No comício de sexta-feira à noite, em Faro, nas intervenções de Rosa Palma, João Oliveira e Catarina Marques e na vibrante resposta de centenas de pessoas que encheram o Grande Auditório da Reitoria da Universidade do Algarve, ficou assumido o objectivo de eleger uma deputada, tal como o apelo a que todos redobrem o empenho colocado na construção desse resultado.
Muito aplaudida fora, antes, a actuação de Ricardo J. Martins, na guitarra portuguesa, acompanhado por Cláudio Sousa (viola).
A mandatária regional da CDU e presidente da Câmara Municipal de Silves lembrou que a jornada tinha começado em São Bartolomeu de Messines, focando a defesa do Serviço Nacional de Saúde, a que se seguiu uma tribuna pública, em Lagos, dedicada aos problemas da habitação e propostas para concretizar este direito constitucional. Estes temas destacados são das principais razões pelas quais lutamos, acentuou Rosa Palma.
A população bem precisa de ver reforçada a CDU nestas eleições, sublinhou a primeira candidata na lista da coligação PCP-PEV no círculo eleitoral de Faro. Catarina Marques assinalou que o Algarve, agora fustigado pela epidemia e pelo aproveitamento que alguns fizeram dela, é uma região onde o aparelho produtivo regrediu, agravando a dependência do turismo, como monoactividade, com baixos salários, precariedade e sazonalidade.
Criticou a falta de investimento público, destacando o adiamento da construção do Hospital Central do Algarve e da requalificação da EN 125. Registou a falta de uma verdadeira rede de transportes públicos e a recusa de PS, PSD e CDS perante as propostas do PCP e a luta da população pela abolição das portagens na Via do Infante (A22).
Numa região cheia de potencialidades, Catarina Marques reafirmou a exigência da regionalização, como instrumento de desenvolvimento.
Como respostas aos atrasos acumulados, a candidata destacou algumas medidas que constam no compromisso eleitoral apresentado a 20 de Dezembro pela CDU, em Portimão.
João Oliveira considerou que a boa participação neste comício comprovou a determinação com que estamos mobilizados para a campanha eleitoral, para conquistar apoios e votos, e também para as batalhas que vão prosseguir no dia 31 de Janeiro. Para o membro da Comissão Política do Comité Central do PCP, o voto na CDU é aquele que conta para os principais objectivos que estão colocados ao povo português: a resposta aos problemas e a convergência necessária para concretizar as soluções. Desta convergência, outros fogem e ensaiam a forma de garantirem que a política de direita se concretiza, sem qualquer condicionamento.
Para a região, reafirmou a necessidade de diversificação da actividade económica, desenvolvimento do aparelho produtivo, valorização do trabalho e dos trabalhadores. O Algarve, como o PCP e a CDU têm defendido, não pode ser apenas um bom local para que muitos venham do estrangeiro e de outros pontos do País passar férias: também tem de ser um território com condições para os que cá vivem e trabalham todo o ano.
João Oliveira acusou o PS de, recusando as soluções, ter arrastado o País para eleições, na mira de uma maioria absoluta que lhe permita fugir à acção da CDU, que se comprovou como a força decisiva da CDU para fazer avançar a vida dos trabalhadores e do povo.
Hoje, salientou, está a construir-se o resultado com que a coligação mostrará ser a força decisiva para responder àquilo que devia ter tido solução há três meses e que hoje é ainda mais necessário e urgente.