Força para derrotar ímpeto destruidor

Jerónimo de Sousa em Queluz

Numa campanha em que a CDU afirma os valores de Abril como centrais na construção de um Portugal de futuro, soberano e de progresso económico e social, Jerónimo de Sousa deslocou-se ao concelho de Sintra para um almoço-comício de comemoração dos 40 anos da Revolução. Cerca de 250 pessoas lotaram por completo o Salão dos Bombeiros Voluntários de Queluz, entre as quais estava Batista Alves, militar de Abril e ex-vereador da coligação PCP-PEV na Câmara Municipal.

«No período que mediou o 25 de Abril de 1974 e a tomada de posse do 1.º Governo Constitucional, em 23 de Julho de 1976, coube aos Governos provisórios a gigantesca tarefa de concretizar os objectivos do programa do MFA. (…) Vasco Gonçalves, militar de Abril, presidiu a 4 dos 5 Governos Provisórios, entre 17 de Julho e 19 de Setembro de 1975, sendo este o período mais criativo e intensamente revolucionário», começou por lembrar Baptista Alves, o primeiro a intervir na iniciativa, antes de realçar as conquistas que transformaram radicalmente Portugal e a vida de milhões de portugueses, algumas das quais perduram apesar do intenso e profundo ataque contra-revolucionário imposto por sucessivos executivos PS e PSD, sozinhos ou com o CDS.

«Estamos a oito dias de mais um importante combate: as eleições para o Parlamento Europeu», sufrágio «que se reveste de especial significado (...) porque a derrota das políticas de direita que nos conduziram à ruína será mais uma afirmação da nossa intransigência na defesa dos valores de Abril», considerou Baptista Alves ressaltando a importância de votar na CDU no próximo dia 25.

Ovo e galinha

O mote foi aproveitado por Jerónimo de Sousa, que concordou que sendo «os valores de Abril referência fundamental», é neste momento importante «lembrar que entre as conquistas da Revolução» está «o direito de eleger e ser eleito».

Para o Secretário-Geral do PCP, é compreensível que muitos portugueses se sintam desmotivados e não pensem votar, já que confiaram em partidos que os enganaram, que traíram o seu voto. «É nesse contexto difícil que travamos esta batalha», por isso «insistimos que no próximo dia 25 de Maio trata-se de eleger deputados para o Parlamento Europeu. E deputados que defendam os interesses de Portugal e dos portugueses», disse, para que o nosso País e o nosso povo tenham futuro.

Mas no dia em que Governo, Presidente da República, e candidatos da Aliança Portugal se desdobraram em propaganda sobre a suposta saída da troika, Jerónimo de Sousa aproveitou para clarificar sublinhando que FMI, BCE e UE, bem como as suas políticas e propósitos, não só não saem como «deixam cá o ovo» para «este Governo chocar».

«O ovo da política de direita, das exigências sobre o défice das contas públicas, a [alteração da] legislação laboral, a economia», pelo que, insistiu, o dia 17 de Maio não passa «de uma data».

Pelo contrário, o próximo 25 de Maio é mais que uma data no calendário. Pode e deve ser o dia de derrotar «esse ímpeto destruidor de muitas vidas dos portugueses». Ímpeto que as troikas dizem ser imparável, mas que para o secretário-geral do PCP pode ser travado. «Quando dizem que não podemos. Nós dizemos “ai podemos, podemos. Os portugueses podem!», afirmou, antes de vaticinar a derrota do PSD e do CDS nas urnas.

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