A apenas seis dias das eleições para o Parlamento Europeu (PE), João Ferreira trouxe para o debate, no final de uma galvanizante arruada em Moscavide, no concelho de Loures, o problema da habitação.
A acção de massas contou também com a presença de Mariana Silva, candidata, e Bernardino Soares, presidente da autarquia. «Estamos numa zona (com uma população mais idosa) que é exemplificativa do que se passa no conjunto da Área Metropolitana, não apenas desta, também no Porto, com cada vez mais pessoas a verem posto em causa o seu direito à habitação, efeitos da lei das rendas do governo anterior, PSD/CDS, do tempo da troika, mas que permanece, porque o PS tem mostrado indisponibilidade para fazer aquilo que era necessário», nomeadamente «revogar a lei e acabar com o efeito devastador que está a ter para muitas famílias», referiu João Ferreira.
Para além da revogação da «lei dos despejos», a CDU e o PCP têm reclamado, em Portugal e no PE, a «defesa do direito à habitação», intervindo na «discussão dos regulamentos dos fundos estruturais» e garantindo que o Fundo Europeu do Desenvolvimento Regional ou o Fundo de Coesão «possam financiar investimentos na habitação». «Portugal tem um dos parque habitacionais públicos mais reduzidos em comparação com outros países europeus. Precisamos de mais políticas públicas no domínio da habitação, não apenas para as famílias de menores rendimentos, mas também para as de rendimentos intermédios, assegurando o Estado a oferta de preços acessíveis, que possam ter um efeito de contenção na especulação que hoje domina o mercado imobiliário», defendeu o candidato.
João Ferreiro deu ainda conta que os fundos da União Europeia «estão a ser utilizados em projetos ditos de reabilitação urbana», que «não promovem o direito à habitação», antes pelo contrário: «expulsam pessoas das suas casas, dos centros das cidades, para construir hotéis, alojamentos locais e outros tipos de investimento desta natureza». Neste sentido, exige-se «uma avaliação do impacto social e da aplicação destes fundos».
A terminar, o candidato apelou ao voto na CDU para «valorizar o trabalho e os trabalhadores», «aproveitar os recursos de Portugal, na agricultura, nas pescas, na industria» e «recuperar para o País as suas empresas e sectores estratégico». «Vamos continuar esta jornada, que está a ter lugar em todo o País e vai culminar num grande resultado da CDU», concluiu.