Depois de um influente conjunto de acções pelo distrito de Évora, João Ferreira, primeiro candidato da CDU às eleições para o Parlamento Europeu (PE) rumou, no dia 16 de Maio, ao Algarve, terra do sol e do mar, mas também de abandono dos sectores produtivos e da crescente dependência do turismo. A região, segundo dados recentes do Instituto Nacional de Estatísticas (INE), tem a maior taxa de desemprego do País (9,4 por cento), valores que não incluem o trabalho ilegal, clandestino ou não declarado.
A primeira paragem aconteceu em Portimão, no Mercado Municipal. A quem procurava os frescos do dia, a preços que não conseguem concorrer com as grandes superfícies comerciais, no que diz respeito ao preço e não à qualidade, o cabeça de lista, acompanhado por Rui Ribeiro, também ele candidato, pediu mais força à Coligação PCP-PEV para «eleger deputados que defendam os interesses dos trabalhadores e do povo». Os comerciantes foram os mais críticos, face ao custo do dinheiro cada vez mais caro, que se reflecte na carteira das pessoas, que compram cada vez menos.
Sector das pescas
João Ferreira falou do sector da pesca, mais concretamente da frota do cerco. Recorde-se que a pesca da sardinha está, desde Setembro, interdita aos pescadores portugueses, proibição que se vai manter até 3 de Junho.
«O que está em causa é a própria sobrevivência do sector do cerco, que não conseguirá manter-se sem medidas que permitam fazer face às dificuldades criadas por anos sucessivos de paragem da pesca da sardinha, durante vários meses, com quotas de pescas muito abaixo do necessário», apontou, ressalvando que foi por iniciativa dos deputados do PCP no PE «que se introduziram ao Fundo Europeu das Pescas e dos Assuntos Marítimos as alterações necessárias para poder haver apoios às paragens biológicas». «Fruto da intervenção do PCP, quando o sector pára os pescadores recebem apoios da União Europeia (UE)», destacou, acrescentando: «Procurámos também aumentar o poder da UE dirigido à aquisição de dados sobre o estado dos recursos. Nenhum país desenvolve o seu sector pesqueiro sem uma capacidade científica e técnica própria para reconhecer os seus recursos e em que medida os consegue explorar de forma sustentável.»
O candidato e deputado reclamou, por isso, a «alteração dos regulamentos comunitários», «apoio à modernização da frota pesqueira» e a «valorização de outras espécies de pescado», como o carapau e a cavala.