CDU marca a diferença

Centenas no comício de Faro

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Comício, Faro

Intervenção de Jerónimo de Sousa, Secretário-Geral do PCP,

No Algarve, o segundo dia de campanha eleitoral terminou em Faro, junto ao Mercado Municipal, onde João Ferreira, primeiro candidato da CDU às eleições para o Parlamento Europeu, e Jerónimo de Sousa, Secretário-Geral do PCP, apelaram, novamente, ao voto na CDU.

Nesta região do País, também vítima da política de direita, sendo o desemprego uma verdadeira catástrofe social. Por outro lado, a pobreza alastrou, atingindo mais de 100 mil pessoas, as escolas, extensões de saúde, estações de correio, tesourarias da segurança social, repartições de finanças e outros serviços públicos encerraram, as infraestruturas importantes para o desenvolvimento regional foram abandonadas ou adiadas por tempo indeterminado como é o caso da EN125, os cuidados de saúde primários e hospitalares prestados às populações degradaram-se, colocando em causa o direito à saúde, e as micro e pequenas empresas da região lutam para sobreviver, enfrentando problemas como o aumento do IVA na restauração ou a imposição de portagens na Via do Infante pelo PS, PSD e CDS.

Estas são algumas das razões porque os algarvios deverão dar um «cartão vermelho» aos partidos da troika (PS, PSD e CDS) e votar, no dia 25 de Maio, na CDU, dando mais força a quem tem estado, está e estará sempre ao seu lado.

Programas de faz de conta

Paulo Sá, candidato da CDU nas eleições para o PE e deputado na Assembleia da República (AR), eleito pelo Algarve, destacou que «a situação na região deteriorou-se a olhos vistos», com o desemprego a atingir, no primeiro trimestre de 2014, em sentido restrito, 18,3 por cento, «a maior taxa de desemprego a nível nacional». «A precariedade, os salários em atraso, o aumento da desregulação dos horários de trabalho, os baixos salários, o trabalho sem direitos, o desrespeito pela contratação colectiva, instalaram-se na região. Muitos algarvios, jovens e menos jovens, sem perspectivas de emprego são forçados a emigrar, procurando noutros países um futuro que aqui lhes é negado. E não são programas governamentais de faz de conta, com o Programa Formação-Algarve, que conseguem mascarar esta situação, muito menos contrariar a destruição de emprego provocada pela política da troika», acentuou.

Entre outras medidas, o deputado do PCP e candidato ao PE sublinhou a necessidade de abolição das portagens na Via do Infante, concebidas pelo anterior governo do PS e implementadas pelo actual Governo. «Por seis vezes, o PCP levou à AR propostas para a abolição das portagens; por seis vezes essas propostas foram rejeitadas pelos votos conjugados dos partidos da troika interna: PS, PSD e CDS», denunciou, prometendo continuar «com a nossa luta pela abolição das portagens na Via do Infante, tendo apresentado há dias, na AR, uma nova proposta de abolição de portagens na Via do Infante».

CDU a crescer

Por seu lado, João Ferreira destacou as recentes declarações do cabeça de lista do PSD, tendo afirmado que entrarão no País, nos próximos anos, 11 milhões de euros por dia, vindos de fundos da União Europeia (UE). «Isto dito assim até parece muito. O que ele não disse é que só durante este ano, em 2014, sairão do País, com os juros da dívida, cerca de 19 milhões de euros por dia, tudo aquilo que o Estado gasta por ano com a saúde dos portugueses», denunciou, dando ainda conta que «nos últimos anos, entre 2007 e 2013, o dinheiro que veio da UE já foi ultrapassado pelo dinheiro que saiu do País, sob a forma de juros, de lucros, e de dividendos, ou seja, já pagámos mais do que aquilo que recebemos».

«O que ele [Paulo Rangel] também não disse é que estes 25 mil milhões de euros, que, na melhor das hipóteses, entrarão no País até 2020, são coisa pouca se comparar-mos com os 36 mil milhões de euros que o País vai pagar só em juros pelo empréstimo da troika», disse ainda.

O cabeça de lista, na sua intervenção, enumerou ainda algumas das propostas do PCP para o Algarve, que passaram pela defesa da protecção da Ria Formosa, com a exigência de medidas de intervenção estruturais na Ria, pelas consequências dos incêndios no Algarve, em defesa das pescas e dos pescadores, contra a privatização da ANA, e por um plano especial para o emprego no Algarve.

«Temos razões de confiança de um grande resultado da CDU nestas eleições. A CDU cresceu no Algarve e em todo o País. E vai, com certeza, continuar a crescer. Todos os que estiveram connosco nas eleições autárquicas têm razões acrescidas para estar com a CDU nas próximas eleições para o Parlamento Europeu. Essa é uma condição para termos não apenas mais deputados no PE, comprometidos com os interesses do povo e do País, mas para darmos força à exigência da derrota definitiva deste Governo e da sua política».

Consenso entre PS, PSD e CDS

Neste comício, Jerónimo de Sousa comentou as declarações daqueles que defendem uma aliança e o «consenso» dos partidos da troika, assente num acordo de regime para depois das eleições.

«O PS, tal como o PSD e CDS, lá vão tentando passar entre os pingos da chuva das suas responsabilidades no estado a que chegou o País e na destruição da vida da maioria dos portugueses. Mas por mais que seja essa a sua vontade, não se livra de lhe serem apontadas as marcas da sua política», acusou, lembrando que «não houve decisões ou orientação estrutural decidida pelo Parlamento Europeu, tal como está, que não tenha a marca do PS, com a sua companhia de sempre na política de direita – PSD e CDS – e das respectivas famílias políticas no PE».

«Por mais que procurem escapar a esse debate - e procuram - não têm forma de contornar que lá como cá estão comprometidos com a política que inferniza a vida aos trabalhadores e ao povo, políticas que alienam o interesse nacional e comprometem o futuro do país», denunciou o Secretário-Geral do PCP, frisando que a candidatura da CDU é, de facto, «a única verdadeiramente alternativa ao actual rumo, seja para Portugal, seja para a Europa».

«Dar mais força à CDU é dar mais força à luta dos trabalhadores e do povo. É dar força à ideia que é possível e está ao nosso alcance uma real alternativa sustentada numa política patriótica e de esquerda capaz de assegurar a elevação das condições de vida dos trabalhadores e do povo e defender os interesses, a soberania e a independência de Portugal. Dar mais força à CDU é afirmar que com a força do povo, é possível um Portugal com futuro, numa Europa dos trabalhadores e dos povos», acrescentou.

Esta iniciativa contou com a presença, entre muitos outros, de Vasco Cardoso, membro da Comissão Política do Comité Central do PCP, e de Manuela Pinto Ângelo, do Secretariado do Comité Central do PCP. Ao palco subiram ainda os 16 mandatários concelhios do Algarve, bem como António Mendonça, mandatário regional, vereador na Câmara de Faro e da Comissão Concelhia do PCP.

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