Ir para o topo
Parido Comunista Português

Miguel Martins, membro do Partido Ecologista «Os Verdes»

No dia 10 de Março, a CDU será reforçada, e a voz ecologista regressará à Assembleia da República

Jantar-Comício CDU

Permitam-me, antes de mais, saudar em nome do Partido Ecologista Os Verdes todos os presentes neste jantar comício. Saudação aos nossos amigos do Partido Comunista Português. Aos candidatos da CDU pelo Círculo Eleitoral de Coimbra, ao mandatário distrital da CDU, Mário Nogueira. E, uma saudação aos que, não tendo partido, aqui estão neste espaço de luta, de intervenção e de proposta que é a Coligação Democrática Unitária.

Caros amigos e companheiros,

A preservação e conservação da natureza tem vindo a ser relegada para um papel secundário, por políticas que conduzem a uma crescente desresponsabilização do Estado e do ICNF, como se constatou com a cogestão das áreas protegidas, de que é exemplo o Paúl da Arzila, modelo do PS em sintonia com o PSD, ao qual o PEV sempre se opôs, um modelo que fomenta outros interesses em vez da conservação, abrindo caminho para a sua privatização a longo prazo, como se verificou também com os Centros de Recuperação de Animais Selvagens, espalhados pelo país, que há mais de uma década vivem da caridade da ANA Aeroportos.

As políticas ambientais estão transformadas em negócios de favorecimento a grupos económicos, como demonstram:

  • a exploração de lítio;
  • os projetos ligados à produção fotovoltaica que dizimam hectares e hectares de áreas florestais e terrenos agrícolas; 
  • ou os mega projetos ligados à produção de energia eólica offshore na costa portuguesa, como é o caso da Figueira da Foz, que terá impactos na pesca e na biodiversidade, seja ao nível da fauna marinha ou das aves migratórias.

A promiscuidade entre o poder económico e o poder político, nomeadamente em projetos pouco transparentes ligados à exploração dos recursos naturais e à produção de energia, cria as condições favoráveis à corrupção;

A nível económico e social, a situação é igualmente problemática.

O SNS está caótico, não responde às necessidades dos utentes, tem falta de profissionais e continua-se a favorecer o setor privado, em vez de se investir no público;

A habitação está a preços incomportáveis e a especulação imobiliária continua a ser estimulada;

A educação tem uma carência real de professores e de rejuvenescimento do corpo docente, sendo que 92 mil estudantes não tinham todos os professores no início do ano letivo;

O número de pessoas que vivem em risco de pobreza tem aumentado, atingindo cerca de 10% da população; uma em cada dez pessoas.

Os salários e as pensões em Portugal são extraordinariamente baixos e a falta de perspetivas de uma vida com qualidade leva muitos jovens qualificados a emigrar;

Enquanto isso, a banca foi acumulando 11 milhões de euros por dia e os grupos económicos da área da energia ou da distribuição obtêm lucros como há muito não atingiam.

Estes são apenas alguns exemplos que ilustram bem por que razão o país não aguenta mais!

PS, PSD e CDS já demonstraram claramente que manterão ou fomentarão sempre estas injustiças, como têm feito alternadamente há décadas. As derivações de direita, nascidas no ventre do PSD e CDS, também já demonstraram no Parlamento que não querem alterar as políticas que sustentam o sistema das desigualdades e da supremacia dos negócios dos grandes grupos económicos em detrimento dos objetivos ambientais e sociais. Esta é geneticamente a política de direita.

Em política não há inevitabilidades – há escolhas, há opções! Por isso, é possível mudar de política, é possível alcançar resultados bem diferentes, que promovam o desenvolvimento sustentável do país.

Esta é uma oportunidade que não podemos desperdiçar. 50 anos depois do 25 de abril, está mais do que na hora, esta é a hora de exigir políticas justas, que cumpram a Constituição da República Portuguesa, que implementem a igualdade, a liberdade, os direitos fundamentais, a qualidade ambiental, a democracia, o progresso.

O PEV sempre foi, no Parlamento, a voz ativa na defesa coerente da justiça ambiental e da justiça social. É fundamental que esta voz determinada e consequente regresse ao Parlamento para que a agenda ecologista seja marcante e constante, para que o ambiente – o suporte da vida – seja priorizado e não negligenciado.

Estamos convictos que no dia 10 de março a CDU será reforçada e que a voz ecologista regressa à Assembleia da República.

Reforçar a CDU é lutar por mais e melhores condições de vida para todos, e isso, é possível. Não, não estamos condenados apenas a sobreviver, enquanto uns poucos enriquecem. É possível conquistarmos mais qualidade de vida, melhores salários, mais e melhores respostas nos serviços públicos, mais e melhor salvaguarda do ambiente e proteção da Natureza. 

Companheiros e amigos,

Por último, gostaria ainda de salientar que reforçar a CDU é reforçar a luta pela defesa do Ambiente que implica, igualmente, reforçar a luta pela PAZ, não desistiremos de lutar por ela, de lutar pela PAZ em todo o Mundo.

Quando todos, quando todos os povos vivem em PAZ, Vivemos MELHOR!

Viva a CDU! 

Partilha