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Parido Comunista Português

O país do PS (e de PSD, IL e Chega) está bem expresso no Algarve: em plena seca severa o Governo PS pondera permitir a rega de campos de golfe enquanto limita água para a produção de alimentos

Um país entregue ao turismo e à agricultura super-intensiva, duas monoculturas que secam e destroem recursos naturais e onde se super-explora quem neles trabalha, enquanto se destrói capacidade produtiva e se assiste à emigração de 30% dos jovens. Eis o retrato do país que PS, PSD e CDS construíram (e com que Chega e IL não querem nem irão quebrar) em nome dos interesses quer dos grupos económicos que acumulam lucros astronómicos nestas mono-culturas, quer da UE cumprindo o papel subalterno, dependente e atrasado a que destinou o país. Um retrato que tem no Algarve uma expressão particularmente crua.

Este foi ideia central presente no encerramento do dia de campanha no Algarve, marcado por um encontro com pequenos agricultores em Silves, onde se discutiu a preocupante situação de seca na região com dezenas de contributos de agricultores a deixarem bem expressas as dramáticas repercussões na produção agrícola. 

Durante o encontro, Paulo Raimundo relembrou que "Se nenhum governo controla a chuva, não é menos verdade que os vários governos fizeram orelhas moucas aos alertas dos agricultores e do PCP".

O Secretário-Geral do PCP enfatizou a gravidade da situação, destacando a seca prolongada que assola a região há pelo menos dois anos, denunciando a falta de ação dos sucessivos governos em seis áreas cruciais que contribuíram para a crise hídrica no Algarve. Estas áreas incluem a permissão de construção de unidades de golfe com elevados consumos de água, o licenciamento de explorações intensivas de culturas não autóctones, a ausência de reflorestação de áreas ardidas, a falta de construção de reservatórios de água, o abandono da agricultura familiar e o desmantelamento do Ministério da Agricultura.

Também presente no encontro, Catarina Marques, 1.ª candidate por Faro, relembrou que o PCP propôs, por diversas vezes e atempadamente,  medidas que assegurassem o combate às situações de seca, medidas sucessivamente chumbadas pelo PS e PSD.

Paulo Raimundo encerrou encontro destacando a importância de fortalecer a CDU nas próximas eleições para a Assembleia da República, agendadas para 10 de Março, como a forma mais sólida de garantir um país soberano que é mesmo que dizer, um país que defenda o seu aparelho produtivo, a sua soberania alimentar, a capacidade de prever, antecipar e mitigar os efeitos das alterações climáticas fora dos constrangimentos do lucro de alguns. Um país melhor para uma vida melhor.

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