Retomar Abril nas eleições de 25 de Maio

Comício da CDU transbordou Coliseu dos Recreios

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Não há palavras que possam descrever fielmente o vibrante comício da CDU que encheu por completo o Coliseu dos Recreios, em Lisboa, a combatividade que dele sobressaiu, a determinação demonstrada pelas centenas de activistas presentes e a sua convicção profunda na justeza e na vitória do projecto ao qual dedicam o melhor das suas energias e capacidades: o projecto de construção de um Portugal desenvolvido, justo e soberano, o Portugal que Abriu mostrou ser possível e cuja construção encetou. Esse Abril que vive no coração do povo e que esteve presente em todo o comício: no brilhante espectáculo da Ronda dos Quatro Caminhos, nas palavras dos poetas (trazidas pela Adriana Rocha e pelo Armando Tavares Marques), na «Grândola, Vila Morena» cantada a uma só voz e num imenso abraço colectivo por todos os presentes. E, sobretudo, nas declarações – que são efectivamente reflexo de uma intervenção concreta e quotidiana – dos candidatos e dirigentes das forças que compõem a CDU, que se propõem a retomar os caminhos dessa revolução inacabada.

Foi da retoma dos valores de Abril que falou Jerónimo de Sousa quando, a dada altura da sua intervenção, garantiu que a CDU é a «única força que dá garantias de conduzir consequentemente, e levar até ao fim, a batalha pela derrota da política de direita e das forças que, em Portugal e na Europa, a protagonizam». Acrescentando em seguida ser, também, a que luta pela concretização de uma nova política para «servir o povo e o País e não a especulação, os agiotas e os grandes banqueiros» – uma política patriótica e de esquerda.

Inversamente, é contra tudo o que em Abril foi conquistado que PS, PSD e CDS têm à vez, governado o País nos últimos 37 anos. Lembrando que a situação actual do País resulta das políticas de «recuperação capitalista e restauração monopolista» aplicadas desde 1976 por estes três partidos, o Secretário-geral do PCP acusou-os ainda de «vassalagem» ao Tratado Orçamental e às restantes imposições da União Europeia. PS, PSD e CDS estiveram, lá como cá, sempre juntos no prosseguimento da política de direita. Daí a CDU ser a única «verdadeiramente alternativa ao actual rumo, seja para Portugal, seja para a Europa».

Confiança!

Antes, João Ferreira tinha já sublinhado as semelhanças entre PS e os partidos da coligação governamental. O primeiro candidato da CDU lembrou que PS e PSD juntaram-se para impor a PAC, que arruína a agricultura portuguesa; para «garantir que os lucros dos grupos económicos pagam menos impostos»; para aprovar o Tratado Orçamental, que «condena o País à dependência»; para aprovarem a Política Comum de Pescas aprofundando a destruição da frota nacional; para cozinhar um Orçamento que reduz as verbas para Portugal e condiciona ainda mais a sua utilização. A «mudança» que o PS anda a apregoar não passa, então, de uma simples «dança de cadeiras».

O voto no PS, lembrou depois João Ferreira, «não só não garante qualquer utilidade para quem quer mesmo ver derrotado e demitido o Governo como acabará lançado na parcela que soma para a continuação da submissão do País». Na verdade, afirmou o actual deputado no Parlamento Europeu, «é o PS que tem sempre escolhido e propõe-se de novo escolher esse lado a que temos dado combate, o lado da política de direita, do apoio às políticas e instrumentos da União Europeia para substituir a actual troika por uma troika com outro nome e configuração; o lado dos PEC, do pacto de agressão, do Tratado Orçamental – instrumentos de uma mesma política».

Já o voto na CDU, esclareceu o primeiro candidato, «contará para a exigência de devolução de salários e direitos», dará voz à firme defesa dos interesses do povo e do País – abrirá caminho a uma outra política, patriótica e de esquerda.

Intervieram ainda, no comício, os dirigentes do PEV (Heloísa Apolónia) e da ID (Corregedor da Fonseca) e a mandatária nacional da CDU, a antiga deputada Ilda Figueiredo, que salientou a importância que as eleições de 25 de Maio assumem para o futuro do País, apelando aos activistas da Coligação para quem através do esclarecimento consigam ganhar a confiança dos que se encontram hoje desiludidos com os partidos em quem sempre votaram.

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