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Parido Comunista Português

Intervenção de António Souto, candidato e membro do PEV

É possível mudar de política, é possível alcançar resultados bem diferentes, que promovam o desenvolvimento sustentável do país

Jantar-Comício em Mangualde

Boa noite, a todos.

Permitam-me, antes de mais, saudar em nome do Partido Ecologista Os Verdes todos os presentes neste caloroso comício. Saudação aos nossos amigos do Partido Comunista Português, aos candidatos, ao mandatário distrital.  Saudação aos que, não tendo partido, aqui estão neste espaço de luta, de intervenção e de proposta que é a Coligação Democrática Unitária.

Caros amigos e companheiros,

Estando aqui em Mangualde, não poderia começar a intervenção sem referir a luta persistente do PEV e da CDU em defesa dos recursos hídricos neste concelho. Nos últimos anos, Os Verdes levaram a cabo mais de uma dezena de iniciativas e visitas para denunciar para os atentados ambientais provocados pelas ETAR da Lavandeira e de Cubos. Com a pressão do PEV e da CDU, aqui e no Parlamento, uma década e meia depois a fossa da Lavandeira já foi encerrada e a ETAR de Cubos, depois de reabilitada, está prestes a entrar em pleno funcionamento. 

Mangualde é um exemplo claro da importância e falta que fazem deputados de Os Verdes na Assembleia da República. Sem deputados ecologistas, a luta persistente e a defesa dos recursos hídricos quase desapareceram do Parlamento.

Tal como a preservação e conservação da natureza que tem vindo a ser colocada num papel marginal, por políticas que conduzem a uma crescente desresponsabilização do Estado, como se constatou com a cogestão das áreas protegidas, um modelo do PS em sintonia com o PSD, ao qual o PEV sempre se opôs. Uma opção que fomenta os interesses económicos em vez da efetiva conservação da natureza, abrindo portas para a sua privatização. 

As políticas ambientais estão transformadas em negócios de favorecimento a grupos económicos, como demonstram os projetos ligados à produção de energia, pintados de verde. São exemplo os grandes projetos fotovoltaicos que estão a ser implementados no país e que dizimam hectares e hectares de floresta e de solos com potencial agrícola, ou os projetos pouco transparentes ligados à exploração de lítio, com impactos nos ecossistemas, nos territórios e contra a vontade das populações locais. 

Os Verdes foram o primeiro partido no país a alertar e a denunciar para os impactos da prospeção e exploração de lítio. Desde a primeira hora estamos ao lado da defesa das populações e da salvaguarda do ambiente. Estando em Mangualde, é importante relembrar que, face à pressão que tem sido exercida sobre este recurso mineral, toda a envolvente da Serra da Estrela, inclusive este município, está no iminente caminho da prospeção e exploração de lítio. 

É importante salientar que a população de Mangualde ainda se lembra do que foi a exploração de urânio na Cunha Baixa e os impactos para a saúde e para a sua qualidade de vida.

Há quinze dias, o Ministério Público veio dar razão ao Partido Ecologista Os Verdes, ao defender que o Estudo de Impacte Ambiental da Mina do Barroso deveria anulado. A promiscuidade entre o poder económico e o poder político, nomeadamente em projetos pouco transparentes ligados à exploração dos recursos naturais e à produção de energia, cria as condições favoráveis à corrupção que é necessário travar

Alguns falam em corrupção para iludir eleitores, mas, não passa de uma manobra de ilusionismo quando eles próprios fazem parte dessa teia de promiscuidade entre o poder económico e o poder político.   

Caros companheiros e amigos,

A situação económica e social é problemática. 

O SNS está caótico, não responde às necessidades dos utentes, tem falta de profissionais e continua-se a favorecer o setor privado, em vez de se investir no público;

A habitação está a preços incomportáveis e a especulação imobiliária continua a ser estimulada.

A educação tem uma carência real de professores. 92 mil estudantes não tinham todos os professores no início do ano letivo;

Uma em cada dez pessoas vive em risco de pobreza;

Os salários e as pensões em Portugal são baixos, não suportam o aumento do custo de vida;

A precariedade e a falta de perspetivas empurram muitos jovens qualificados para a emigração;

Enquanto, os grandes grupos económicos ligados à banca, à energia e à distribuição vão acumulando 25 milhões de euros de lucro por dia, lucros como há muito não atingiam.

Estes são apenas alguns exemplos que ilustram bem por que razão o país não aguenta mais!

PS, PSD e CDS já demonstraram claramente que manterão ou fomentarão sempre estas injustiças, como têm feito alternadamente há décadas. As derivações de direita, nascidas no ventre do PSD e CDS, também já demonstraram no Parlamento que não querem alterar as políticas que sustentam o sistema das desigualdades e da supremacia dos negócios dos grandes grupos económicos em detrimento dos objetivos ambientais e sociais. 

Esta é geneticamente a política de direita.

Mas em política não há inevitabilidades – há escolhas, há opções! Por isso, é possível mudar de política, é possível alcançar resultados bem diferentes, que promovam o desenvolvimento sustentável do país.

E esta é uma oportunidade que não podemos desperdiçar! 50 anos depois do 25 de abril, está mais do que na hora, esta na hora de exigir políticas justas, que cumpram a Constituição da República Portuguesa, que efetivem os direitos fundamentais, a igualdade, a liberdade, a qualidade ambiental, a democracia, o progresso.

Com Os Verdes e com a CDU é possível mudar de política, é possível alcançar resultados bem diferentes, que promovam o desenvolvimento sustentável do país que passam por:

  • Mitigar e promover a adaptação às alterações climáticas; 
  • Preservar a biodiversidade, 
  • Diminuir a pegada ecológica; 
  • Garantir o direito à habitação, 
  • Salvar o Serviço Nacional de Saúde, 
  • Defender uma escola pública de qualidade, 
  • Estimular o acesso à cultura, 
  • Promover a igualdade, 
  • Fomentar uma justa repartição da riqueza, 
  • Combater a corrupção e garantir a transparência.

Estamos convictos que no dia 10 de março a CDU será reforçada e que a voz ecologista regressa à Assembleia da República.

Reforçar a CDU é lutar por mais e melhores condições de vida para todos. É possível conquistarmos mais qualidade de vida, melhores salários, mais e melhores respostas nos serviços públicos, mais e melhor salvaguarda do ambiente e proteção da Natureza.

O ambiente de hoje é o pão do amanhã!!!

É possível garantir a preservação dos recursos hídricos, é possível reforçar a rede de transportes públicos e redução dos preços dos passes sociais, é possível a ligação de Viseu à rede ferroviária, é possível a reposição das SCUT, é possível dar condições e dignidade aos médicos, enfermeiros, professores, forças de segurança... é possível sim, com o reforço da CDU!

Viva o PEV! 
Viva a CDU! 

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