Intervenção de Jerónimo de Sousa, Secretário-Geral do PCP

Portel e o seu concelho precisam de ver regressar o trabalho, a honestidade e competência desta força distinta que é a CDU

Sessão Pública em Portel

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Estimados amigos e camaradas:

Uma forte saudação a todos os presentes e ao povo do concelho de Portel, a todos os que connosco estão neste projecto democrático e unitário da CDU!

Uma saudação especial a todos os candidatos da CDU aos órgãos municipais e freguesias, nas pessoas das nossas candidatas à presidência da Câmara e Assembleia Municipal de Portel, respectivamente Lúcia Cardoso e Vitória Pinheiro.

Aqui estamos, dando mais um passo na afirmação da candidatura da CDU e determinados a avançar e alcançar a vitória no concelho de Portel! 

É com esse objectivo que nos apresentamos às eleições do próximo dia 26 de Setembro! 

Portel e o seu concelho precisam de ver regressar o trabalho, a honestidade e competência desta força distinta que é a CDU!

Sabemos que é uma batalha exigente, mas é uma batalha que queremos e podemos vencer, com o empenhamento e a determinação de cada um de nós, candidatos, activistas e apoiantes da CDU!

O Povo deste concelho conhece a CDU, conhece o PCP. Conhecem-nos e sabem o que representamos, sabem que aqui na CDU mora gente dedicada, empenhada em servir as populações sem nada a esperar que não seja a satisfação do dever cumprido. 

Gente pronta para servir o povo e não para se servir do poder! 

Gente com experiência e provas dadas na defesa dos interesses das populações, conhecedores da realidade, dos problemas e dos desafios que se colocam ao desenvolvimento deste concelho.

Aqui estamos afirmando um projecto distintivo e sem paralelo porque assenta, desde logo, na valorização da participação popular, num contacto próximo com as populações e com as colectividades e todas as expressões do movimento associativo. 

Que se bate de forma intransigente em defesa dos serviços públicos para todos e pela melhoria do investimento central no acesso à saúde, à protecção social, à mobilidade e transportes e na defesa da água pública. 

Que assume a defesa do serviço público na resposta aos problemas básicos e essenciais, seja na distribuição da água ou na recolha dos resíduos. 

Que fomenta uma política local visando assegurar a valorização cultural e desportiva das populações. 

O projecto de uma força com uma intervenção distintiva na representação dos interesses populares e garantindo sempre uma particular atenção aos direitos dos trabalhadores e, em especial, pelo papel directo que nos compete na valorização dos trabalhadores das autarquias. 

No apoio e solidariedade activa com todas as suas lutas por melhores salários e a valorização das carreiras e profissões e agora, como mais uma vez se comprova com a aplicação do Suplemento de Penosidade e Insalubridade, consagrado pela acção e proposta do PCP.

Um Poder Local que tem sido empobrecido por sucessivos desrespeitos da sua autonomia, nomeadamente pela liquidação de mais de um milhar de freguesias.

O PCP e a CDU sempre afirmaram, desenvolveram a sua acção e apresentaram propostas para reverter a injusta medida que retirou as freguesias às suas populações. 

Portel e as populações de Amieira, Alqueva, São Bartolomeu do Outeiro e Oriola sentiram bem os efeitos concretos dessa medida. Se estas freguesias não estão repostas é porque o PS faltou à palavra dada e o impediu.  

Sim, somos, de facto, uma força de intervenção e luta, com um projecto distintivo e alternativo. 

Um projecto que assume a resposta no âmbito das competências das autarquias, mas também na exigência ao poder central no que é da competência deste.

Trabalhamos e lutamos para que o povo veja os seus direitos cumpridos e as suas justas reivindicações preenchidas. 

Somos uma força que não cala a exigência e a reivindicação do que é devido às populações por parte dos governos e da Administração Central. 

Sabemos bem que o Governo prefere quem, como os eleitos do PS, opte por calar e silenciar os incumprimentos e desleixos do seu Governo. 

O povo de Portel sabe que, quer no plano local quer no plano nacional, o PS esteve sempre do lado dos poderosos, do lado da exploração dos trabalhadores, do lado do défice para não dar resposta aos problemas dos trabalhadores e do povo.

Aqui estamos, à beira dessa notável infraestrutura pública, pela qual foi preciso lutar tanto, o Empreendimento de Fins Múltiplos de Alqueva. 

Uma infraestrutura que tendo potencialidades imensas para contribuir para a segurança e a soberania alimentar, se transformou na galinha dos ovos de ouro de grupos económicos do capitalismo agrário, uma boa parte dos quais multinacionais.

Apesar das potencialidades e recursos naturais, o Alentejo e Portel continuam a ser uma região adiada, com um progressivo e acentuado despovoamento e envelhecimento populacional, com falta de infraestruturas ou ausência de investimento nas existentes, com o encerramento de serviços públicos.

Aqui, a terra continua a ser olhada pelos protagonistas da política de direita, não na perspetiva da sua função social, mas sim como fonte de lucro rápido, com um acelerado processo de concentração fundiária, com a produção de culturas em regime intensivo.

Portel e as suas potencialidades agrícolas e vasto património do Montado está a ser alvo do enorme aproveitamento do olival e amendoal superintensivo pondo em causa o solo, o ambiente, a capacidade produtiva futura, recorrendo muitas vezes a trabalho altamente explorado. 

Bem sabemos a posição do Partido Socialista, valorizando este tipo de produção que tem proliferado nestas terras, com enormes impactos negativos e tirando proveito do importante investimento do Alqueva sem qualquer regulação. 

Ecoam amor ao montado como quando acenam com a pretensão de construção de um Centro Interpretativo do Montado, ao mesmo tempo assinam políticas que o colocam em causa.

Portel pode beneficiar desse investimento que é a barragem do Alqueva, que está longe de ser aproveitado na sua plenitude para servir o povo e o País, esta Região e o seu desenvolvimento.

Desenvolvimento que deveria ser também uma incumbência prioritária das políticas económicas e sociais de qualquer governo vinculado ao dever constitucional de promoção da coesão nacional.

Sim, a questão central para o desenvolvimento da região passa pela valorização do sector produtivo através de uma base económica diversificada, sustentável, potenciando os investimentos estruturantes como o Alqueva.

Passa por criar oportunidades de emprego e valorizar salários, dar outra perspectiva de futuro aos jovens. 

Tal como passa por dar outra dimensão ao investimento público, melhorando serviços púbicos nos mais diversos domínios e o fomento de infraestruturas e equipamentos públicos imprescindíveis ao desenvolvimento local e regional, nomeadamente para garantir as necessárias condições de mobilidade, transportes e comunicações.

É necessário inverter o caminho de declínio e envelhecimento populacional, como os recentes dados dos censos revelam e isso não se faz, nem com a política do PS, nem com a do PSD, CDS e seus sucedâneos. 

Caros amigos e camaradas:

A eleição de mais candidatos da CDU em 26 de Setembro é a garantia, em cada freguesia e concelho, de um trabalho ao serviço das populações e de uma resposta aos seus problemas. 

É esse o objectivo directo destas eleições. Mas hoje está cada vez mais claro que não são só as freguesias e os concelhos deste País que ficam a ganhar com a intervenção e o reforço da CDU e da sua gestão.

É o País que precisa do trabalho, da honestidade e da competência do PCP e da CDU para melhor defender os interesses dos trabalhadores e do povo.

Tem sido a sua intervenção e acção, juntamente com a luta dos trabalhadores e das populações que tem permitido nestes tempos difíceis para o nosso povo, conter e minimizar uma degradação maior das condições de vida.          

Foi pela acção e intervenção do PCP que foi possível assegurar o pagamento por inteiro dos salários aos trabalhadores em Lay-off; garantir a 200 mil pessoas apoios dirigidos aos trabalhadores independentes e outras pessoas sem proteção social, mas também a mais de 50 mil trabalhadores desempregados que viram o seu subsídio de desemprego prolongado. 

Foi pela acção do PCP que cerca de 20.000 crianças ficaram abrangidas pela gratuitidade das creches. 

O aumento de 10 euros que foi possível concretizar em 2021 para as pensões até 658 euros, permitiu continuar um caminho de reposição do poder de compra para mais de um milhão e novecentos mil reformados e pensionistas.  

Um avanço que só foi possível, ninguém duvide, pela determinação do PCP, que igualmente permitiu que entre 2017 e 2020 estes reformados tenham tido aumentos, entre os 24 e os 40 euros nas suas pensões.

Esta intervenção e luta pelo melhoramento das reformas e pensões é uma luta que se impõe continuar, visando garantir em 2022 aumentos em todas as pensões – e por eles o PCP se vai bater.

Mas esta realidade contrasta com os atrasos e as limitações que o Governo do PS tem colocado para entravar a concretização de um conjunto significativo de outras medidas inscritas no Orçamento do Estado. 

Não faltarão nas próximas semanas o agitar de novas promessas, o acenar dos milhares, a tentativa do PS de condicionar e chantagear os eleitores com esses investimentos. 

Ou com a manobra habitual do PS em tempo de eleições do agora é que é, como está a acontecer com o Hospital Central Público do Alentejo, adiado ao longo de anos, onde a iniciativa do PCP e a luta das populações tem sido determinante para que este saísse do campo das promessas.

Não existiu ao longo da última legislatura justificação alguma para que o Hospital não tivesse avançado, a não ser o adiamento sucessivo por parte da ARS Alentejo e, portanto, do Governo.

Há 9 meses que foi anunciado o início da obra e ainda nem o Estaleiro se avista. 

Da parte do PCP continuaremos a intervir com as populações para que não se adie mais a obra e para que se cumpram os prazos de execução da mesma.

Há muitas batalhas a travar para garantir o que o País e esta região precisam.

O País precisa de avançar. Precisa de superar os problemas acumulados. 

Mas precisa também de dar resposta a problemas mais imediatos. Precisa de outra política para responder a outros problemas que marcam e pesam negativamente na vida dos trabalhadores e do povo.

Desde logo para assegurar respostas emergentes como a do aumento geral dos salários para todos os trabalhadores, do salário médio, tal como a valorização das carreiras, o aumento do Salário Mínimo Nacional para 850 euros, o combate à precariedade ou à desregulação de horários de trabalho.

A defesa e afirmação dos direitos dos trabalhadores, a revogação das normas gravosas da legislação laboral. 

Para garantir um reforço de investimento nos serviços públicos, nomeadamente o indispensável reforço do SNS, mas também na educação e na protecção social. 

Uma outra resposta e uma outra justiça fiscal que desagrave os impostos sobre os trabalhadores de mais baixos rendimentos.

A necessária valorização dos apoios sociais. 

Uma outra resposta para garantir creches gratuitas para todas as crianças, como há muito defendemos e que reclama uma opção de financiamento que dê prioridade ao apoio às crianças e famílias. 

A garantia de uma rede de Lares e o apoio efectivo aos idosos, às suas famílias e cuidadores. 

Sim, é para dar força à luta por tudo isto que mais autarquias, mais eleitos, mais votos na CDU são um contributo para poder dar novos passos com novas soluções na resposta aos problemas do País, dos trabalhadores e do povo.

Camaradas e amigos: 

Daqui até às eleições é tempo de esclarecer, mobilizar e convencer!

Temos um património de realização e um projecto que não deixam dúvidas quanto ao sentido e rumo da nossa intervenção na defesa do interesse público e das populações. 

Por isso, com segurança dizemos: 

Vamos para estas eleições com a confiança e a convicção de que é possível dar um forte impulso no reforço eleitoral da CDU neste concelho de Portel e vencer.

E com a vitória construir um caminho de futuro de bem-estar colectivos e, ao mesmo tempo, com mais CDU, acrescentar força à luta e à razão de todos os que aspiram a uma outra política, patriótica e de esquerda no plano regional e nacional.

Sim, vale a pena apoiar e votar CDU!