Intervenção de Jerónimo de Sousa Secretário-Geral do PCP

Reforçar o SNS: Não há mais espaço para o faz de conta. É preciso concretizar

Acto Público em Coimbra

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(Excertos)

Nas últimas semanas tem sido noticiada a saída de profissionais, particularmente médicos e enfermeiros, do Serviço Nacional de Saúde, pondo em causa o regular funcionamento de algumas unidades do serviço público, como são o IPO de Lisboa ou o serviço de Obstetrícia do Hospital de Setúbal, só para falar nos exemplos mais recentes. Os arautos do privado na saúde, sabem que é pela desvalorização dos profissionais do SNS, das suas carreiras e dos seus salários, que muitos deles podem ser atraídos para os grupos económicos da saúde e, desta forma, inviabilizarem o funcionamento de uma parte das unidades do serviço público.

Ao Governo exige-se que clarifique a sua posição face ao SNS, afastando-se daqueles que tudo fazem para o destruir, tomando as medidas há muito reclamadas pelo PCP que vão ao encontro das opiniões da esmagadora maioria dos trabalhadores da saúde e dos utentes, no sentido de garantir mais SNS, melhor saúde para o povo.

Garantir os profissionais em falta, realizar os investimentos necessários ao nível dos equipamentos, reforçar a direcção a todos os níveis com pessoas identificadas com o serviço público, fazer uma intervenção de fundo e urgente nos Cuidados Primários de Saúde, são algumas das medidas que há muito o PCP tem vindo a defender. 

Não há mais espaço para o faz de conta. É preciso concretizar.

Outro problema inadiável vive-se na área da educação. Olhamos com preocupação o facto de estarmos a pouco menos de um mês do início do ano lectivo, quando era desejável que o Governo apresentasse soluções eficazes para que as escolas reúnam as condições necessárias para enfrentarem um ano lectivo que, após um período longo de ensino à distância, a situação exige. O ano lectivo vai começar com menos cerca de 3.000 professores e menos uns milhares de outros técnicos e assistentes operacionais.

Não sendo uma tarefa fácil recuperar os atrasos acumulados ao longo de dois anos lectivos, pode ser comprometida em definitivo essa recuperação caso o Governo insista em não avançar com medidas que não podem ficar pelo que se faz habitualmente.