Intervenção de Jerónimo de Sousa, Secretário-Geral do PCP

«Aqui estamos e estaremos para servir o povo e não para nos servirmos do poder»

Sessão Pública em Castro Verde

Camaradas e amigos

Uma palavra de saudação a todos os candidatos e activistas da CDU, saudação extensível aos trabalhadores e ao povo deste concelho, terra de gente de resistentes, de lutadores pela liberdade, a democracia o progresso, construtores desse exaltante processo de transformação revolucionária que Abril impulsionou e que teve nestes campos do Sul expressão nessa imensa conquista que foi a reforma agrária.

E foi também com gerações de candidatos da CDU a que eleitos como o Fernando Caeiro e o Francisco Duarte deram rosto que se construiu o que este concelho é em termos de desenvolvimento e progresso local.

Sim é verdade o que Castro representa de avanço e criação de condições de vida para o seu povo deve-o à CDU e ao trabalho que, mandato após mandato, centenas de eleitos da CDU aqui fizeram, dedicando a sua disponibilidade a este concelho e às suas gentes, assegurando uma gestão democrática e participada.

É esse património de trabalho, honestidade e competência que Castro Verde precisa de ver retomado em pleno com a eleição da Fátima Silva e da Manuela Florêncio para a Câmara e para a Assembleia Municipal e dos nossos outros candidatos para as freguesias do concelho.

Quatro anos bastaram para o povo de Castro Verde perceber quanto perderam com a opção de 2017.

Quatro anos bastaram para se ver quanto valem falsas promessas, incapacidades e incumprimentos.

Nem o que estava em curso pela mão da CDU o PS foi capaz de dar andamento.

Aqui em Castro Verde não é com o PS que a população pode contar. Não podem contar que dali venha o trabalho que se exige para fazer progredir o concelho, responder aos problemas, contribuir para o bem-estar da população.

É com a CDU que se fará voltar a intervenção e a obra que ao longo de mandatos se conheceu.

E é com a CDU que o povo contará para afirmar os seus direitos, para reivindicar e exigir do Governo aquilo que é da sua competência fazer.

Castro Verde precisa de ter quem não se deixe amordaçar pelo governo, de ter à frente da autarquia quem lute pelo que é direito seu.

É assim com o Centro de Saúde que é preciso construir para dotar este concelho de instalações adequadas e não como o PS, no governo e na Câmara pretendem, fazer uns remendos num espaço que é exíguo para as necessidades.

Nesta como noutras matérias é o PS a colocar o défice à frente dos interesses da população.

É assim com as obras que é necessário fazer no IP 2 para assegurar a ligação nos nós de acesso que não prejudique a população e actividade económica em Entradas e não seja um factor de insegurança rodoviária.

É assim com a falta de resposta de serviços públicos e sobretudo de falta de transporte público que se mantém sem que haja a resposta necessária.

É assim com as freguesias liquidadas pelo governo PSD/CDS e pela Troika que oito anos depois continuam a não ser devolvidas ao povo.

Se nestas eleições se volta a adiar essa reposição, se no dia 26 a população de Casevel não vai ver a sua freguesia reposta, se no dia 26 não vai poder eleger quem os represente directamente na freguesia, é porque o PS faltou à promessa que andou a espalhar e tudo fez para manter o que PSD e CDS haviam consumado.

O governo anda por aí a espalhar promessas e anúncios na ansia de caçar votos.

Agita e exibe milhares de milhões. Mas se há dinheiro, e há, então que este seja usado para dar resposta às populações, às suas aspirações e às suas condições de vida e não para dar asas à gula do grande capital.

Sim, temos um percurso de reconhecida capacidade e prontos a servir as populações.

Castro Verde pode contar com o saber e a mais que comprovada entrega e disponibilidade do colectivo da CDU, que tem um trajecto de intervenção nesta terra, marcada pelos valores do trabalho, honestidade e competência e que são a marca do seu projecto distintivo.

As pessoas conhecem-nos e sabem o que representamos, sabem que aqui na CDU é gente séria, empenhada em servir as populações sem nada a esperar que não seja a satisfação do dever cumprido.

Aqui estamos anunciando que a concretização desse projecto distintivo tem dia indicado para voltar a marcar presença na autarquia de Castro Verde, para retomar a gestão CDU!

Aqui nos apresentamos de cara levantada, com o nosso símbolo e a nossa sigla.

Afirmando a CDU como um espaço de participação democrática, no qual intervêm milhares de homens e mulheres sem filiação partidária, que na CDU encontram o espaço de realização e contribuição para melhorar as condições de vida e responder aos interesses das populações que os elegem.

Aqui estamos para fazer prova de que não são todos iguais, que exercemos os nossos mandatos com dedicação ao interesse colectivo, que aqui estamos e estaremos para servir o povo e não para nos servirmos do poder.

Com os nossos candidatos e com os nossos programas com o que eles significam de compromisso para respeitar, para deles prestar contas, honrando os compromissos assumidos.

Na CDU, as eleições não são um leilão de promessas que repetidas mil vezes, mil vezes são esquecidas.

Na CDU respeitamos a palavra dada.

Futuro de confiança – é esta a ideia central que queremos transmitir nestes tempos estranhos que alguns, a pretexto da epidemia, querem aproveitar para aumentar a exploração e limitar direitos.

Um futuro que saberemos construir, como ao longo 40 anos provámos, no plano local exercendo as competências que cabem às autarquias.

Mas o futuro a que temos direito exige que, para lá do poder local, se construa a partir de uma outra política nacional.

Um futuro que tem de ser construído denunciando as opções de submissão à União Europeia e aos interesses do grande capital que o governo do PS mantém e que impedem a resposta aos problemas nacionais, e por outro lado combatendo os projectos reaccionários de PSD, CDS e seus sucedâneos.

São muitos os problemas, novos e acumulados, com que o País, os trabalhadores e o povo se confrontam.

Problemas que não se resolvem porque o PS continua amarrado às opções da política de direita que estão na origem dos problemas nacionais.

O PS teve toda a oportunidade para encetar uma política alternativa.

Não o fez porque são outros os seus compromissos.

Mesmo quando pela intervenção do PCP foi obrigado a dar passos e a responder a alguns problemas, fá-lo contrariado, a arrastar os pés no caminho da solução dos problemas.

Veja-se o que sucede, passados seis meses desde a sua entrada em vigor, com o Orçamento do Estado.

O Governo do PS não tem desculpa para não responder aos problemas nacionais.

Assim cumprisse o que a lei do OE determina e fizesse noutros planos – dos salários à defesa da produção nacional - o que devia fazer, mas não quer.

É inegável o impacto positivo na vida de milhões de portugueses das medidas de aplicação directa inscritas no Orçamento por proposta e iniciativa do PCP.

A CDU e o PCP nunca faltaram quando foi necessário impor soluções no interesse dos trabalhadores e do povo.

- Foi pela nossa proposta e intervenção que um milhão e novecentos mil pensionistas tiveram aumentos nas pensões;

- Foi pela nossa proposta e intervenção que 300 mil trabalhadores em lay-off passaram a receber os seus salários por inteiro;

- Foi pela nossa proposta e intervenção que mais de 50 mil trabalhadores desempregados viram o seu subsídio de desemprego prolongado;

- Foi pela nossa proposta e intervenção que mais 20 mil crianças foram abrangidas pela gratuitidade das creches.

É necessário outro nível de resposta, fazer outras opções assumir outros critérios.

Para isso a CDU precisa de ser mais forte.

Para garantir um aumento de reformas ainda mais significativo e que abranja todos os que descontaram durante uma vida de trabalho.

Para garantir o aumento geral de salários e do Salário Mínimo Nacional para 850 euros não só porque isso é inadiável, justo e urgente, mas também porque os salários de hoje são as reformas de amanhã.

Para ir mais longe na gratuitidade das creches assegurando a todas as crianças creche gratuita tão necessárias para garantir estabilidade e condições de vida aos jovens casais.

Mais força para exigir novos passos no direito ao transporte, reduzindo os seus custos e sobretudo, em regiões com esta, que se aumente a oferta do transporte público.

Camaradas e amigos

Daqui até às eleições é tempo de esclarecer, mobilizar e convencer.

Vencendo as falsificações do costume, sabendo que não vamos ter as graças da comunicação social, que vamos enfrentar as mentiras habituais.

Mas nestas eleições locais temos uma vantagem imensa. Podem dizer o que quiserem, mas nada apaga uma realidade:

As pessoas conhecem-nos e sabem o que representamos, sabem que aqui na CDU é gente séria, gente empenhada em servir as populações sem nada a esperar que não seja a satisfação do dever cumprido.

Sabem que cada hora que dedicamos ao interesse comum é avanço nas condições de vida de todos.

É isso que motiva e realiza cada um de vós, cada um dos candidatos, activistas e apoiantes.

E é também isso que leva muitos eleitores, que tendo outras opções políticas e partidárias, reconhecem no nosso trabalho na autarquia razão para nos confiarem o seu apoio e o seu voto.

Sim, somos força de Abril a construir o futuro.

Um futuro que passa também por este poder local democrático que ajudamos a construir e afirmar, pelo qual lutamos para que tenha plenas condições de exercício e que não seja visto, como é pelo, PS e o governo, como meras dependências da administração central para onde se varrem os subfinanciamentos e incompetências da política nacional, para onde, em nome de uma falsa descentralização, se despejam encargos e transferem problemas.

Um futuro que conta em Castro Verde com a CDU.

Este Abril imenso de significado que este povo de Castro Verde ajudou a ser realidade e que, em 2024, quando comemorarmos os 50 anos desta Revolução, terá a CDU por direito pleno a dirigir esta autarquia. Em Outubro, no plano local retomaremos, com a vitória da CDU, o caminho e os valores de Abril.