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Parido Comunista Português

A luta das mulheres tem na CDU o seu porto seguro

Quem perante a urgência de aumentar salários pergunta "quanto custa", quem perante a necessidade de regular horários de trabalho responde "logo vemos", quem perante a premência de parar a destruição dos serviços públicos (saúde, educação) diz que "isso é preconceito ideológico", quem assim responde a tudo isto, pode enfeitar os discursos e cartazes com mulheres mas na verdade são o verdadeiro o problema que as mulheres em Portugal precisam resolver. PS, PSD, Chega e IL em campanha enchem a boca com os problemas da discriminação mas mais que a suas palavras é a sua prática de permanente combate a qualquer medida que combata essa mesma discriminação e desigualdade que fala por si.
E isto sabem-no a Sara Silva, operária têxtil, a Ana Paula Quintela, trabalhadora de uma IPSS ou Carmo Cunha, funcionária judicial e todas candidatas da CDU por Braga e que tomaram a palavra no final do desfile da CDU, hoje em Braga. Num desfile animado e muito participado, Barbara Barros, candidata da CDU destacou que as centenas de candidatas da CDU, muitas delas cabeça de lista, são a prova que na CDU "não são as quotas que emancipam as mulheres, mas sim a sua luta contra a desigualdade e exploração, o facto de poderem estar na rua e assumir nas suas mãos o destino daquilo que querem para si e para o país, ombro a ombro com os homens trabalhadores". O problema da desigualdade foi também tema das intervenções quer de Mariana Silva do Partido Ecologista "Os Verdes" como de Susana Cardoso, primeira candidata da CDU pelo distrito de Braga e que lembrou que os direitos das mulheres, conquista de Abril, estão ainda muito longe de serem uma realidade no seu dia a dia, como prova o caso recente das operárias têxteis que são fechadas à chave dentro da empresa pela patroa quando esta se ausenta.".
Paulo Raimundo fechou o desfile com lembrando que "não é admissível que continuemos a ter esta discriminação gritante que faz com que as mulheres, por trabalho igual, recebam menos que os homens. Sobre isto há muitas lágrimas de crocodilo, há muitas palavras sentidas, ouvindo até parece que estamos todos de acordo. Então, que se passem das palavras aos actos, de uma vez por todas." e recordou ainda "os 17 anos que passaram sobre essa vitória em referendo" da IVG "uma medida pela qual camaradas como Álvaro Cunhal e Odete Santos sempre se bateram ao longo da sua vida. Medida que o governo do PSD e do CDS tentou pôr em causa, eliminando a isenção de taxas moderadoras, e atacando assim o acesso universal à IVG. Mas a luta, a força do PCP e a alteração da correlação de forças na Assembleia da República permitiram mesmo acabar com este critério económico inaceitável."
No final mulheres e homens, lado a lado, cantaram a Grândola.

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