Intervenção de Jerónimo de Sousa

Vamos com a confiança de quem pode mostrar um percurso de trabalho, realizações e obra que orgulha o concelho de Grândola

Comício em Grândola

Ver Vídeo

Uma forte saudação a todos os presentes, a todos os que connosco estão neste projecto democrático e unitário da CDU, neste espaço de participação e realização ao serviço das populações.

Uma saudação particular a todos os nossos candidatos aos órgãos municipais e de freguesia deste concelho e aos primeiros candidatos aos municípios dos concelhos do Litoral Alentejano que aqui estão presentes, aos quais endereçamos votos de bom trabalho nesta importante batalha eleitoral que, estamos certos, se concretizará com êxito, dando continuidade ao projecto da CDU e ao meritório trabalho que tem sido realizado a favor das populações e do desenvolvimento local.

Com esta iniciativa damos mais um passo na afirmação das candidaturas da CDU. Um passo dado com a confiança de quem pode mostrar um percurso de trabalho, realizações e obra que orgulha este concelho e quem nele vive e as populações dos municípios e freguesias CDU nesta Região.

Um valioso trabalho que está bem patente neste concelho, por exemplo, na requalificação urbana e do espaço público com volumosos investimentos, como é o caso da requalificação deste jardim onde realizamos a nossa iniciativa, na atividade desenvolvida na requalificação do parque escolar, no valioso investimento efectuado na rede de abastecimento de água e no saneamento nas freguesias do concelho, no meritório trabalho desenvolvido no plano social, mas também no apoio à cultura e ao património, onde pontua a concretização de importantes investimentos que permitiram a abertura do Núcleo Museológico de São Pedro, da Casa Frayões Metello ou da Olaria de Melides, mas também da concretização da nova Biblioteca e Arquivo Municipais.

Um valioso trabalho que encontramos igualmente nos outros municípios de maioria CDU. Veja-se o papel que o conjunto dos municípios da CDU tem assumido no quadro do Litoral Alentejano, designadamente quanto à sua intervenção para assegurar a redução do custo do transporte público, com um investimento e esforço financeiro que permite a redução de custos para as famílias em 50% ou mais.

A CDU tem honrado os compromissos assumidos com o povo do concelho e desta Região e tem motivos para voltar a confiar na CDU, confirmando-a, com o reforço da sua votação, como a força indispensável e necessária para a defesa dos mais genuínos interesses das populações.

É sabido que os nossos candidatos são uma mais-valia no trabalho que realizamos por todo o País. Mas nós somos uma força que vale não apenas pela qualidade e provas dadas pelos seus eleitos, pela entrega e elevada disponibilidade dos seus candidatos para servir as populações, mas também e, essencialmente, pelo seu projecto distintivo – o reconhecido projecto da CDU!

Sim, temos um projecto alternativo que está para além da mera soma de propostas e ideias e que não deixa dúvidas quanto ao sentido e rumo da nossa intervenção na defesa do interesse público e das populações.

Um projecto de uma força que assume e luta pela participação como um factor essencial de uma gestão democrática, assegurando o envolvimento efectivo das populações na definição das principais opções da política autárquica, nomeadamente no domínio do planeamento. Que impulsiona e se bate pela concretização de uma gestão integrada que assegure a construção de espaços urbanos humanizados, ambientalmente equilibrados e dotados dos equipamentos e dos programas para a sua utilização e animação indispensáveis a uma vida social e colectiva.

Uma força que promove uma gestão do território que, garantindo um desenvolvimento equilibrado, salvaguarde a defesa do interesse público e colectivo da pressão especulativa e defenda o espaço público. Que fomenta uma política local visando assegurar a valorização cultural e desportiva das populações.

Pela posição intransigente de defesa dos serviços públicos e do acesso à saúde, à educação, à cultura, à protecção social, à habitação e à mobilidade e ao transporte, em defesa da água enquanto bem público.

Somos uma força distintiva pela atenção que dá aos problemas sociais e pelo particular cuidado dedicado aos problemas das crianças, aos jovens, aos idosos, aos mais pobres e desfavorecidos.

Pela defesa e melhoria do ambiente e salvaguarda do património histórico e natural.

Somos claramente uma força com uma intervenção distintiva na representação dos interesses populares e garantindo sempre uma particular atenção aos direitos dos trabalhadores e, em particular, pelo papel directo que nos compete à valorização dos trabalhadores das autarquias.

Bem se pode afirmar que os trabalhadores das autarquias dos concelhos CDU conhecem bem a diferença entre o que faz a CDU e o que fazem outros.

No apoio e solidariedade activa com todas as suas lutas por melhores salários e a valorização das carreiras e profissões e, agora, como mais uma vez se comprova com a aplicação do suplemento de penosidade e insalubridade que conhece aqui neste concelho, e nas autarquias da CDU na Região e no País, uma aplicação contrastante com o que se passa nas autarquias de outras forças políticas.

Os trabalhadores e a população deste concelho e desta região sabem também que para lá do trabalho e da obra que nos compete fazer contam com a CDU para defender os seus direitos, dar voz às suas aspirações.

Sim, somos uma força com um projecto distintivo!

Um projecto inseparável do que o Poder Local Democrático representa enquanto conquista de Abril e que faz da sua defesa e da sua afirmação parte integrante da sua intervenção. Questão tão mais importante quanto se mantém presente a partir do PS, e com activa cumplicidade de PSD e CDS, orientações para o enfraquecer e diminuir.

Fala-se hoje muito de descentralização e o Governo do PS não se cansa de cantar louvores ao seu projecto, que mais não é que uma tentativa de vender gato por lebre.

De facto, não é sério falar de descentralização quando se persiste em negar a regionalização, suportados em simulacros como os da chamada democratização das CCDR.

Não se pode falar de descentralização ou de proximidade quando se recusa a reposição das freguesias extintas no período da troika, impedindo uma vez mais que se realizem eleições que dêem corpo à vontade expressa pelas populações que se pronunciam pela sua devolução.

Não é sério, nem se pode falar de descentralização, quando em nome de uma alegada transferência de competências o que está em curso é sobretudo um processo de desresponsabilização do Estado em áreas diversas, ainda por cima subfinanciadas, traduzindo na realidade uma transferência de encargos para os municípios e um ataque a direitos essenciais e de natureza universal em áreas que são funções sociais do Estado.

Sim, não é sério falar de descentralização quando se mantêm também as autarquias num lugar menor na gestão dos fundos comunitários, quando se consolida a centralização como método e critério crucial nessa gestão.

Vamos para estas eleições revelando trabalho e obra e reafirmando que na política não são todos iguais, que é possível exercer o poder servindo as populações, respondendo às suas aspirações, inscrevendo como prioridade o interesse colectivo.

Futuro de confiança – trabalho, honestidade e competência é justa consigna que enquadra este nosso comício!

Futuro de confiança. É este o sentido e mensagem que a CDU projecta para estes tempos difíceis que vivemos e que queremos vencer.

Um futuro que saberemos construir no plano local exercendo as competências que cabem às autarquias.

Mas o futuro a que temos direito exige que, para lá do Poder Local, se construa a partir de uma outra política nacional.

Um futuro que tem de ser construído denunciando as opções do PS de submissão à União Europeia e aos interesses do grande capital que impedem a resposta aos problemas nacionais, e combatendo os projectos reaccionários de PSD, CDS e seus sucedâneos.

Todos temos consciência que na sociedade portuguesa se manifestam grandes atrasos que se traduzem e manifestam em crónicos problemas estruturais, mas também acentuadas desigualdades sociais e regionais que se foram acumulando em resultado de décadas de política de direita de governos de PS, PSD e CDS.

O País e as populações estão confrontados com problemas antigos e problemas novos que resultaram da epidemia e da deliberada acção exploradora e calculista dos grandes interesses económicos e financeiros que atingem severamente as condições de vida dos trabalhadores e das mais diversas camadas populares.

Os trabalhadores são hoje cada vez mais confrontados com o aumento das práticas e pressões de desvalorização do trabalho, dos salários, desregulação dos horários, enquanto aumentam as ameaças e os despedimentos colectivos.

Mas não são apenas os trabalhadores que são vítimas da situação, outras camadas da população, as pequenas economias locais, enfrentam uma situação difícil.

Estão nesta situação muitos micro e pequenos empresários de vários sectores e muitos pequenos e médios agricultores, que enfrentam grandes dificuldades.

Portugal poderia ir mais longe nos apoios ao conjunto dos sectores afectados, tal como no apoio ao investimento, visando a melhoria dos serviços públicos e a dinamização da economia.

O PS teve toda a oportunidade para encetar uma política diferente. Não o fez.

Mesmo quando pela intervenção do PCP foi obrigado a dar passos e resposta a alguns problemas fá-lo contrariado, a arrastar os pés no caminho da sua solução dos problemas.

Veja-se o que sucede, passado meio ano desde a sua entrada em vigor, com o Orçamento do Estado.

É inegável o impacto positivo na vida de milhões de portugueses das medidas de aplicação directa inscritas no Orçamento por proposta e iniciativa do PCP.

Quando outros faltaram, o PCP não faltou com a sua intervenção e persistência para garantir neste ano de 2021 respostas que a gravidade da situação exigia:

- Sim, foi pela acção do PCP que um milhão e novecentos mil pensionistas tiveram aumentos de pensões;

- cerca de 300 mil trabalhadores em lay-off receberam os seus salários a 100%;

- 200 mil pessoas foram abrangidas pelos apoios dirigidos aos trabalhadores independentes e outras pessoas sem proteção social;

- mais de 50 mil trabalhadores desempregados viram os seu subsídio de desemprego prolongado;

- cerca de 20 mil crianças foram abrangidas pela gratuitidade das creches.

Mas esta realidade contrasta com os atrasos e as limitações que o Governo tem colocado para entravar a concretização de um conjunto significativo de outras medidas inscritas no Orçamento do Estado e que acabam por agravar problemas que há muito precisavam de outra resposta a que este Governo falta.

É caso dos problemas da área da saúde tão sentidos em toda esta Região. Aqui no Litoral Alentejano, são muitos e complexos os problemas com que as populações se debatem neste plano. Problemas que resultam da falta profissionais e de promessas não cumpridas de construção de novos equipamentos e de requalificação de outros.

No plano dos profissionais, em resultado de um processo de desvalorização profissional e salarial que tem conduzido à saída de milhares de profissionais do SNS, a situação no Litoral assume uma gravidade extraordinária a exigir medidas urgentes.

É inadmissível que em toda a Unidade Local de Saúde do Litoral faltem 100 enfermeiros e dezenas de médicos de família!

A situação que se vive no Hospital do Litoral exige da parte do Governo medidas urgentes e não desculpas com as dificuldades em colocar médicos fora dos grandes centros.

Esta conversa ouvimos há dezenas de anos, mas a realidade é que no Hospital do Litoral se vive uma situação inacreditável com apenas um urologista e um cardiologista para 100 mil habitantes.

Promessas e mais promessas que certamente vão ser reafirmadas agora que estamos em véspera de eleições autárquicas. E até vamos assistir a algumas intervenções de candidatos do PS a responsabilizarem as autarquias CDU pelas dificuldades nos serviços públicos de saúde, quando esta responsabilidade é apenas do Governo.

A ambulância com suporte de vida prometida para Alcácer do Sal desde a reorganização das urgências, que nunca mais chega; os novos Centros de Saúde de Santiago e de Vila Nova de Mil Fontes que nunca mais arrancam; a requalificação da extensão de saúde de Sabóia, um edifício degradado que espera por melhores dias, e ainda o SAP aberto 24 horas por dia aqui em Grândola, que não passa disso mesmo uma promessa.

Se há os milhões como dizem, e há, então que se os coloquem ao serviço dos problemas dos trabalhadores e do povo e se os integrem numa estratégia que assegure o desenvolvimento harmonioso e soberano do País.

Que esse dinheiro sirva para garantir os investimentos que o Governo continua a adiar não só na saúde, como na segurança social, na educação e para combater as causas dos graves fenómenos de desertificação demográfica a que o País e, nomeadamente, esta Região se confronta.

Se há dinheiro, e há, então que se dê outra resposta ao preocupante problema que se vive na área da educação. Estamos praticamente no início do ano lectivo, quando era desejável que o Governo apresentasse soluções eficazes para que as escolas reúnam as condições necessárias para enfrentar um ano lectivo que após um período longo de ensino à distância, garantindo os muitos professores em falta e outros técnicos e assistentes operacionais.

Se há os milhões que se propagandeiam todos dias, e há, então que desse outra resposta no melhoramento dos serviços da Segurança Social continuam a viver uma situação caótica e inaceitável. Continuam a faltar ao sistema público de Segurança Social centenas de trabalhadores. Um problema que o PCP quis resolver e o PS votou contra a nossa proposta para a admissão urgente desses trabalhadores. 

Em alternativa criaram-se procedimentos tecnologicamente inacessíveis para a esmagadora maioria da população, que dificultam a concretização da atribuição dos direitos sociais. Atrasos injustificáveis na resposta, deixam milhares de trabalhadores e reformados sem rendimento ou com rendimentos insignificantes, de que são exemplo os trabalhadores independentes que estão a viver situações dramáticas. 

O PCP continuará a lutar pelo reforço financeiro da Segurança Social, pela melhoria da protecção social dos trabalhadores desempregados e das pessoas com deficiência, pelo reforço dos direitos dos trabalhadores e das prestações familiares, pelo direito à reforma e a pensões dignas para todas as gerações.

O PCP tem apresentado soluções que, a serem adoptadas, responderiam à dimensão dos problemas nacionais e das desigualdades e injustiças que persistem.

Tem sido o caso das inúmeras propostas para melhorar os direitos laborais, para prolongar moratórias bancárias e defender os pequenos e médios empresários das consequências de previsíveis incumprimentos, a proposta para fixar um regime máximo de preços da energia e dos combustíveis que têm vindo inexplicavelmente sempre a crescer e é preciso urgentemente travar, e em muitas outras nas áreas.

Há opções que é preciso fazer, sob pena de se abrir caminho ao agravamento da situação.

No plano da valorização do trabalho e dos trabalhadores com o aumento geral dos salários e do Salário Mínimo Nacional. No incremento do investimento público efectivo. No aumento geral das reformas que não deixe de fora os que mais anos têm de descontos. Na valorização da produção nacional. No apoio à infância e aos idosos.

Há alternativa. O tempo é de opções que respondam aos problemas dos trabalhadores, do povo e do País.

Agora, que entramos na derradeira fase desta importante batalha eleitoral, não podemos descansar.

Falta menos de um mês!

Daqui até às eleições é tempo de esclarecer, mobilizar e convencer!

Temos um património de realização e um projecto que não deixam dúvidas quanto ao sentido e rumo da nossa intervenção na defesa do interesse público e das populações.

Por isso, com segurança, dizemos: vamos para estas eleições com a confiança e a convicção de que é possível dar um forte impulso no reforço eleitoral da CDU não apenas aqui em Grândola, mas em toda esta Região e com ele reforçar um caminho de futuro de bem-estar colectivos que queremos continuar a construir e, ao mesmo tempo, com mais CDU acrescentar força à luta e à razão de todos os que aspiram a uma outra política, patriótica e de esquerda no plano nacional

Sim, vale a pena apoiar e votar CDU!