João Ferreira deixou ao final da manhã desta quarta-feira, 22, um forte apelo a que cada simpatizante e apoiante da CDU seja um activista na batalha do esclarecimento. Até ao cair do pano, sexta-feira próxima, que «cada um continue pelas mais variadas formas a informar, esclarecer, divulgar o trabalho e as propostas da CDU», afirmou o primeiro candidato da lista da Coligação PCP-PEV no final de uma grande arruada na Baixa da Banheira, Moita, reveladora da onda crescente de simpatia e apoio em torno da Coligação.
Apelo de sentido idêntico fora feito já pelos oradores que o antecederam, Rui Garcia, presidente da Câmara, e Heloísa Apolónia, do Partido Ecologista «Os Verdes» perante a centena e meia de apoiantes que acabara de percorrer a via mais movimentada daquela freguesia ribeirinha do concelho da Moita.
«CDU avança com toda a confiança», «Avançar é preciso, para trás não», foram duas das palavras de ordem gritadas energicamente ao longo de mais de meia hora de percurso, enquanto João Ferreira e restantes candidatos distribuíam por comerciante e transeuntes um folheto informativo com as principais propostas da Coligação.
Abordada de forma particular nesta jornada foi a questão do novo aeroporto de Lisboa, com o cabeça de lista da CDU a salientar que a opção do Governo, que tem merecido a viva contestação da população de vários concelhos da Margem Sul e das autarquias, bem como das forças que integram a CDU, é a «demonstração do que acontece quando um sector estratégico, como são os aeroportos, funciona em função dos interesses de uma multinacional e não em função dos interesses do País».
Sem medo das palavras, João Ferreira acusou mesmo o Governo de deitar fora trabalho realizado que custou dinheiro ao País e de tomar decisões em favor de interesses privados.
«O governo anterior decidiu entregar uma empresa, que dava todos os anos lucros ao Estado e que era estratégica, a uma multinacional francesa; o Governo actual, para fazer um favor a essa multinacional, pôs de lado o trabalho que o País andou a fazer durante anos, em que gastou tempo, dinheiro, para estudar a solução», acusou o candidato da CDU.
Severo na crítica ao Governo por ter posto de lado a «conclusão» a que anteriormente se chegara, só «para fazer o favor a uma multinacional e para agradar à UE», João Ferreira advertiu ainda que a solução que aquele pretende adoptar «não resolve a necessidade de um novo aeroporto de Lisboa».
«Esta solução soma problemas aos problemas que já existem», alertou o candidato, que explicou porquê. É que a somar ao impacto «já muito grande sobre a saúde das populações, sobre o ambiente e no capitulo da segurança» (o aeroporto a funcionar na capital, dentro da malha urbana), acrescenta-se outro impacto não menor na margem sul em« termos ambientais e sobre a população».