A arruada que percorreu as ruas de Almada na tarde de sábado, composta por uma multidão que empunhava bandeiras, faixas e cartazes e entou palavras de ordem de apoio à CDU, demonstrou como era certa a afirmação feita por João Ferreira no final do percurso: o resultado eleitoral da coligação PCP-PEV, «ao contrário do que muitos gostariam, está longe de estar fechado.» Para o primeiro candidato da CDU às eleições de 26 de Maio para o Parlamento Europeu, este resultado está a ser construído a pulso, numa «grande campanha, que vai ao encontro dos trabalhadores e das populações, que se desdobra em contactos, conversas e em centenas de iniciativas» de Norte a Sul e também nas regiões autónomas.
Intervindo num concelho e numa região onde, em tempos, se concentraram importantes sectores industriais (alguns dos quais já desaparecidos), João Ferreira garantiu que «Portugal não é um país pobre, antes um país empobrecido» pelas imposições da União Europeia e a submissão dos sucessivos governos de PS, PSD e CDS, que desmantelaram sectores produtivos, destruíram empresas estratégicas e entregaram a grupos económicos nacionais e sobretudo estrangeiros alavancas fundamentais da economia nacional.
Face a esta situação, afirmou o candidato no grande comício realizado na rua, junto aos Paços do Concelho, impõe-se recuperar para o sector público os sectores básicos estratégicos da economia, de modo a construir um Sector Empresarial do Estado «forte e dinâmico», capaz de «aproveitar e desenvolver todas as potencialidades produtivas do nosso país».
Tal como João Ferreira, também Jerónimo de Sousa realçou muitos dos avanços alcançados nos últimos anos, graças à persistência do PCP e, muitas vezes, contra a vontade do Governo e da União Europeia. Sobre as transformações profundas ao nível do passe social – muito sentidas na região – falaram João Ferreira e a dirigente do PEV, Heloísa Apolónia, que vincou o que elas representam ao nível dos rendimentos das populações e da defesa do ambiente. João Geraldes, da ID e também ele candidato ao PE, lembrou mais do que uma vez que «voto acertado é no último quadrado», na foice e no martelo ao lado do girassol.