Intervenção de João Geraldes, membro da Associação Intervenção Democrática

Uma política de esquerda, que só pode ser assegurada por forças políticas de esquerda!

Acto Público CDU, Lisboa

Acto Público «CDU – Força decisiva. Ao teu lado todos os dias»
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Acto Público «CDU – Força decisiva. Ao teu lado todos os dias»

Amigos e Companheiros,

Em nome da Intervenção Democrática, permitam-me que saúde vivamente os nossos companheiros do Partido Comunista Português e do Partido Ecologista “Os Verdes”, e os muitos e muitos milhares de homens e mulheres sem filiação partidária, que tornam mais forte este nosso espaço de ampla convergência, unidade e ação política, democrático, progressista e humanista que é a CDU.

Neste ato público da Coligação Democrática Unitária para as eleições legislativas antecipadas de 30 de Janeiro, estamos aqui preparados e mobilizados para mais uma batalha eleitoral. Vamos disputar umas eleições que não procurámos – e menos ainda desejámos –, mas estamos aí, para ir à luta por um bom resultado para a CDU! Um resultado que quanto mais amplo e expressivo em número de votos e de mandatos, melhor servirá os anseios e interesses legítimos dos trabalhadores e do povo português, e em consequência a melhoria das suas condições e qualidade de vida.

Legítimas expectativas após um período de seis anos durante o qual foram alcançados importantes avanços, ainda que insuficientes e limitados face às necessidades reais do país e do povo, mas que não podemos deixar de valorizar.

Como não valorizar o passe social intermodal, a preços reduzidos, válido em todos os meios de transporte e em todos os Concelhos das Áreas Metropolitanas de Lisboa e do Porto, que permitiu aliviar os orçamentos de muitos milhares de famílias, em muitos casos em centenas de euros mensais, e representou a medida com maior alcance no combate aos principais fatores de agressão ao meio ambiente?

Como não valorizar a entrega gratuita dos manuais escolares a todos os alunos do ensino público obrigatório em Portugal, aliviando também os orçamentos familiares em muitas centenas de euros por ano?

Como não valorizar o avanço no sentido de ser garantido o acesso a creches gratuitas a todas as crianças portuguesas, ainda que faseada para além daquilo que seria desejável e possível?

E como não valorizar o aumento extraordinário das pensões de reforma, beneficiando milhares de idosos, reformados e pensionistas, ainda que bastante aquém daquilo que seria possível e o país tinha condições, no quadro de uma política de valorização generalizada dos rendimentos das famílias?

Estes, entre outros, foram alguns dos avanços alcançados neste período de seis anos. E foram possíveis porque foi também possível “amarrar” o PS a uma política mais próxima dos interesses e anseios da grande maioria dos portugueses e das portuguesas, resultado da maior capacidade de influência da CDU na esfera da governação em Portugal.

Outras propostas de sentido idêntico, ficaram pelo caminho. Na Assembleia da República, no momento da votação das centenas de propostas apresentadas pelos partidos da CDU, a frase mais ouvida por parte do presidente da Assembleia terá sido: votos contra? PS, PSD, CDS, CH e IL! Isto é, toda a direita unida contra as propostas apresentadas pela CDU – o que não espanta –, mais o PS! O que talvez já espante um pouco mais...

E isto aconteceu assim, num quadro em que o PS atuou de certa forma condicionado pela correlação de forças existente à sua esquerda, facto que não impediu, no entanto, aquele partido de optar, sempre que lhe foi possível, pela afirmação da sua matriz identitária – que não se alterou –, preferindo aliar-se, quase sistematicamente, à direita para impedir novos progressos e novas conquistas. 

O que esperar, então, de um PS com as mãos completamente livres, num quadro político que reclama de “maioria reforçada” – certamente um artifício para reclamar uma maioria absoluta. 

A atitude assumida pelo PS relativamente à legislação de combate à precariedade laboral ilustra com clareza a forma como atuaria caso os portugueses lhe concedessem a tal “maioria reforçada”: a cedência, em toda a linha, permanente e sem complexos, aos interesses mais egoístas e mesquinhos do poder económico e financeiro! Uma política de direita, com a qual não rompeu, e que a direita, naturalmente, reconhece.

Amigos e Companheiros,

A política que Portugal precisa é uma política que rompa decisivamente com a imposição de enormes restrições e dificuldades à grande maioria dos portugueses e das portuguesas, em contraste violento com as benesses e prebendas que são oferecidas aos grandes interesses económicos e financeiros.

Uma política que rompa com opções como a do aumento em menos de 50 euros do salário mínimo nacional para os trabalhadores, compensado com um subsídio de 112 euros aos “empregadores” – aqui sinónimo para exploradores – por cada salário mínimo pago! 

Uma política progressista e de desenvolvimento, assente na valorização dos recursos nacionais e no reforço da capacidade produtiva própria, num quadro de independência nacional assente na cooperação, amizade e solidariedade com todos os povos e países do mundo.

Uma política de esquerda, que só pode ser assegurada por forças políticas de esquerda!

Em 30 de Janeiro, os portugueses e as portuguesas têm uma opção clara neste sentido: reforçar a CDU em número de votos e de mandatos na Assembleia da República, reforçando a capacidade e as condições para uma efetiva influência do PCP e do PEV na definição das políticas nacionais, de forma a tornar possível o prosseguimento e aprofundamento das condições para a melhoria das condições de vida da generalidade dos portugueses.

Por isso, vamos à batalha! Com determinação e com confiança!

Viva a CDU!
Viva Portugal!