Intervenção de Jerónimo de Sousa, Secretário-Geral do PCP

Por todo o País, muitos milhares de independentes abraçam o projecto CDU ao serviço das populações

Encontro com candidatos independentes e apoiantes da CDU

Ver Vídeo

Uma palavra de saudação a todos quantos aqui marcam presença, aos nossos amigos do Partido Ecologista “Os Verdes” e da Intervenção Democrática que dão corpo e suporte jurídico a esta coligação, saudação extensível a todos os trabalhadores e ao povo deste concelho.

Permitam-me que dirija esta saudação de modo particular aos muitos milhares independentes que, neste concelho e por todo o País, abraçam este projecto ao serviço das populações.

A partir da composição do conjunto das candidaturas da CDU a estas eleições, não é possível deixar de assinalar a elevada participação de homens, mulheres e jovens sem filiação partidária que integram as mais de 2200 listas – ao conjunto dos órgãos municipais e às 1639 freguesias – que a CDU apresenta. O facto de cerca de 15 mil candidatos, 35% do total, serem independentes confirma a dimensão unitária da CDU e o que representa enquanto espaço de participação, intervenção e realização ao serviço das populações.

Aqui estamos, como em todo o País, dando expressão à dimensão unitária e de convergência democrática que a CDU constitui.

Sim, tem particular significado que na CDU afirmemos sem tibiezas o nosso projecto e o nosso programa, nos apresentemos com a nossa própria sigla e símbolo com o que transportam de trabalho, honestidade e competência.

Não nos escondemos como outros fazem em falsas listas de independentes que mais não são do que instrumento para projectos pessoais ou de grupo.
A CDU responde pelo que é, pela acção dos seus eleitos, pelos programas que assume e pelo projecto que corporiza.

Cá estamos, hoje como sempre, para prestar contas do nosso trabalho e da nossa obra, para assumir as nossas responsabilidades com verdade, rosto erguido e com a serenidade que o trabalho realizado e a nossa entrega ao serviço do interesse colectivo nos dá.

Permitam-me ainda que valorize a expressiva participação de mulheres, representando 45% dos total de candidatos, 184 das quais como cabeça de lista a câmaras e assembleias municipais. Relevo ainda, em particular, o facto de, como é público, ser a CDU a força política com mais mulheres candidatas à presidência de câmaras municipais.

Esta iniciativa tem o propósito de também em Loures se evidenciar a dimensão unitária da CDU numa acção de promoção do progresso e desenvolvimento inseparável de um projecto colectivo distintivo.

É este trabalho e essa dimensão distintiva que este concelho conhece e que faz prova do que as populações ganham quando têm na CDU a força que está à frente dos órgãos municipais e de freguesia.

Distintivo pelas prioridades e opções que assume, pelo rigor posto na gestão da autarquia e no desempenho dos cargos públicos.

Distintivo pela atenção dada à participação das populações, ao reconhecimento que faz do papel do movimento associativo popular.

Distintivo pelas prioridades e opções que assume, pelo rigor posto na gestão da autarquia e no desempenho dos cargos públicos. É esclarecedor que tenha sido a CDU a resolver o desequilíbrio financeiro herdado da gestão PS deste município de Loures, como o de Évora e de outros. Só por ignorância ou má-fé se poder por aí invocar Évora onde o rigor da nossa gestão permitiu liquidar em 2019 o PAEL, esse instrumento da troika, um verdadeiro pacto de agressão contra as populações e o Poder Local.

Distintivo pela atenção dada à participação das populações, ao reconhecimento que faz do papel do movimento associativo popular.

E garantindo sempre uma particular atenção aos direitos dos trabalhadores, e em particular pelo papel directo que nos compete à valorização dos trabalhadores das autarquias.

Bem se pode afirmar que os trabalhadores desta autarquia conhecem bem a diferença entre a CDU e as outras forças políticas. Na atenção dada às suas condições trabalho, instalações e equipamentos.

No apoio e solidariedade activa com todas as suas lutas por melhores salários e pela valorização das carreiras e profissões.

Na intransigente defesa das 35 horas de trabalho semanais.

E, como agora uma mais vez se comprova, com a aplicação do suplemento de penosidade e insalubridade que conhece aqui e nas autarquias da CDU no País, uma aplicação contrastante com o que se passa nas autarquias de outras forças políticas.

Um suplemento que como se sabe ficou aquém do que é devido, quer quanto ao universo dos trabalhadores a abranger quer em termos de retribuição, por responsabilidade e resistência do PS, e que continuaremos a lutar para ser ampliado.

Um suplemento que tem nas autarquias da CDU aplicação generalizada ao invés dos municípios de PS e PSD onde se contam pelos dedos os que o aplicam.

Um contraste que entre aquilo pelo que o PCP se bate para garantir direitos e a postura do PS e do seu Governo para limitar o seu alcance ou não cumprir o que o Orçamento do Estado determina, por exemplo quanto ao subsídio de risco devido às forças de segurança e que continua a arrastar e desrespeitar.

Os trabalhadores e a população deste concelho sabem também que para lá do trabalho e da obra que nos compete fazer contam com a CDU para defender os seus direitos, dar voz às suas aspirações, fazer progredir o concelho e as condições de vida.

É essa intervenção que, no quadro geral da acção da CDU e dos seus eleitos, se traduziu nessa enorme conquista de um passe social intermodal para todas as carreiras e todos os operadores com uma redução significativa de custos para as famílias, conquista que é preciso fazer avançar no sentido da sua progressiva gratuitidade. Ou na já anunciada extensão do metro a Loures, reivindicação e luta das populações e que contou sempre com a CDU, e só com a a CDU, e que tem agora perspectiva de se concretizar. Ou ainda nos passos dados que permitirão finalmente o acesso directo a uma frente de rio pela qual há muito nos batemos, com o usufruto público de uma zona na Bobadela hoje inacessível.

Os trabalhadores e o povo podem contar com a CDU. Aqui neste concelho e em todos os concelhos deste País para com o nosso trabalho e intervenção fazer obra, encontrar soluções, garantir uma gestão transparente ditada por critérios de interesse público.

Futuro de confiança – é esta a ideia central que queremos transmitir nestes tempos estranhos que alguns, a pretexto da epidemia, querem aproveitar para aumentar a exploração e limitar direitos.

Um futuro que saberemos construir no plano local exercendo as competências que cabem às autarquias.

Mas o futuro a que temos direito exige que, para lá do Poder Local, se construa a partir de uma outra política nacional.

Um futuro que tem de ser construído denunciando as opções do PS de submissão à União Europeia e aos interesses do grande capital que impedem a resposta aos problemas nacionais, e combatendo os projectos reaccionários de PSD, CDS e seus sucedâneos.

São muitos os problemas, novos e acumulados, com que o País se confronta.

Problemas que não se resolvem porque o PS continua amarrado às opções da política de direita que estão na sua origem.

É isso que justifica que o PS continue a não querer garantir os direitos dos trabalhadores, que se oponha à eliminação das normas gravosas do código do trabalho, que continue a assistir aos despedimentos colectivos, ou que carimbe sem pestanejar encerramentos de empresas como temos assistido. O silêncio e cumplicidade do Governo PS com o que se passa na refinaria de Matosinhos, na Altice, na banca e a ainda ontem com o anunciado fecho da empresa Saint-Goban Sekurit (ex-Covina) ameaçando de despedimento 130 trabalhadores com risco da progressiva destruição de uma empresa de referência na produção de vidro que é mais um atentado à capacidade produtiva nacional e aos direitos dos trabalhadores. Impõe-se uma intervenção enérgica em sua defesa e da produção nacional!

Também não vale a pena o Secretário-geral do PS vir lamuriar-se sobre a precariedade dos jovens quando é autor de legislação como a do período experimental.

Nem lamentar-se com a perda de população quando não cria condições de vida para os jovens casais, seja no plano do emprego ou no assegurar de creches gratuitas para todas as crianças como PCP defende.

O PS teve toda a oportunidade para encetar uma política alternativa. Não o fez porque são outros os seus compromissos.

Mesmo quando pela intervenção do PCP foi obrigado a dar passos e resposta a alguns problemas fê-lo contrariado, a arrastar os pés no caminho da sua solução.

Veja-se o que sucede, passado meio ano desde a sua entrada em vigor, com o Orçamento do Estado.

É inegável o impacto positivo na vida de milhões de portugueses das medidas de aplicação directa inscritas no Orçamento por proposta e iniciativa do PCP.
Quando outros faltaram, o PCP não faltou com a sua intervenção e persistência para garantir neste ano de 2021 respostas que a gravidade da situação exigia:

- Sim, foi pela acção do PCP que um milhão e novecentos mil pensionistas tiveram aumentos de pensões;

-cerca de 300 mil trabalhadores em lay-off receberam os seus salários a 100%;

- 200 mil pessoas foram abrangidas pelos apoios dirigidos aos trabalhadores independentes e outras pessoas sem proteção social;

- mais de 50 mil trabalhadores desempregados viram os seu subsídio de desemprego prolongado;

- cerca de 20 mil crianças foram abrangidas pela gratuitidade das creches.

Mas esta realidade contrasta com os atrasos e as limitações que o Governo tem colocado para entravar a concretização de um conjunto significativo de outras medidas inscritas no Orçamento do Estado.

Ou seja o que era automático e o Governo não podia empatar entrou em vigor.

Em quase tudo o resto é o que se vê. Atrasos, desculpas, fingir que faz mas não faz.

Não faltarão nas próximas semanas o agitar de novas promessas, o acenar dos milhares de milhões, a tentativa do PS de condicionar e chantagear os eleitores com esses investimentos.

Se há dinheiro, e há, então que se o coloque ao serviço dos problemas dos trabalhadores e do povo e se o integre numa estratégia que assegure o desenvolvimento soberano do País.

Que esse dinheiro sirva para garantir os investimento neste concelho que o Governo continua a adiar seja no plano da educação, da saúde, das forças de segurança ou do património. E, sobretudo, que não se use esse dinheiro como cenoura para transferir novos encargos para cima das autarquias locais, reduzindo de facto no plano nacional o financiamento e investimento público que cabe ao Estado assegurar.

Sim, as populações ganham com uma CDU mais forte para dar resposta aos seus problemas locais, para garantir à frente das autarquia quem os represente, quem faça do trabalho, da honestidade e da competência forma de estar e agir.

Mas os trabalhadores e o povo precisam de uma CDU mais forte para mais forte ser a perspectiva de uma política alternativa capaz de dar resposta aos problemas do País.

Uma política de valorização dos salários e das reformas, de defesa dos direitos dos trabalhadores, de estímulo à produção nacional, de mais investimento público, de mais justiça fiscal e de reforço da protecção social. Uma política que se desamarre das opções da política de direita, que rompa com a submissão às imposições da União Europeia e de satisfação dos interesses do capital monopolista e do grande patronato.

Daqui até à eleições é tempo de esclarecer, mobilizar e convencer.

Vencendo as falsificações do costume, sabendo que não vamos ter as graças da comunicação social, que vamos enfrentar as mentiras habituais.
Mas nesta eleições locais temos uma vantagem imensa.

Podem dizer o que quiserem mas nada apaga uma realidade.

As pessoas conhecem-nos e sabem o que representamos, sabem que aqui na CDU é gente séria, empenhada em servir as populações sem nada esperar que não seja a satisfação do dever cumprido.

De que cada hora que dedicamos ao interesse comum é avanço nas condições de vida de todos.

É isso que motiva e realiza cada um de vós, cada um dos candidatos e apoiantes.

E é também isso que leva muitos eleitores, que tendo outras opções políticas e partidárias, reconheçam no nosso trabalho na autarquia razão para nos confiarem o seu apoio e o seu voto.

Partimos para estas eleições afirmando o valor do Poder Local Democrático enquanto conquista de Abril, pelo trabalho que realizamos, pelo testemunho e prova que esse trabalho faz de demonstração de que na política não são todos iguais.

Sim, somos força de Abril a construir o futuro.