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Parido Comunista Português

Intervenção de Paulo Raimundo, Secretário-Geral do PCP

É hora de voltar, a bem deste povo, a eleger a Alma Rivera e voltar a dar voz ao povo do Distrito de Évora

Camaradas e amigos, 

Estamos a construir, aqui em Arraiolos e no Distrito de Évora, na acção de contacto, esclarecimento e mobilização, um importante resultado eleitoral para este maravilhoso povo alentejano, para os trabalhadores, para o País e para a CDU. 

Nesta batalha eleitoral estão empenhados, por todo o País, milhares de activistas da CDU- comunistas, ecologistas, homens e mulheres sem filiação partidária- que, tal como todos os que se encontram nesta sala, se multiplicam em iniciativas, em contactos, 
em conversas para alcançar o maior número de votos para a CDU. 

Está muita coisa em causa nestas eleições.

É nossa responsabilidade alertar toda a gente, os trabalhadores, os reformados, os jovens, os pequenos empresários, os agricultores, todos, mesmo todos, para o significado da opção de voto de cada um.

Os últimos dois anos de maioria absoluta do PS foram um passo atrás em grande parte dos problemas e um recuo completo nas matérias que há muito tínhamos vindo a alertar - saúde, habitação e salários.

A grande questão que se coloca é saber, se isto vai continuar assim, se vai ser ainda pior ou se, com a força do povo, damos um passo decisivo para a mudança real que se impõe.

Uma mudança que se exige e que faz as opções que têm de ser feitas, a opção de dar um feroz combate às injustiças e desigualdades, desde logo, enfrentando os interesses dos que se acham os donos disto tudo.

Esses grupos económicos e os seus partidos que apostam tudo no aprofundamento das injustiças, na degradação dos serviços públicos, no assalto ao Serviço Nacional de Saúde, na degradação da Escola Pública, na “mina de ouro” em que, nas mãos da banca e dos fundos imobiliários, se transformou a habitação. 

Esses grupos económicos e multinacionais que querem continuar a impor ainda mais os baixos salários e pensões. 

Querem pôr ainda mais o País nas suas mãos e torná-lo ainda mais dependente.

Querem tomar de assalto mais empresas e sectores estratégicos de domínio público, como a TAP e a CGD, e querem  pôr as mãos na Segurança Social e no dinheiro dos trabalhadores. 

Querem garantir rendas para as próximas décadas com a manutenção das Parcerias Público Privadas rodoviárias e com novas PPP, nomeadamente na Saúde, como alertámos no Sábado passado na visita às obras do Hospital Central do Alentejo. 

Querem promover, ainda mais as concepções reaccionárias.

É esse o projecto da direita, é esse o projecto do PSD, do CDS, da IL e do Chega- o projecto da Troika- que foi interrompido em 2015, 
com o contributo decisivo da CDU, e que agora pretendem retomar.

Perante esta realidade, perante estes perigos, o PS encolhe-se. Pesa-lhe na consciência as suas opções, as suas permanentes cedências aos poderosos, aos chamados mercados, ao neoliberalismo e militarismo que emana da União Europeia, aos lucros da banca, da EDP, da GALP. 

Pesa-lhes na consciência a realidade dos trabalhadores com salários que não chegam para enfrentar o brutal aumento das prestações da casa, da factura da electricidade e dos combustíveis.

Só há uma razão para o aparente remorso do PS, o próprio PS, as suas e só as suas opções bem visíveis nestes últimos dois anos de maioria absoluta.

Este é o momento de fazer opções e de obrigar o PS, com a força que a CDU tiver, a vir às respostas e soluções que por sua opção própria, como demonstra a história, nunca virá.
O voto na CDU vale por aquilo que propõe, por aquilo que rejeita e pelo que condiciona outros.

É o voto de combate à  exploração, à precariedade, à pobreza, e que valoriza os salários, as pensões, o trabalho e os trabalhadores, os reformados e a juventude.

É o voto que não se conforma com as injustiças e desigualdades e que quer uma mais justa distribuição da riqueza.

É o voto que defende o SNS e enfrenta o negócio da doença.

É o voto contra os benefícios fiscais aos grupos económicos, o voto que exige mais justiça fiscal e melhores serviços públicos.

É o voto que vai pôr fim à “Lei dos despejos” e que denuncia os lucros milionários da banca. É o voto que baixa rendas e prestações, e avança com mais habitação pública.

É o voto e a única garantia que o País não é vendido a retalho, que não aceita mais privatizações e mais corrupção. É o voto pela soberania, que não se ajoelha perante a União Europeia.

É o voto pela Paz em todo o lado, incluindo na Ucrânia e na Palestina.

É um voto contra a guerra, a corrida ao armamento, a barbárie e o ódio, ainda ontem bem visíveis no massacre de centenas de Palestinianos por parte do exército israelita, quando tentavam aceder a ajuda humanitária.

Um crime ao qual ninguém pode ficar indiferente.
São já mais de 100 mil vitimas palestinianas, na sua maioria crianças e mulheres e entre mortos, feridos e desaparecidos. Crime em que os EUA e a UE têm também as mãos manchadas de sangue.

É preciso pôr fim ao massacre e ao genocídio que está em curso na Palestina, é urgente um cessar fogo imediato e permanente e ajuda humanitária à população palestiniana.

CDU é o voto da oposição à maioria absoluta do PS. 

É o voto, a única garantia dos democratas, que faz frente aos projectos e forças reaccionárias. Essa forças que o que querem é o regresso a esse passado sombrio. 

Cada voto na CDU é menos um voto nas forças reaccionárias, é menos um voto na política da maioria absoluta do PS.

Cada voto na CDU é um voto que determina o caminho do qual o País nunca deveria ter saído: o caminho dos valores de Abril.

Esses valores, esse projecto de presente e de futuro, essa resposta às necessidades de mais de 3 milhões de reformados e pensionistas. 

Homens e mulheres que trabalharam uma vida inteira, muitos deles que começaram uma vida de trabalho quando ainda deviam estar na escola e para quem a vida nunca foi, nem é fácil.

Os reformados deste País têm direito a serem respeitados e a um envelhecimento com qualidade de vida.

O aumento da esperança de vida não é um problema nem um encargo: é um avanço da civilização.

As opções do PS e do PSD foram, ou de conter, ou de cortar no valor das reformas.

Com excepção do período em que estas aumentaram – entre 2017 e 2021 - por acção decisiva da CDU, as reformas e pensões estiveram congeladas ou foram pouco valorizadas. 

Não admira que tantos e tantos idosos estejam hoje na pobreza ou sintam privações severas nas suas vidas.

Queremos aqui reafirmar o nosso compromisso com quem trabalha e trabalhou uma vida inteira. 
O compromisso pelo aumento extraordinário das pensões, garantindo 7,5% de aumento, com um mínimo de 70 euros e com efeitos retroactivos a Janeiro deste ano, incluindo a quem se reformou no ano passado. 

O compromisso de garantir o justo acesso à reforma sem penalizações para quem tenha 40 anos de descontos. 

O compromisso e a garantia de levar por diante uma rede pública de equipamentos e serviços de qualidade, incluindo em lares, centros de dia e apoio domiciliário.

O compromisso de defesa e valorização do Serviço Nacional de Saúde, respondendo de forma particular aos reformados que tantas vezes não têm acesso aos cuidados e tratamentos.  

Só SNS pode responder às necessidades da população. O negócio da doença é isso e só isso: um negócio que vive da doença e do dinheiro dos utentes. Quem tem dinheiro é cliente, quem não tem, azar. É este o princípio e mais nenhum.

O privado responde ao negócio, não responde nem à saúde pública, nem aos direitos dos seus próprios trabalhadores.

Ainda hoje assistimos, e daqui expressamos a nossa solidariedade com a luta dos profissionais do Hospital de Cascais que está entregue ao privado. Uma luta pelas carreiras, uma luta pelos salários, pela contratação colectiva, pelas 35h, contra a pressão de que são alvo. E, pasme-se, pela integração do hospital no SNS.

Uma luta, como tantas outras que estão em curso, pelo respeito por quem trabalha, por quem põe o País todos os dias a funcionar, por quem cria a riqueza.

Quem trabalha merece melhor. Quem produz merece uma parte maior da riqueza que é criada a partir do seu esforço físico e intelectual.

Ainda hoje isso ficou bem visível no contacto que tivemos com os trabalhadores na Aer NOVA, em Évora. Três turnos, 8 mais 8 mais 8 horas; operários especializados que constroem material aeronáutico e a grande maioria faz parte do “clube” dos 3 milhões de trabalhadores que ganham até 1000 euros de salário por mês.

Isto não pode continuar assim. Basta de injustiça. Basta de injustiça na distribuição da riqueza criada, basta de milhões e milhões de euros concentrados nas mãos de uns poucos enquanto muitos estão cada vez mais apertados.
 
Veja-se o sector financeiro e a banca. 12 milhões de euros por dia  ao mesmo tempo que milhares de pessoas estão apertadas com as prestações da sua casa.

Milhões e milhões de euros de lucros para distribuir aos accionistas e para os trabalhadores, para quem garante todos os dias o funcionamento da operação da bancária e do sector, para quem tem de dar a cara aos clientes, para os trabalhadores só migalhas.

Daqui saudamos a grande jornada de hoje dos trabalhadores da Caixa Geral de Depósitos. Uma grande jornada pelos salários, pelas carreiras, pelo respeito que merecem, pelo verdadeiro serviço público que é exigido ao banco público. Uma grande jornada de luta, que é um exemplo e um sinal de esperança para a exigência de todos os trabalhadores, também do sector financeiro.

Tal como ontem estivemos, hoje e amanhã estaremos nessa luta, por essa vida melhor a que todos temos direito.

O que cada um que aqui está e os que nos ouvem sabem, por experiência própria, é que quando tivemos menos força, menos votos, menos Deputados, a vida andou para trás.

Quando tivemos mais força, mais votos, mais deputados, mais força houve para aumentos extraordinários de pensões, a redução das taxas moderadoras na saúde, manuais escolares gratuitos, passe social intermodal ou creches gratuitas.

É hora da vida de cada um avançar. É hora de aumentar salários e pensões. É hora de pôr fim, e de uma vez por todas, à discriminação salarial das mulheres. É hora da vida melhor a que todos temos direito, é hora de dar mais força à força que faz falta, é hora de dar mais votos à CDU.

É hora de voltar, a bem deste povo, a eleger a Alma Rivera e voltar a dar voz ao povo do Distrito de Évora. Dar força à CDU e voltar a eleger um deputado da CDU pelo distrito de Évora: este é o desafio que nos está colocado. A nós e a todos os que, independentemente do seu voto há dois anos, hoje percebem que a solução para uma vida melhor passa pelo reforço do PCP e da CDU.

Nos próximos dias, e até às eleições, cabem ainda muitas conversas. Podemos falar com muitos amigos, muitos familiares, muitos vizinhos e muitos colegas.

É para este desafio que estão convocados os democratas e patriotas, todos quantos cá vivem e trabalham, todos os que por esta ou aquela razão desacreditaram e que estão justamente indignados e zangados. 

Estão todos convocados para, com a sua acção, luta e voto na CDU, abrirem o caminho necessário: o nosso caminho, o caminho de Abril.

Viva a Juventude CDU!
Viva a CDU!
Viva Abril!

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