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Parido Comunista Português

Intervenção de Mariana Silva, membro da Comissão Executiva do PEV

Com mais força, com mais vozes, com mais propostas, mais iniciativas, será possível engrossar a luta pela defesa do Ambiente


Permitam-me, antes de mais, saudar todos em nome do Partido Ecologista Os Verdes. 

Uma saudação que quero dirigir em particular aos nossos amigos do Partido Comunista Português e da Intervenção Democrática, nossos aliados de tantas lutas em defesa das pessoas, do ambiente e da biodiversidade. Saudação aos que, não tendo Partido, aqui estão, neste espaço de luta, de intervenção e de proposta que é a Coligação Democrática Unitária.

Quem diria que, menos de dois anos depois da obtenção pelo PS da maioria absoluta, que pediu aos portugueses para lhe garantirem as condições para cumprir o seu programa, aqui estaríamos outra vez, a reafirmar o compromisso dos ecologistas portugueses com este projecto plural, e de convergência de preocupações diversas que é a CDU, com vista a umas novas eleições legislativas!

Será preciso apelar à memória. 

Com mais força da CDU, com uma maior capacidade de condicionamento por parte do PEV e do PCP, foi possível conquistar medidas importantes para a defesa da floresta, para o transporte público coletivo, para a economia das famílias portuguesas, para o bem-estar animal, para a igualdade. 

Não satisfeito, o PS apresentou-nos, em 2022, um Orçamento do Estado que dizia ser o mais à esquerda de sempre, mas que, como na altura explicámos, significava, por exemplo, o retrocesso dos investimentos que eram inadiáveis nos serviços públicos como a Saúde e a Educação. 

O PS e o Presidente da República precipitaram eleições, e o PS teve maioria absoluta. 

Pois bem, esse grande resultado do PS foi um grande problema na vida das pessoas. 

O aumento do custo de vida sem resposta, o desinvestimento no SNS, a continuada desvalorização da carreira dos professores deixando milhares de alunos sem aulas a pelo menos uma disciplina, a falta de investimento nos transportes públicos coletivos em todo o país, o desinvestimento na proteção do Ambiente e a falta de transparência em processos complexos como no caso da prospeção e exploração de lítio. 

A maioria absoluta serviu para aprovar o Simplex Ambiental, favorecendo aqueles que veem na destruição, sem limites, da natureza o aumento dos seus lucros. 

Facilitar a implementação de projetos delapidadores da biodiversidade em áreas protegidas, projetos que colocam em causa, irreversivelmente, a qualidade de vida das populações e as suas tradições, consubstancia um ataque gravíssimo à biodiversidade, aos solos, à água, e a zonas de agricultura de montanha que desempenham um papel fundamental como sumidouros de carbono.

Medidas que contaram com a resistência das populações, que tiveram ao seu lado Os Verdes valorizando o seu envolvimento nos processos de desenvolvimento das suas regiões, em equilíbrio com a proteção e conservação do património natural.  

Nestes dois anos, não baixámos os braços e continuámos o único caminho que conhecemos, o da luta Ecologista. 

Companheiros e amigos

Os Verdes celebram, há poucos dias, o seu quadragésimo primeiro aniversário de um percurso marcado pela defesa de políticas responsáveis e com Futuro, antecipando os problemas que afetam o Ambiente, a qualidade de vida e bem-estar dos cidadãos, o Planeta ao qual chamamos casa.

O vasto património de propostas e lutas do Partido Ecologista Os Verdes, colocam-nos na vanguarda das soluções ecologistas. Hoje, como há 41 anos, são muitos os motivos para lutar por um País socialmente mais justo e ambientalmente mais equilibrado.

Mas hoje é inadiável definir medidas transversais e agir para uma mudança que traga soluções para a emergência ecologista.

É também por isso que aqui estamos. Porque o reforço de votos na CDU, porque o regresso dos Verdes à Assembleia da República, é a verdadeira solução para dar voz aos problemas dos portugueses. 

É hora de se retomar na Assembleia da República uma voz ecologista de defesa do reforço das instituições que têm como responsabilidade a fiscalização ambiental, de uma floresta autóctone combatendo as monoculturas, de práticas biológicas na agricultura, com vantagens para consumidores, produtores e para os solos, da Água Pública, do apoio ao bem-estar animal, de medidas justas e adequadas à adaptação às alterações climáticas, de defesa do transporte público colectivo, de políticas para a mobilidade sustentável.

De nada adianta ir para as COP, umas atrás das outras, prometer mais sustentabilidade, mais descarbonização, afirmar que Portugal cumprirá as metas dessa descarbonização em 2030, quando PS, PSD e CDS destruíram uma boa parte da nossa ferrovia e as populações continuam a ver os comboios passar, quando não temos ligação à Europa de comboio, por opção do PS

Medidas e opções só alcançáveis com mais deputados da CDU. 

Com mais força, com mais vozes, com mais propostas, mais iniciativas, será possível engrossar a luta pela defesa do Ambiente, das condições de vida, da habitação, dos direitos laborais, a igualdade, a educação, a saúde, a justiça. 

Mais vozes da CDU para defender a justiça social, para se baterem pela justiça ambiental, na Assembleia da República, mas igualmente na Assembleia Regional dos Açores, e no Parlamento Europeu, cujas eleições disputaremos lado a lado. 

Companheiros e amigos,

Recusamos que a maioria seja condenada apenas a sobreviver, enquanto uns poucos enriquecem. É possível conquistar mais qualidade de vida para os portugueses e para quem escolheu viver me Portugal, eliminar as desigualdades de género e das minorias, assegurar mais e melhores respostas nos serviços públicos. 

E, não queria deixar de o sublinhar, é possível defender e conquistar a Paz, não desistiremos de lutar por ela, pela Paz em todo o Mundo. 

Viva a CDU!

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