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Parido Comunista Português

Intervenção de Vitor Rodrigues

Intervenção de Vitor Rodrigues no Comício de Guimarães

Camaradas e amigos,

Bem bonito é o Toural, bem bonita é a cidade de Guimarães, mas esta largo e esta cidade ficam ainda mais bonitas quando se vestem com as cores, a alegria, a determinação e a confiança da CDU, dos seus ativistas e simpatizantes, da gente que cá está para o que der e vier.

Começo com uma saudação a todos aqueles que se têm multiplicado em esforços por erguer a nossa campanha, colocando pendões e cartazes, e participando em inúmeras ações à porta das fábricas, de estaleiros, escritórios e outras dependências da administração central e local, nas feiras e mercados, e em tantos outros locais onde mais ninguém vai,

Levando mais longe, olhos nos olhos, cara a cara, a nossa mensagem, as nossas propostas, o nosso projeto transformador, e ao mesmo tempo, escutando, com ouvidos de ouvir, as inquietações do Portugal concreto que aí está e aí continua à espera de soluções.

Esse Portugal concreto desta União Europeia concreta, que não cabe nos slogans e proclamações vazias, nem nas ilusões de palavras e chavões gastos, nem nos discursos que procuram culpar os nossos semelhantes pelo estado a  que ação dos grandes grupos económicos e das grandes potências da União Europeia, conduziu o nosso país e o nosso povo.

São as pessoas deste Portugal concreto que nos falam dos baixos salários, dos aumentos salariais insuficientes, entretanto comidos pela inflação, pela especulação, pelos aumentos das rendas e das prestações da casa.

São elas que nos falam nas reformas e pensões de miséria, ao fim de quarenta ou mais anos de trabalho.

Neste Portugal concreto, e nesta região em que intervimos, está à vista desarmada de quem quer ver, a destruição de importantes setores industriais, a precariedade, o aumento do desemprego e as desigualdades salariais entre homens e mulheres, elas que são também as mais afetadas pela precariedade, pelos baixos salários e pelos despedimentos. 

Está também à vista o desmantelamento da agricultura, em particular, de produções outrora tão importante neste distrito, como é o caso do leite,  paradigma da destruição da nossa pequena e média agricultura pelos ditames da PAC.

Mas este é também o Portugal concreto que luta.

Que luta pelo direito à saúde, pela dignificação e melhoria do Serviço Nacional de Saúde, pela construção de nova ala cirúrgica no Hospital de Braga, pela construção do novo Hospital de Barcelos, pelos investimentos nos Hospitais de Guimarães e Famalicão, ou pela requalificação e reabertura da Unidade de Saúde na Apúlia.

O país concreto que luta por mais e melhores transportes públicos, pela ligação ferroviária entre Braga e Guimarães, por mais carreiras e pela articulação intermodal dos transportes. A este propósito, não é admissível, num distrito que ainda mantém importantes polos industriais, que os trabalhadores se vejam forçados a recorrer ao transporte próprio, ou que tenham de comprar passes diferentes apenas porque, nos poucos quilómetros que separam as suas casas do seu local de trabalho, mudam de comunidade intermunicipal.

Merece aqui referência à iniciativa do PCP de propor a requalificação da Nacional 103 entre Braga e Vieira do Minho, uma exigência justa e mais que necessária para as populações desta zona do distrito, sujeitas à sinistralidade rodoviária, e as únicas que continuam sem qualquer alternativa à velhinha estrada nacional.

Este é o país concreto que luta pelo aumento da produção nacional, que exige a defesa da indústria, da agricultura e das pescas. Que exige a nova barra em Esposende, e uma política agrícola mais justa para os pequenos e médios agricultores, que garanta a soberania alimentar e o fim da ditadura da grande distribuição.

Este é o país concreto que exige a construção das novas residências universitárias em Braga e Guimarães, e o alargamento da oferta pública de habitação a preços controlados, rejeitando a lógica de por o Estado a subsidiar o rentismo e os sempre crescentes lucros da banca.

Aliás, a este propósito, o Governo veio a Braga dar um ar da sua desgraça, apregoando medidas para os jovens, mas que, na prática, só beneficiam quem mais tem, e canalizam fundos públicos para quem já muito ganha. Mais do que cheques isto e cheques aquilo, os jovens, e os menos jovens, do que precisam é de políticas que garantam os direitos fundamentais consagrados na Constituição do Portugal de Abril, na habitação, na saúde, na educação, e no trabalho digno e com direitos.

É este Portugal concreto, de problemas, de anseios, mas também de luta, determinação e confiança, que queremos levar para Bruxelas, para o Parlamento Europeu e para as outras instituições da União Europeia.

É este o País e o povo que precisam de mais deputados da CDU lá, para que cá se vençam injustiças, obstáculos ao desenvolvimento e se concretizem medidas fundamentais para os trabalhadores, os jovens, os reformados, os agricultores, pescadores e pequenos e médios empresários.

E é por isso que vamos continuar a caminhar, a esclarecer, a ouvir, a conversar, a convencer, a ampliar esta mensagem de esperança de que é possível uma Europa de paz, de países soberanos iguais em direitos e com relações que os beneficiem mutuamente.

Até ao dia 9, e para lá dele, é aí que estaremos, sempre contigo, sempre convosco para o que der e vier.

Viva a CDU!

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