. À custa da ruína de milhares de pequenos e médios agricultores.

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