Tomar partido por aqueles que defendem o sistema público de pensões e não pelos mesmos três partidos que ainda recentemente no Parlamento Europeu (PE) votaram favoravelmente a criação de um fundo europeu de pensões. Este foi o desafio deixado por João Ferreira num almoço que hoje encheu por completo o salão dos Bombeiros Voluntários de Queluz.
Depois de ter recebido dos trabalhadores da Cel-Cat uma manifestação de apoio à candidatura do PCP-PEV, João Ferreira explicou que a aprovação da norma por parte dos deputados de PS, PSD e CDS no euro-hemiciclo abre a porta a que o dinheiro dos descontos dos trabalhadores venha a ser desviado da Segurança Social «para ser jogado na roleta da especulação bolsista».
«Se a perda dos descontos de uma vida inteira por parte de milhões de trabalhadores, durante a mais recente crise, não serviu de lição àqueles que voltam a permitir a sua apropriação pelos fundos de pensões privados, «que sirva de lição a todos aqueles que deram o seu voto ou que pensam fazê-lo a partidos que ameaçam a sustentabilidade da Segurança Social pública e o futuro de milhões de trabalhadores».
«Daqui queremos desde já lançar um desafio a alguns que por aí andam a prometer um novo contrato social», prosseguiu João Ferreira, para logo em seguida questionar se «o PS está disponível para rever a sua posição de apoio a este mercado pan-europeu de fundos de pensões privados e para defender a Segurança Social Pública, que só se defende não desviando do sistema público os descontos dos trabalhadores».
A horas da abertura oficial da campanha, o primeiro-candidato da CDU lançou ainda na iniciativa em Queluz uma palavra de ordem dirigida àqueles que possam ter dúvidas de como votar no PCP-PEV: «o voto acertado é no último quadrado», lembrou, referindo-se à posição em que se encontra no boletim de voto a coligação que tem como símbolo a foice e o martelo ao lado do girassol.