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Parido Comunista Português

Intervenção de Paulo Raimundo, Secretário-Geral do PCP

A CDU faz falta, faz falta mais força à CDU, faz falta ao povo de Alpiarça, aos reformados e trabalhadores do Distrito eleger o Bernardino Soares

Almoço-Comício em Alpiaça

Caros camaradas, estimados amigos

Uma calorosa saudação a todos vós, aos nossos aliados do PEV e da ID, aos trabalhadores e à população de Alpiarça que hoje, mais uma vez ou pela primeira vez, decidiram dizer presente, nesta importante iniciativa da CDU, nesta recta final da campanha eleitoral.

Permitam-me que perante esta plateia extraordinária onde a maioria é gente experimentada, gente lutadora, gente com o rosto marcado pela vida, que com a sua luta conquistou todos os direitos que hoje temos; permitam-me falar em primeiro lugar sobre os vossos filhos e netos.

Permitam-me que comece por falar dos direitos dos pais e das crianças.

Porque muitas vezes são vocês a garantia do dia-a-dia de cada um deles- dos vossos filhos e dos vossos netos.

São vocês que muitas vezes vão buscar os netos à escola porque os horários dos pais não permitem; são vocês que ficam com os netos até o pai ou a mãe os poder ir buscar, muitas vezes já jantados e de banho tomado, já despachados, como se costuma dizer, e “prontinhos” para ir para a cama. E é assim porque no outro dia tudo começa de novo: levantar cedo, despachar, levar à escola; os avós vão buscar, dão mimos, dão jantar, dão banho porque mais cedo ou mais tarde alguém os vai buscar para começar tudo de novo…

São vocês que muitas vezes voltam a receber em vossas casas  os filhos e os netos porque eles já não aguentam as rendas ou as prestações ao banco.

São vocês que muitas vezes garantem comida na mesa para todos, com o que isso implica de esforço.

São vocês, reformados e reformadas, muitos avós e avôs, que continuam, ao contrário do que podiam pensar, a ter de cuidar dos filhos e dos netos.

Fazem-no com gosto, mas sabem, e esse é que é o problema, que o esforço que fizeram para que a vida dos vossos filhos fosse melhor que a vossa, está hoje em risco e há o perigo, caso não se concretize a mudança política urgente e necessária, de que a vida dos vossos netos não venha a ser marcada por dificuldades que vocês pensavam que estariam ultrapassadas.

A CDU tem um projecto de futuro e é esse projecto de futuro que apresentamos e que propomos ao povo, a todos os que cá vivem e trabalham.

Um projecto de futuro que garante e concretiza os direitos dos pais e das crianças.

O futuro não pode ser o “salve-se quem puder” do presente para o qual caminhamos. 

Esse futuro que queremos para as crianças passa pela garantia dos direitos que são seus e só seus, mas não dispensa os direitos dos seus pais que, pelo contrário, são essenciais para os direitos dos filhos.

A felicidade da criança também é garantida com a estabilidade na vida pessoal e profissional dos seus pais.

Uma estabilidade que exige a valorização das carreiras e profissões e melhores salários, que exige o fim da precariedade, que exige acabar com o abuso do alagamento desenfreado do trabalho nocturno, por turnos e em laboração contínua. 

Uma estabilidade que exige mais tempo para viver e mais tempo para brincar, que exige a redução do horário de trabalho para as 35h, que exige pôr fim à total desregulação dos horários de trabalho.

Os pais têm o direito de ter tempo para participar no crescimento dos seus filhos e as crianças têm o direito a que os pais participem e contribuam para esse crescimento em todos os momentos da sua vida.

Uma estabilidade que exige a consagração plena dos direitos da mulher, o fim de todas as discriminações e formas de violência, a plenitude de igualdade no trabalho e na vida.

Uma estabilidade que exige a gratuitidade das creches, desse caminho que foi aberto pela CDU, mesmo com todas as resistências dos governos do PS. 

Esse direito que é necessário efectivar na sua plenitude e assegurar a todas as crianças, desde logo com a criação de uma rede pública de creches que enfrente as 100 mil vagas em falta.

Direitos da criança que exigem mais espaços e mais tempo para a brincadeira, para o crescimento saudável, para a criança ser criança.

É esta a visão da CDU, é este o projecto de futuro que propomos.

Um futuro em que quem assim o entenda e possa, tenha condições para tomar a decisão de ter filhos numa sociedade que lhes garanta o cumprimento dos direitos das crianças e dos pais; creche gratuita; direitos de maternidade e paternidade; tempo para viver, brincar e construir. 

Este é o desafio de presente e de futuro que nos está colocado: consagrar hoje os direitos dos pais e das crianças, garantir o presente, construir o futuro.

Esse futuro para os vossos netos que queremos melhor que o que vocês tiveram no vosso tempo de meninos e meninas, em que não puderam ser crianças, para começar a trabalhar tão cedo.

O projecto de futuro dirige-se também aos mais de 2 milhões de reformados e pensionistas. 

Homens e mulheres que trabalharam uma vida inteira, muitos deles que começaram uma vida de trabalho quando ainda deviam estar na escola e para quem a vida nunca foi, nem é fácil.

Gente que trabalhou uma vida inteira, que garantiu o funcionamento do País e da sociedade, gente que merece respeito e merece viver com dignidade.

Não é um dever de caridade, é uma obrigação, porque se aqui estamos, se aqui chegámos, foi porque houve milhões de pessoas que estando hoje reformadas, trabalharam, lutaram, e muito contribuíram para que assim fosse. 

Olhamos para o aumento da esperança de vida das populações não como um problema ou um encargo, mas como uma conquista civilizacional que se impõe consolidar e alargar.

Os reformados deste País têm direito a um envelhecimento com qualidade, bem-estar físico e psicológico, com fruição saudável dos tempos livres e com respostas adequadas a uma vida com dignidade nas situações de dependência.

Vocês merecem e precisam, como propomos, de um aumento extraordinário das pensões, agora; que cada reformado tenha  7,5% de aumento, num mínimo de 70 euros e com efeitos retroactivos a Janeiro deste ano, incluindo a quem se reformou no ano passado. 

Merecem que, de uma vez por todas, se faça justiça. 40 anos de trabalho, 40 anos de descontos, são mais que suficientes para ter garantida a reforma sem nenhuma, mas mesmo nenhuma penalização.

O projecto de futuro que apresentamos responde com uma rede pública de equipamentos e serviços de qualidade, incluindo em lares, centros de dia e apoio domiciliário.

O nosso projecto responde à resposta que o Serviço Nacional de Saúde tem de garantir, e só o SNS pode garantir, aos mais frágeis e em particular aos mais idosos.

O projecto de futuro que propomos garante a disponibilização dos medicamentos necessários com a garantia que são gratuitos para os maiores de 65 anos.

O projecto de futuro que apresentamos e que faz falta às novas gerações, às crianças, aos avós e netos e ao País, exige a mudança que o País e a vida de cada um precisa.

Esta mudança necessária e urgente não virá nem pelo o PS que já disse que o caminho em curso é para prosseguir, nem virá do PSD e do CDS, nem do Chega e da IL, que o que querem é voltar ao tempo dos cortes, esse projecto que travamos em 2015. Ao tempo dos cortes nas pensões! Ao tempo dos cortes para todos menos para os ricos e poderosos.
 
Também é isto que está em causa no dia 10 de Março.

Quando cada um for votar vai ter de optar entre manter tudo como está ou andar para trás, ou dar mais votos, mais Deputados à CDU e aqui, no Distrito de Santarém, eleger o Bernardino para dar mais força a esse projecto de futuro, a essa mudança que se impõe.

Esta é que é a opção, manter tudo como está ou andar para trás ou, com o voto na CDU dar mais força aos direitos das crianças, aos direitos dos pais, aos trabalhadores, ao aumento das reformas e dar mais força à dignidade.

É esta a única bipolarização que vai estar em causa no dia 10, manter tudo como  está e andar para trás ou dar mais votos, mais Deputados e pôr o país e a vida de cada um a andar para a frente e levar por diante a vida melhor a que todos e cada um tem direito.

É esta e só esta a opção a fazer.

Estamos certos que será essa a opção de muita gente, mesmo dos que há dois anos votaram noutros partidos e já perceberam que é na CDU que está o porto seguro, que está a garantia do voto nas soluções, o voto que obriga outros, em particular o PS, a vir às respostas que por sua vontade nunca daria, o voto mais determinado contra a direita tenha ela as formas e as articulações que tiver.

Camaradas e amigos,
Encaramos os dias que temos pela frente até às eleições com grande confiança. Não porque ignoramos os perigos que estão à espreita, mas porque temos boas razões para confiar que esta é uma oportunidade que não vai ser desperdiçada.

É preciso transformar e multiplicar em votos estas salas cheias, as acções de rua que transbordam de bom ambiente, os contactos com a população que nos recebe de forma carinhosa e acolhedora.

É preciso que cada um de nós fale e mobilize para o voto. Que nenhuma conversa fique por fazer até dia 10.

Vamos conseguir dar mais força à CDU. A CDU faz falta, faz falta mais força à CDU, faz falta ao povo de Alpiarça, aos reformados e trabalhadores do Distrito eleger o Bernardino Soares.

Domingo, o povo e os trabalhadores, com o seu voto e com a eleição do Bernardino, vão ter razões para festejar. Até lá, temos de multiplicar contactos, fazer as conversas que ainda não foram feitas, repetir outras, mobilizar para essa grande jornada de luta que são as eleições.

CDU, essa força de Abril e que coloca Abril no centro da sua política, que encontra no povo e no País as forças, as capacidades e os meios necessários para distribuir melhor a riqueza por quem a cria, para dar melhores condições de vida a toda a população, para acabar com as injustiças e desigualdades.

Confiança no nosso povo.
Confiança na sua força.
Confiança neste povo e nessa força que construiu com as suas mãos a revolução de Abril.

Viva a CDU!
Viva o 25 de Abril!

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