Provado em Palmela com actos o valor decisivo da CDU

Com as propostas e as posições defendidas em relação ao concelho de Palmela e ao distrito de Setúbal, a CDU comprova ser uma força decisiva para os trabalhadores e a generalidade da população, como ficou demonstrado na sessão de sábado, dia 8, à noite, no Cineteatro São João, espaço nobre da cidade, valorizado por Adilo Costa, mandatário distrital, que dirigiu os trabalhos.

«Em Palmela sabem como é importantíssimo eleger deputados como os que estão na nossa lista», assinalou, logo no início, Álvaro Amaro, presidente da Câmara. Também em nome da Comissão Concelhia do PCP, saudou os presentes e a sua ousadia de resistir e lutar, contra todas as «pandemias», entre as quais incluiu a do medo.

Recordou que os deputados eleitos pela CDU estão com os trabalhadores e com a população, nas lutas que realizam; ao Parlamento levam as reivindicações que dizem respeito ao desenvolvimento do concelho e da região, e também «vêm cá apoiar a pequena agricultura familiar, defender as freguesias rurais».

«Não queremos apenas resistir, queremos avançar», por isso «vamos mobilizar-nos todos para esta batalha eleitoral» e levar mais longe a mensagem que de o voto na CDU «é o único voto útil».

José Luís Ferreira, dirigente do Partido Ecologista «Os Verdes» e candidato às eleições de 30 de Janeiro, realçou que é necessário o empenho de todos no esclarecimento e mobilização para o voto na CDU, porque «há muita confusão e muitos enganos» que exigem «revisitar os factos». Desde logo, sobre «como chegámos às eleições antecipadas», frisou que «se não há Orçamento do Estado, a responsabilidade é do Governo e do PS, e, se vamos para eleições, é porque o Presidente da República assim o desejou».

Enquanto «reina muito pouca coerência da direita e do PS, entre aquilo que agora dizem defender e as posições que tomaram antes, na hora das decisões», os candidatos da CDU «saberão honrar a sua palavra, continuarão atentos aos problemas do distrito e aos anseios da população».

A primeira candidata na lista da CDU, Paula Santos, reafirmou que «a CDU distingue-se das demais forças políticas», seja «assumindo com clareza o compromisso de defender os interesses dos trabalhadores e da população», seja como «a única força que propõe uma estratégia de desenvolvimento integrado para o distrito de Setúbal».

Depois de lembrar «o que resulta da governação do PS e dos partidos de direita», sublinhou que «reforçar a CDU, com mais votos e mais deputados, é decisivo» para enfrentar as consequências dessa política e para levar à prática as propostas da Coligação PCP-PEV para melhoria das condições de vida dos trabalhadores e da população, para mais investimento na saúde, na educação, na área social, na habitação, nos transportes e na mobilidade, para efectivo apoio à agricultura familiar, tal como para a concretização da regionalização, para a reposição das freguesias extintas contra a vontade das populações, para a valorização do Poder Local democrático, para a reposição da «NUT III Península de Setúbal», para concretizar investimentos estratégicos, como a construção do novo aeroporto no campo de tiro, em Alcochete, e a terceira travessia do Tejo, rodo-ferroviária.

A par de exemplos de problemas locais que foram objecto de intervenção dos deputados comunistas e ecologistas, Paula Santos enumerou muitas outras propostas por que as forças da CDU se têm batido e que integram o seu compromisso para as eleições legislativas.

Maioria absoluta para retroceder

O Secretário-geral do PCP, Jerónimo de Sousa, que interveio no encerramento da iniciativa, observou que «a maioria absoluta que o PS ambiciona, ou as soluções de bloco central, formal ou informal, que o PS não enjeita e que o Presidente da República e o poder económico andam a patrocinar», iriam servir para «retomar e aprofundar» a política de direita, «pela qual respondem, nos seus aspectos estruturantes, tanto o PS como o PSD».

Em vez da «estabilidade» que dizem ambicionar, «o que querem é, a partir do conforto (e da arrogância!) da maioria absoluta, fugir à solução dos problemas e levar a cabo as políticas que só trazem mais incerteza e instabilidade à vida do povo», acusou, recordando como «a falsa estabilidade das maiorias absolutas rapidamente se transforma num inferno de instabilidade na vida de quem trabalha». 

Remetendo para as eleições de 2015, Jerónimo de Sousa salientou que «o voto na CDU contou, como nenhum outro, para devolver a esperança ao povo português». A partir daí, «tornámos possíveis coisas que alguns diziam serem impossíveis, mesmo enfrentando resistências, adiamentos, restrições e limitações». 

Aumento geral dos salários

Perante «o drama dos baixos salários», «é bom que outros venham reconhecer, agora, a necessidade de aumentar o salário mínimo e o salário médio». No entanto, alertou o dirigente comunista, «esta discussão não se faz, de forma séria, atirando para o ar promessas associadas a um qualquer horizonte longínquo e dissociadas de medidas concretas».

Se «o PS, como a direita, com mais ou menos condições, gostam muito de estabelecer metas longínquas para desviarem a atenção dos aumentos necessários no presente», o PCP e a CDU contrapõem que «é aqui e agora que os salários precisam de ser substancialmente aumentados».

Para tal, defendeu Jerónimo de Sousa, deve-se começar pela legislação laboral, para «dar mais força aos trabalhadores para a negociação colectiva». Quanto ao aumento do salário mínimo nacional, «reafirmamos a necessidade de o elevar para 850 euros, em 2023, atingindo, ao longo deste ano, os 800 euros, um objectivo realista e possível de alcançar».

Ainda na área laboral, considerou que «vir agora, em tempo de campanha eleitoral, dizer que se quer reflectir sobre a semana de quatro dias, é de um enorme cinismo e de uma rematada hipocrisia, quando se empurra milhares de trabalhadores para bancos de horas». Essa é «uma manobra para fugir à discussão sobre o que interessa discutir hoje: o fim dos abusos no trabalho por turnos, a regulação dos horários de trabalho e a sua redução, sem perda de salário».