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Parido Comunista Português

Intervenção de Paulo Raimundo, Secretário-Geral do PCP

A CDU conta sempre para melhorar a vida das populações

Jantar-Comício em Silves

Camaradas e amigos, 

Uma grande saudação a todos vós, aos nossos aliados do PEV e da ID; aos muitos e muitos independentes que connosco lutam por uma vida melhor; aos trabalhadores e ao povo de Silves e do Distrito de Faro.

A nossa campanha avança com confiança. Precisamos que este ambiente, este entusiasmo, esta alegria, esta simpatia com que as pessoas nos recebem nas ruas e nos locais de trabalho se traduza em mais força e em mais votos, em mais eleitos da CDU no próximo dia 10 de Março.

Precisamos de continuar a dar a conhecer as nossas propostas. 

Propostas que são justas e necessárias e precisamos de continuar a demonstrar que, havendo vontade, são realizáveis.

É o que está a acontecer aqui no Algarve com o papel incontornável da CDU.

Aqui, onde associado a um período de seca, e em virtude da política de desinvestimento na captação, armazenamento, transporte, e tratamento da água, estamos confrontados com um problema real que ameaça as condições de vida da população, a produção de alimentos e a actividade económica. 

E perante esta realidade, e como sempre na vida, é preciso fazer opções.

Ou se resolve este problema defendendo as populações, ou se utiliza este problema como pretexto para penalizar ainda mais as populações e abrir ainda mais o caminho à privatização deste bem essencial. 

E o que a realidade revela é que foi pelo facto de no Algarve existir uma Câmara Municipal gerida pela da CDU, que foi possível travar a vontade do PS e do PSD que, em nome da seca, queriam impor um brutal agravamento do preço da água nesta região. 

Contem a história como quiserem, a verdade é uma e só uma: não fosse a CDU, não fosse a Câmara Municipal de Silves, e os mais de 400 mil Algarvios, no próximo verão, iriam ser confrontados com brutais aumentos no preço da água.  

Era isto que estava em causa, era esta a operação que pretendiam levar por diante e assim ia ser mesmo que chovesse todos os dias, nos próximos 3 meses.

Mais uma vez a CDU fez a diferença, a CDU conta sempre para melhorar a vida das populações como acontece aqui em Silves, cuja obra é amplamente reconhecida mesmo por aqueles que nem sempre, ou nunca votam na CDU. 

A CDU conta sempre para melhorar a vida de quem vive e trabalha no nosso País. A CDU faz falta, nas Autarquias Locais, no Parlamento Europeu e na Assembleia da República. 

A CDU faz falta para colocar o dia-a-dia, o que interessa, no centro do debate e da acção, para denunciar os problemas e lutar pelas soluções que se impõem.

Temos falado muito sobre salários e, pela nossa persistência, hoje não há ninguém que se atreva a dizer que os salários em Portugal são altos.

Mas perante esta constatação é vê-los todos, todos os dias, a atirar os aumentos dos salários para a frente, sempre para a frente, para fixarem, num amanhã que nunca chega, valores que já hoje são pagos, aqui ao lado, em Espanha.

O problema que enfrentamos é de hoje, e não desse futuro mais ou menos próximo. 

Aliás, é aumentando hoje os salários e as pensões que precavemos o futuro: o futuro de cada um, o futuro desta região e o futuro do próprio País.

É hoje que é preciso enfrentar a precariedade que é o dia-a-dia de milhares de trabalhadores, também aqui no Algarve. É hoje que é urgente acabar com os baixos salários que atravessam todo o País, mas que no Algarve são 190 euros inferiores à média nacional. 

É preciso acabar com a chaga da pobreza, esse drama que afecta só aqui no Algarve praticamente 11 mil crianças e jovens. Há quem conviva bem com tudo isto e promova a política que acentua estas situações.

Mas nós, na CDU, sabemos que o caminho que se impõe é um outro rumo. O que se impõe é o aumento imediato e significativo de todos os salários e pensões. 

Uma medida urgente e necessária que faz falta a quase todos. Faz falta aos 5 milhões de trabalhadores e às suas famílias; faz falta a 1,8 milhões de crianças; faz falta a mais de 99% do nosso tecido empresarial- às micro, pequenas e média empresas- faz falta para fixar população no interior; faz falta para estancar a emigração, faz falta ao País.

Faz falta em particular às mulheres, as principais vítimas dos baixos salários, da precariedade, da injustificável discriminação salarial que de são alvo.

Só não faz falta aos grupos económicos. 

Esses que são menos de 1% do total das empresas; esses que se acham donos disto tudo; esses que se vão enchendo todos os dias com os seus 25 milhões de euros de lucros por dia, esses promotores da injustiça e das desigualdades.

Os mesmos que colocam os seus partidos ao seu serviço para contestarem o urgente aumento das pensões em 7,5%, num mínimo de 70 euros, como propomos, e que faz falta aos reformados e pensionistas.

Esses grupos económicos que se abotoam com 1600 milhões de euros em benefícios fiscais e que acham que esse mesmo valor não deve ser distribuído por mais de 2 milhões de reformados.

Esses 5% que concentram nas suas mãos 42% da riqueza criada, mas que convivem bem, aliás, estão-se nas tintas para os 70% de reformados que recebem até 500 euros por mês.

Esses grupos económicos que consideram que tudo é ou pode ser negócio e que põem os instrumentos ao seu serviço no combate aos serviços públicos.

Para eles e para os seus instrumentos políticos o Estado serve para passar cheques e é por isso que estão como peixe na água com os 8 mil milhões de euros que o Estado transfere do SNS para financiar o seu negócio da doença. 

Esses que visam o desmantelamento do Serviço Nacional de Saúde, o único que está em condições de garantir cuidados de saúde a todos, independentemente da situação financeira do doente, da condição sócio-económica, do dinheiro na conta bancária. Salvar o SNS é salvar a saúde de todos e da cada um.

Esses grupos económicos que olham para a Escola e para o processo ensino-aprendizagem como se de uma fábrica de sapatos se tratasse: um negócio como outro qualquer.

Aqui não, aqui na CDU sabemos bem o valor da Escola Pública. Esse direito conquistado a pulso, essa garantia de aprofundamento da democracia, esse espaço de formação que exige respeito e valorização dos seus profissionais.

O desafio que está colocado à Escola Pública não é a sua destruição como querem alguns. O desafio é o seu alargamento, desde logo, integrando as creches no sistema educativo.

Salvar os serviços públicos é salvar as respostas que são precisas dar às populações, é salvar a coesão territorial, é salvar o projecto de Abril do povo e para o povo.

Para salvar os serviços públicos são precisas opções políticas diferentes daquelas que PS e PSD têm vindo a impor ao País. 

É isso que se impõe: mudar de política.

A manta é curta, mas a opção tem sido tapar sempre os pés dos grupos económicos. Isto não pode nem vai continuar assim.

São precisas opções. É necessário cortar nos benefícios fiscais que são entregues aos grupos económicos. É necessário utilizar toda a margem orçamental que o Governo do PS desaproveitou em nome do Euro e da dívida. É necessário travar a entrega de recursos públicos aos mesmos de sempre. 

Camaradas,

Há condições mais do que suficientes, e cada vez mais, para garantir melhorias substanciais na qualidade de vida. Quanto mais essas condições existem, mais intoleráveis são as injustiças e as desigualdades com que estamos confrontados.

Aqui estamos, neste Algarve que as forças reaccionárias escolheram para expandir o seu discurso retrógrado, aqui está a CDU, a força de Abril, para reafirmar que Abril não tolera o racismo, a xenofobia.

Abril não tolera que sejam empurrados milhões de Portugueses, em particular jovens, para fora do País à procura de uma vida melhor, por causa das opções políticas que cá negam as condições de vida. 

Abril e a CDU não toleram o discurso do ódio contra os trabalhadores que mais não fazem que vir à procura de uma vida melhor, tal como fazem milhares e milhares de Portugueses que se veem forçados a sair do País.

Abril é a nossa referência, é a nossa inspiração, e está bem presente no nosso projecto e nas nossas propostas.

Vamos afirmar a CDU juntos dos familiares, amigos, vizinhos, colegas, mas também junto daqueles que vamos encontrando ao longo das nossas acções de campanha.

Lá, onde estamos no dia-a-dia. Lá nos locais de trabalho, nas empresas, nos centros de saúde, nas escolas, onde há problemas a resolver, onde há luta a desenvolver-se por melhores condições de trabalho e de vida.

Sabemos que são muitas as campanhas que temos de enfrentar.

Que ninguém tenha dúvidas que a falsa bipolarização se vai  intensificar a propósito de tudo e a propósito de nada. 

Querem impedir uma maioria de direita? O voto na CDU serve não só para isso, como serve para impedir a política de direita venha ela de onde vier.

Querem combater os projectos reaccionários? O PCP completará, na próxima semana, 103 anos de luta pela liberdade e pela democracia e enfrentou sempre todas as bestas olhos nos olhos, pagando, quando tal foi preciso, com a liberdade de muitos dos seus militantes.

Querem garantir o investimento Público? É nesta força que têm a melhor garantia de apresentar as propostas nesse sentido.

Querem ver a sua vida a andar para a frente? Lembrem-se do papel decisivo da CDU para garantir aumentos extraordinários de pensões, os manuais escolares gratuitos, o passe social intermodal e mais barato, a reposição dos feriados roubados ou a eliminação do PEC para os pequenos e médios empresários. 

É essa a força que é necessária ver acrescentada para garantir resposta e solução para os problemas, para abrir um outro caminho de desenvolvimento para o País, para romper com a política de direita e construir uma política alternativa patriótica e de esquerda.

O voto na CDU é o voto que conta.

O Algarve merece e precisa de voltar a ter um Deputado eleito pela CDU. Não porque esta região tenha ficado esquecida por nós, porque não deixámos de apresentar propostas e de ter trabalho feito para melhorar a vida no Algarve, mas porque um Deputado eleito significa maior capacidade de intervenção em defesa dos trabalhadores e do povo.

Conseguiremos mesmo eleger a Catarina Marques, uma candidata de palavra, de dignidade, de confiança, tal como todos os nossos candidatos.

É uma força comprometida com os valores e ideias de Abril, que tem soluções e projecto para o País, que não se resigna e toma a iniciativa para a resolução dos problemas nacionais.

O voto por uma mais justa redistribuição da riqueza, pelo firme combate às injustiças e desigualdades.

Deputados para defender os interesses do BCE, da UE, dos banqueiros, dos grupos económicos e das multinacionais já há muitos, já há demasiados.
O que precisamos é de mais Deputados que defendam os interesses do povo, dos trabalhadores e do País.

Não desistimos do País. Há recursos e há meios, há forças e há vontades, e há gente séria e honesta com vontade e força de travar os que se acham donos disto tudo e pôr o País no trilho que marca a nossa história, no trilho dos valores de Abril. 

Neste trilho, como sempre, é o povo quem mais ordena. Confiança! 

Viva a CDU! 

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