João Ferreira na apresentação dos candidatos jovens da CDU

«Leva a luta até ao voto»

Com o lema «Leva a luta até ao voto», dirigido àqueles que não abdicam de construir um País diferente, uma Europa dos trabalhadores e dos povos, assumindo Abril como arma carregada de futuro, realizou-se na Casa do Alentejo, em Lisboa, a apresentação dos candidatos jovens da CDU.

Esta iniciativa contou com a presença de João Ferreira, Francisca Goulart e Susana Silva, respectivamente, cabeça de lista e candidatos da CDU ao Parlamento Europeu, que alertaram para a degradação profunda dos direitos e das condições de vida da juventude, do povo português e dos trabalhadores.

Os cortes brutais no Orçamento do Estado para a Educação - no ensino profissional, secundário e superior - e o generalizar da precariedade, com situações que roçam a escravatura, foram alguns dos exemplos trazidos, na apresentação dos candidatos, por jovens com testemunhos na primeira pessoa.

Em Portugal cerca de 40 por cento dos jovens até aos 35 anos estão desempregados e quase meio milhão não estuda e não trabalha. Estes números podem ser superiores com a emigração como única solução que se apresenta e que cresce e atinge números que nos levam à década de 60.

«A nossa situação é repleta de obstáculos nos aspectos mais elementares da vida, no acesso a direitos fundamentais, que, consagrados na Constituição da República Portuguesa, são desrespeitados», criticou Francisca Goulart, acusando PS, PSD e CDS de não quererem «fazer avançar o País com direitos. O seu compromisso não é connosco, não é com a juventude portuguesa, mas sim com o capital, com aqueles que enriquecem com a pilhagem dos nossos recursos.»

«No dia-a-dia vemos a destruição da produção nacional, a privatização dos sectores e das empresas estratégicas, vemos, portanto, um entrave cada vez maior ao desenvolvimento económico e o aumento da nossa dependência económica, nos mais variados âmbitos», acrescentou, acusando ainda os partidos da política de direita (PS, PSD e CDS) de estarem «comprometidos com a exploração, com o roubo dos salários e rendimentos, com o roubo no investimento na educação, na saúde e na cultura».

Também Susana Silva defendeu, para todos os jovens, «um presente e um futuro com direitos, a uma educação pública e de qualidade, a um trabalho digno, a habitação, ao desporto, à cultura, à qualidade de vida».

«Não podemos ser forçados a abandonar o nosso país em busca de melhores condições de vida. A juventude é um elemento que transforma a sociedade. Não encaramos as situações como sendo inevitáveis, mas sim como situações que podem e devem ser combatidas e alteradas. Somos a força e a capacidade de mudança», acentuou a candidata, frisando que a CDU «é o espaço da juventude que quer uma mudança, que luta pelos seus direitos e exige uma vida melhor».

Propostas concretas

Entretanto, no PE, os deputados do PCP defenderam que o desemprego jovem só pode ser erradicado se forem aplicadas políticas macroeconómicas, sociais e de emprego para eliminar o desemprego, a pobreza e a exclusão social.

No sentido de encontrar soluções concretas para acabar com o desemprego juvenil, os eleitos do PCP propuseram algumas medidas a ser implementadas pelos Estados-membros, nomeadamente «garantir um maior acompanhamento e fiscalização dos estágios, celebrando contractos de trabalho permanentes quando houver ocupação de postos de trabalho permanentes das entidades apoiadas», «regular devidamente os estágios profissionais, devendo estes ser enquadrados na área de formação dos estudantes e serem proibidos os estágios não remunerados» e «garantir que todos os desempregados a receber apoio serão ajudados, de forma a determinar as necessidades concretas de cada trabalhador em termos de formação, qualificação e eventual reconversão profissional, na fase de avaliação das ofertas de emprego e no período seguinte à aceitação de emprego, de forma a se verificar o cumprimento das condições estabelecidas e o grau de adaptação do trabalhador às circunstâncias».

Nos últimos cinco anos, os deputados do PCP no PE defenderam, por outro lado, que a Garantia Europeia para a Juventude se deve aplicar aos jovens até aos 30 anos, logo que fiquem desempregados, e que o financiamento atribuído para esta Iniciativa deveria ser de 21 mil milhões de euros, ao contrário dos seis mil milhões propostos pela Comissão Europeia. Esta proposta dos comunistas foi rejeitada pela maioria do PE.

Dar mais força à CDU

Por tudo isto, a 25 de Maio é dia de «levar a luta até ao voto» e de penalizar os responsáveis pela situação do País, votando na CDU e dando mais força à luta de todos os dias. «Temos pela frente um trabalho árduo, que exige muito de todos e de cada um de nós, de esclarecimento, mas também de mobilização para o voto», sublinhou João Ferreira, referindo-se, por exemplo, ao «contacto directo: jovem a jovem, colega a colega, vizinho a vizinho, familiar a familiar, camarada a camarada».

«Estas eleições são uma oportunidade para defender os interesses dos portugueses, mas são, também, uma oportunidade para dar mais força à luta para derrotar o Governo, que inferniza a vida da juventude, que lhe quer negar o futuro, e abrir caminho a uma política alternativa, que aproveite plenamente os recursos e as possibilidades do nosso país e os ponha ao serviço de um projecto de desenvolvimento, que fixe no presente e no futuro de Portugal os valores de Abril», destacou João Ferreira.

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