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Parido Comunista Português

Intervenção de Paulo Raimundo, Secretário-Geral do PCP

Beja precisa de João Dias no Parlamento

Comício em Beja

Camaradas e amigos,
 
Uma grande saudação a todos vós, aos nossos aliados do Partido Ecologista “Os Verdes” e da Associação Intervenção Democrática, aos muitos democratas e patriotas que connosco lutam por uma vida melhor, aos trabalhadores e ao povo do Distrito de Beja.

Aqui estamos, nesta terra de luta pelo trabalho e pelo pão, nesta terra que enfrentou durante séculos a servidão, e que, com a força desta gente, levou por diante grandes avanços, realizações e conquistas com a revolução de Abril.
 
Esta terra que conta e que faz parte do património de intervenção da CDU, pela sua ligação aos problemas e aspirações deste povo, e às imensas potencialidades desta região. Potencialidades sucessivamente postas em causa pela política de direita.

É isto, as potencialidades que existem, as opções políticas erradas, os responsáveis pela situação a que chegámos, que está em causa nas eleições de dia 10 de Março.

Aqui chegamos com dois anos perdidos pela mão da maioria absoluta do PS, dois anos em que a maioria absoluta do PS se preocupou mais em roubar as bandeiras ao PSD, ao CDS, ao Chega e à IL, do que em resolver os problemas do povo.

PSD, CDS, Chega e IL tinham a bandeira da contenção salarial, e o PS roubou-a.

Eles que sempre tiveram a bandeira dos favores ao grande capital, e o PS hasteou-a.

Eles queriam contas certas com o capital à custa do desacerto da vida do povo, e o PS foi ainda mais longe.

Eles desejavam manter a caducidade da contratação colectiva e a “Lei dos despejos”, e o PS levantou bem alto essa bandeira.

O PSD e o CDS pararam as obras de construção do IP8, e pela mão do PS as obras continuam paradas.

Mas as bandeiras dos trabalhadores e do povo são outras, e são essas que são precisas hastear. As próximas eleições são uma oportunidade para isso mesmo.

Uma oportunidade para acabar com a maioria absoluta do PS  que se revelou incapaz de resolver os graves problemas e desafios que estiveram, e estão colocados ao País, aos trabalhadores e ao povo.

As eleições são uma oportunidade para travar este rumo que o PS já afirmou que quer prosseguir.

Assim como são uma oportunidade para fazer frente ao PSD e ao CDS, esses saudosistas, e pelos vistos orgulhosos, do tempo sombrio da Troika. 

Desse tempo onde a palavra de ordem era cortar, mas cortar sempre nos mesmos.

O tempo da política da tesoura de poda para a maioria e da tesoura de papel e sem pontas bicudas para não aleijar os grandes interesses.

As eleições são uma oportunidade para desmascarar o Chega e a IL, que também suspiram pelos tempos da Troika e até por tempos mais distantes.

Independentemente da conversa e da gritaria que fazem, mais não são do que lebres nesta corrida de fundo, nesse objectivo de aprofundar ainda mais a política de baixos salários, de perda de poder de compra, de aumento das injustiças e desigualdades e de concentração de riqueza nas mãos de uns poucos. 

Perante a realidade do País os grupos económicos, os grandes senhores do dinheiro, há muito fizeram a sua opção. 

Os grupos económicos não fazem parte dos “indecisos”. Já decidiram e tudo farão para continuarem a ter na Assembleia da República o número suficiente de Deputados que responda aos seus interesses, que garantam os baixos salários, as benesses fiscais, o negócio da doença, as rendas certas das PPP,  as mãos na TAP, os apoios ao agro-negócio, enquanto os pequenos agricultores estão cada vez mais apertados pela ditadura da grande distribuição.

Os grupos económicos há muito que fizeram a sua opção e não é com o PS, nem com o PSD, o CDS, o Chega ou a IL que estão preocupados. 

O que os assusta é a possibilidade da força e dos Deputados da CDU lhes trocarem as voltas, tal como trocaram em 2015. 

O que eles temem é que cresça o número de Deputados como o João Dias, daqueles que não se curvam e enfrentam os seus interesses, os seus lucros e privilégios, os que se acham donos disto tudo.

O País precisa de uma mudança a sério e essa mudança só pode ser alcançada dando mais força à CDU.

A CDU faz falta e faz falta dar mais força à CDU.

A CDU faz falta, e faz falta dar mais força à CDU, para valorizar o trabalho e os trabalhadores, para aumentar os salários em 15%, num mínimo de 150 euros, e fixar o Salário Mínimo Nacional em 1000 euros já este ano. 

A CDU faz falta, e faz falta dar mais força à CDU, para garantir e concretizar os sonhos e aspirações de uma juventude que não está condenada a ter uma vida pior que a dos seus pais.

A CDU faz falta, e faz falta dar mais força à CDU, para combater projectos e concepções reaccionárias. 

Para defender e afirmar os valores de Abril, da liberdade, da democracia e da paz. A CDU faz falta, e faz falta dar mais força à CDU, para contribuir para a convergência dos democratas, dos patriotas, das forças que querem cumprir e fazer cumprir a Constituição da República.

Quando tivemos menos votos, menos Deputados, menos força houve para avançar e determinar a melhoria das condições de vida.

Quando tivemos mais votos, mais Deputados, mais força houve para aumentos extraordinários de pensões, redução das taxas moderadoras na saúde, manuais escolares gratuitos, passe social intermodal ou o fim do PEC para as MPME.

Como sempre, é o reforço da CDU que conta para o aumento extraordinário das pensões, de forma extraordinária em 2024, garantindo 7,5% de aumento, com um mínimo de 70 euros e com efeitos retroactivos a Janeiro, incluindo para quem se reformou no ano passado.

É preciso tratar com dignidade e respeito quem trabalhou uma vida inteira, é preciso que quem tenha 40 anos de descontos tenha direito à reforma sem qualquer penalização.

O que se impõe é defender o SNS, reforçá-lo, com um investimento real e concreto que valorize os seus profissionais, que dê resposta às necessidades de toda a população.

O que se impõe é outra política de habitação.

O que se impõe é levar por diante os investimentos necessários para que o País possa avançar e não continuar a atrasar-se.
 
As obras públicas marcam passo, os anos passam e apenas ficam as promessas, como em Beja onde ainda esperamos a ligação à autoestrada. 

Os Alentejanos têm, como todos, defeitos e virtudes, e se há virtude  que lhes é reconhecida é a paciência, mas há limites. Já é demais a espera pela conclusão do IP8, pela dinamização do transporte ferroviário e já é demais o desaproveitamento das potencialidades do Aeroporto de Beja.

O Distrito de Beja desenvolvido é um Distrito com pessoas, com jovens, com emprego qualificado, com futuro, com uma economia dinâmica, com a valorização do aparelho produtivo e da indústria nacional.

Não é possível ignorar as alterações que estão em curso nesta região e em todo o País, com o aumento significativo do número de trabalhadores imigrantes e a exploração dos trabalhadores. 

O discurso do ódio, do racismo e da discriminação, mais não faz do que desviar a atenção dos reais problemas, e é em si mesmo um contributo a todo o tipo de máfias, a tráfico de seres humanos e à exploração, que dão milhões a ganhar a quem não tem escrúpulos. 

Também aqui é preciso garantir direitos para todos. 

Independentemente de onde vêm, da sua nacionalidade, Abril fez-se para todos e a todos têm de chegar as conquistas e os valores de Abril. 

A CDU, é a força que traz Abril para o centro das suas políticas, que coloca como objectivo cumprir e fazer cumprir a Constituição da República e os direitos aí consagrados.

Para isso, tal como em tudo na vida, é preciso fazer opções.

Opções do interesse de quem trabalha, de quem produz a riqueza, de quem trabalhou toda uma vida, de quem se está a emancipar, de quem quer constituir família, de quem produz cultura, de quem dinamiza o seu pequeno negócio.

Opções incompatíveis com os interesses dos grupos económicos.

Aqui estamos nesta terra de luta, onde os trabalhadores rurais conquistaram a jornada de 8 horas de trabalho diário no campo, enfrentando o fascismo, em Maio de 1962. 

Poderosas greves, que em Abril e Maio desse ano percorreram quase todo o Alentejo e parte do Ribatejo e nas quais participaram mais de 100 mil trabalhadores.

Uma luta histórica, mas tão actual na luta pelas 35 horas para todos os trabalhadores, num tempo em que os avanços civilizacionais, na técnica e na ciência, tornam cada vez mais incompreensível que não encontrem tradução na melhoria das condições de trabalho e de vida.

As lutas do povo português ao longo da sua história, nomeadamente na Revolução de Abril e tudo o que ela construiu, demonstram que não há amarras das quais não nos consigamos libertar, e demonstram que no nosso povo há a capacidade e há os meios para os feitos extraordinários.

É esse exemplo, é esta força, é essa inspiração, que a CDU traz para o seu programa, para o seu projecto, para as suas propostas.

Até ao dia 10 de Março  que não nos faltem as forças para a intensificar e alargar contactos.

Aí estamos para, através da conversa, do contacto, do esclarecimento, mostrarmos que é por tudo isto que precisamos de reforçar a CDU.

Aí estaremos depois do dia 10 de Março, como sempre estivemos, a continuar a lutar. 

O Alentejo, o Distrito de Beja, precisa de uma voz como a do João Dias. O João Dias, nunca faltou à chamada e as populações conhecem e reconhecem o seu trabalho. Um deputado de palavra, de dignidade, de confiança, que significa mais um Deputado ao serviço, e só ao serviço, do povo, dos trabalhadores e do Distrito de Beja.

Dar força à CDU e eleger o João Dias: este é o desafio que está colocado a todos os democratas, a todos os patriotas, a todos os que cá vivem e trabalham, a todos os que, independentemente do seu voto há dois anos, hoje percebem que a solução para uma vida melhor passa pelo reforço do PCP e da CDU.

Há muito esclarecimento para fazer, não deixemos ninguém para trás.

Com confiança, com determinação, com uma imensa alegria de quem luta pela justiça social e pela paz. 

Por este Alentejo, pelo progresso, pela liberdade e a democracia, pelos valores de Abril no futuro de Portugal.

Viva a CDU!
Viva Beja!
Viva o 25 de Abril!

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