CDU é força de proposta

João Ferreira em Aljustrel

A quatro dias das eleições para o Parlamento Europeu, João Ferreira, primeiro candidato na lista da CDU, rumou ao distrito de Beja. A primeira paragem aconteceu em Aljustrel, terra mineira, desprezada pelos sucessivos governos, esquecendo que Portugal possui recursos geológicos de extrema importância, que, se fossem geridos na perspectiva dos interesses nacionais, constituiriam um importante contributo para o desenvolvimento económico do País e para a melhoria das condições da vida dos trabalhadores e do povo.

No Sindicato Mineiro de Aljustrel, acompanhado pelo também candidato José Maria Pós-de-Mina, almoçou com reformados, pensionistas e idosos, um dos sectores da população mais atingidos pela política de direita, que rouba as pensões, retira os complementos de reforma, cobra ilegalmente a Contribuição Extraordinária de Solidariedade, agrava o IRC, retira e corta nos subsídios do RSI e do Complemento Solidário para idosos e de funeral, nas pensões de viuvez, empurrando cada vez mais pessoas para a pobreza.

A todos eles, João Ferreira apelou ao voto na CDU, dando força à construção de uma política patriótica e de esquerda, para libertar o País do rumo de retrocesso social, declínio económico e dependência. No dia 25 de Maio, os trabalhadores e o povo devem utilizar o voto para penalizar quem os oprime e apoiar quem sempre esteve ao seu lado.

Os reformados, pensionistas e idosos são ainda vítimas com a degradação do Serviço Nacional de Saúde, assim como com a destruição dos transportes públicos, do aumento das rendas de casa e dos preços de bens essenciais, como a água, o gás e a electricidade. Ao mesmo tempo, assiste-se à acumulação de lucros escandalosos por parte dos grandes grupos económicos.

«90 por cento das reformas são inferiores do Salário Mínimo Nacional, e destas, muitas, estão a baixo dos 300 euros e do limiar da pobreza. Não é por acaso que entre os dois milhões e 600 mil portugueses que foram mergulhados numa situação de pobreza, uma parte significativa destes pobres, são reformados, pensionistas e idosos», ilustrou João Ferreira, criticando a «obcessão de levar mais longe este roubo aos reformados, pensionistas e idosos, que confrontou a Constituição da República e o Tribunal Constitucional».

Medidas que contaram com o apoio do PS, que agora, em campanha eleitoral, promete acabar com a TSU nos reformados. «É importante que se acabe com esta forma de roubo aos reformados, pensionistas e idosos, mas é fundamental não esquecer que para lá da TSU o assalto aos rendimentos desta camada da população se fez de muitas outras formas, nomeadamente através do IRS, do IVA, do aumento das taxas moderadoras na saúde, da diminuição da comparticipação dos medicamentos, dos cortes nos transportes, de cortes directos nas pensões e nas reformas. Necessário será que tudo o que foi roubado deve ser devolvido», destacou,

Os eleitos PCP, no Parlamento Europeu e na Assembleia da República, tem lutado pela reposição dos rendimentos roubados nas reformas e dos benefícios fiscais retirados, pela abolição da Contribuição Extraordinária de Solidariedade, pela abolição das taxas moderadoras, pela revogação da lei das rendas de casa, pelo aumento da rede de cuidados de saúde continuados, pelo aumento de todas as pensões, pela reposição do poder de compra de bens essenciais, pela reposição do desconto de 50 por cento nos transportes públicos e contra o encerramento de serviços públicos de proximidade.

«Na Assembleia da República, recentemente, em sede de debate de Orçamento do Estado, fizemos novas propostas para o aumento das reformas, de actualização de 4,5 por cento, começando pelas mais baixas, garantindo que nenhuma seria actualizada por menos de 25 euros. A verdade é que a nossa proposta foi chumbada pelo PSD, pelo CDS e pelo PS», denunciou, frisando que a CDU «é uma força de proposta realista», mas também «de luta».

Propostas do PCP

No Parlamento Europeu, os comunistas defenderam o estabelecimento de um conjunto de critérios comuns que ajudem a garantir sistemas de segurança social públicos e universais, visando reformas justas, que permitam viver com dignidade e nunca sejam inferiores ao limiar de pobreza (60 por cento do rendimento mediano de cada Estado-membro).

No balanço apresentado antes do início da campanha eleitoral, dá-se ainda conta que os deputados do PCP manifestaram uma clara oposição às propostas apresentadas pela Comissão Europeia que visam aumentar a idade da reforma e promover os produtos financeiros de seguros privados e demonstraram que é possível melhorar as pensões e reformas sem aumento da idade legal da reforma, desde que haja mais emprego com direitos, designadamente para os jovens, melhores salários, uma mais justa tributação do sector financeiro e a taxação das transacções financeiras.

Eleger mais deputados

José Maria Pós-de-Mina valorizou o «significado» e a «importância» do local onde se realizou o almoço: o Sindicato dos Mineiros, «uma classe que ao longo da ditadura soube erguer bem alto a bandeira da resistência, da luta contra o fascismo e da construção do 25 de Abril».
Na sua intervenção, o candidato referiu que até às eleições «ainda temos muito trabalho para fazer», sendo «necessário e fundamental que no próximo domingo ponhamos um fim a esta política que nos tem massacrado nos últimos 37 anos». «É importante elegermos mais deputados, com mais votos e mais percentagem», salientou, frisando que todos aqueles que ali estiveram são também «candidatos da CDU, mobilizando as pessoas, esclarecendo os nossos vizinhos, os nossos familiares, e até mesmo todos aqueles que não conhecemos».

A iniciativa contou com a presença e participação, além de João Ferreira e de José Maria Pós-de-Mina, de Carla Colasso e de Francisco Augusto, membros da Comissão Concelhia do PCP de Aljustrel, de Francisco Parreira, presidente da Associação de Reformados de Aljustrel, de Patrícia Camacho, da Juventude CDU, de Fernando Ruas, mandatário concelho, de João Narciso, da Direcção da Organização Regional de Beja (DORB) e responsável pela Comissão Concelhia de Aljustrel do PCP, de João Ramos, da DORB e deputado na Assembleia da República, de Miguel Madeira, do Comité Central, e João Dias Coelho, da Comissão Política do Comité Central do PCP.

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