Intervenção de Heloísa Apolónia, membro da Comissão Executiva Nacional do Partido Ecologista «Os Verdes»

«As autarquias da Área Metropolitana de Lisboa ganham com uma CDU mais forte, com uma CDU mais intensamente presente»

Sessão «CDU na Área Metropolitana de Lisboa, intervenção e compromisso»

Em nome do Partido Ecologista os Verdes cumprimento todos os presentes e, em tempos de aproximação da realização das próximas eleições autárquicas, quero deixar uma saudação muito especial a todos aqueles que deram, até agora, um inestimável contributo como autarcas da CDU nesta Área Metropolitana de Lisboa, assim como a todos aqueles que se apresentam agora como candidatos da CDU para dar o melhor de si aos concelhos e às freguesias respetivas.

A CDU, esta força formada pelos Verdes, pelo PCP, pela ID e por tantos e tantos independentes – a todos aproveito também para saudar – é uma força política imprescindível. Porque imprescindíveis são aqueles que estão ao lado das populações, a trabalhar para a sustentabilidade das sociedades.

A CDU tem traços distintivos que devem gerar a maior confiança e o maior conforto às populações. 
Um desses traços distintivos, que julgo importar sublinhar, é esta pertença dos eleitos da CDU a um coletivo que garante a aplicação dos valores da seriedade e da integridade na dedicação ao bem público. Os eleitos da CDU não estão em proveito próprio e esta pertença a este coletivo dá essa garantia de exigência de trabalho, de honestidade e de competência.

Uma outra característica muito nossa é o facto de trabalharmos em grande proximidade com as populações, a saber ouvir, a saber interpretar os seus anseios, as suas necessidades, fomentamos a sua participação, fazemos das suas aspirações os nossos programas.

Outra das questões que nos distingue é o facto de sabemos que não existe progresso sem justiça ambiental e social. Dos três pilares do desenvolvimento sustentável colocamos o económico ao serviço do ambiental e do social. Este é um marco do nosso projeto político de sociedade e não tem apenas uma dimensão teórica. Tem uma dimensão prática, muito concreta na vida das pessoas. A título de exemplo:

Quem mais do que nós batalhou, para esta Área Metropolitana, e para todo o país, pela redução do preço dos passes sociais, de modo a diminuir os encargos das famílias com a mobilidade, a incentivar a utilização dos transportes coletivos, fundamental em termos ambientais e para o processo de mitigação das alterações climáticas! Tivemos sempre a firme oposição de vários Governos do PS, do PSD, do CDS, mas nós nunca desistimos. E essa velha pretensão da CDU é, desde a legislatura passada, uma realidade que a população da Área Metropolitana de Lisboa conhece (e estou a ver aqui rostos concretos da CDU que protagonizaram a tomada dessa medida). A verdade é que as coisas só são impossíveis até se tornarem possíveis. Nós na CDU trabalhamos para que sejam possíveis, porque trabalhamos para as soluções.

Quem mais do que nós, ao lado das populações, procurou travar uma das maiores asneiras que se pretende cometer com a construção de um novo aeroporto na BA6 no Montijo! A asneira não se reporta apenas à má estratégia aeroportuária, mas sobretudo aos impactos irreversíveis que uma opção destas comporta, afetando diretamente o estuário do Tejo, implicando a destruição de biodiversidade a uma dimensão muito significativa, contrariando um processo necessário de adaptação às alterações climáticas, designadamente porque estamos a falar de potencial área inundável, e implicando a degradação da qualidade de vida de milhares de pessoas que residem nas proximidades. O PS está, claramente, submisso aos interesses da Vinci, o PSD aliou-se ao PS para alterar a lei que atribui às autarquias a prerrogativa de se pronunciarem de forma vinculativa sobre o território que administram. A CDU é a força política que está ao lado da segurança das populações, do ambiente e do desenvolvimento estratégico do país. Não desistiremos dessa luta!

Quem mais do que nós tem a clarividência de afirmar que pela nossa mão nunca se verão os serviços públicos essenciais a serem entregues aos privados. Não é admissível que, por exemplo, a gestão de um recurso tão essencial à vida como água seja entregue ao setor privado, para ser gerido pela lógica do lucro, com a consequência de encarecimento dos custos do serviço, em vez de atender às necessidades das populações e do território. Na Área Metropolitana de Lisboa são bem conhecidos os casos em que outros partidos intencionaram ou concretizaram a concessão da gestão da água, com claro prejuízo para as populações. A verdade é que, enquanto o compromisso de alguns partidos é com os negócios dos privados, o compromisso da CDU é com as populações e com a boa gestão dos recursos naturais.

Também na área dos resíduos, com a privatização da EGF, levada a cabo pelo Governo PSD/CDS, e não revertida pelo Governo PS, o serviço foi transformado num negócio e, dessa forma, ficou desprotegido o não aumento das tarifas, assim como a execução atempada de investimentos necessários. É por isso que a CDU reafirma que este preconceito em relação ao que é público e este desejo que vários partidos demonstram de servir os interesses privados não dá bons resultados, nem para a dimensão ambiental, nem para as respostas a dar às populações.

É por tudo isto, e por muito mais, que, com a maior convicção, digo aqui que as autarquias da Área Metropolitana de Lisboa ganham com uma CDU mais forte, com uma CDU mais intensamente presente.

As populações contam connosco para olharmos a todos os aspetos relevantes do seu dia-a-dia: dos transportes públicos, à mobilidade ativa, ao direito à habitação, ao fomento das áreas e dos corredores verdes, à exigência de despoluição de rios e ribeiras, à garantia de serviços públicos, à eliminação de barreiras arquitetónicas, à valorização das práticas desportivas, ao imenso respeito pela cultura, ao apoio ao associativismo, ao estímulo ao envelhecimento ativo, à criação de oportunidades para os mais jovens, à preservação do património natural, histórico, arquitetónico e cultural, entre tantas outras coisas.

Estes não são processos de intenção. São compromissos concretos da CDU. Às populações, nas próximas eleições autárquicas, pedimos a confiança para nos darem a maior força para transformarmos esses compromissos em ações concretas.

Aos candidatos da CDU, a todos esses homens e mulheres que darão rosto à CDU, saibam que o Partido Ecologista os Verdes reconhece em cada um o caráter de se saber dar pelo interesse coletivo, com um ideário de justiça e de solidariedade. Essa é, talvez, das maiores virtudes de quem se apresenta a eleições.

Arranquemos para o terreno, que é aí que sabemos estar – com as populações.

Viva a CDU!