A necessária viragem na política ambiental e o «acordo calado» entre PS e PSD

Sessão Pública na Marinha Grande

Sessão Pública na Marinha Grande

Sessão Pública na Marinha Grande

Sessão Pública na Marinha Grande

Sessão Pública na Marinha Grande

Sessão Pública na Marinha Grande

Sessão Pública na Marinha Grande

Sessão Pública na Marinha Grande

Sessão Pública na Marinha Grande

Na sessão pública que ao final da tarde de quinta-feira, 20, encheu por completo o salão do Sport Império Marinhense, na Marinha Grande, exigiu-se uma viragem na política ambiental. Como explicou o dirigente do PCP João Oliveira, ela passa por assegurar o "correcto ordenamento do território, abarcando várias dimensões, com enfoque na floresta, visando a prevenção de incêndios, o combate e adaptação às alterações climáticas", a defesa e conservação da biodiversidade, a salvaguarda dos recursos hídricos e a sua propriedade e gestão públicas, a redução, reutilização e reciclagem de resíduos". E, também, a defesa da produção local e a promoção do transporte público. 

A ampliação desta luta, acrescentou o também candidato pelo círculo eleitoral de Évora, é tão mais urgente quanto "sobra em propaganda o que falta numa política que considere o ambiente de forma integrada em todas as políticas sectoriais relevantes e nos objectivos de desenvolvimento do País»: sectores fundamentais à vida das populações e à economia foram privatizados - caso da água, da energia ou dos resíduos - e os "meios e possibilidades de actuação dos serviços públicos destinados ao tratamento das questões ambientais estão cada vez mais depauperados", devido à fragilização dos serviços públicos competentes. A situação da Mata Nacional (o Pinhal de Leiria) é a este respeito particularmente reveladora.

Disso tinha já falado, antes, Heloísa Apolónia, que encabeça a lista da CDU por Leiria - "uma mulher de causas e valores" e uma "ecologista determinada", como ali a caracterizou o seu companheiro de partido José Luís Ferreira. A proposta de Plano de Acção da Mata Nacional, actualmente em discussão pública, abre a porta às indústrias da celulose e da biomassa, denunciou a dirigente ecologista, defendendo: "A Mata Nacional tem de ser devolvida à população."

Em nome do PEV, José Luís Ferreira garantiu que a eleição de Heloísa Apolónia representará um "inestimável contributo para fortalecer a causa ecologista no nosso País, mas sobretudo, ela será uma incansável porta voz das preocupações e dos problemas com que as populações da Marinha Grande e do distrito de Leiria se confrontam, tanto no plano social como no plano ambiental". Com ela estará, na Assembleia da República, "a voz dos ecossistemas, da biodiversidade, dos rios, mas também das populações".

O voto que decide

Denunciou-se também, na Marinha Grande, as manobras do PS para forçar eleições antecipadas, com vistas à obtenção de uma maioria absoluta: só assim se explica, realçou João Oliveira, que nem uma das propostas do PCP e do PEV visando o reforço do Serviço Nacional de Saúde tenha sido aprovada - apesar de se estar em plena epidemia. Se algo fica já claro nesta campanha eleitoral é que PS e PSD "têm entre si um acordo tácito", calado, não declarado, que se traduz numa linha vermelha que ambos garantem não ultrapassar", a da defesa dos interesses dos grandes grupos económicos e financeiros. Bem pode o PS agigantar o "perigo da direita", mas é com o PSD que se quer entender, denunciou o presidente do Grupo Parlamentar do PCP, garantindo que o voto na CDU e só ele combate a política de direita e os projectos mais reaccionários e afirma uma alternativa de progresso e justiça social - é, concluiu, o "voto que decide naquilo que interessa à vida do povo e do País"