Intervenção de Maria das Dores Meira, Candidata à Presidência da Câmara Municipal de Almada

«Com a CDU, Almada voltará a ser uma Terra de Todos, e uma Terra para Todos»

Sessão «CDU na Área Metropolitana de Lisboa, intervenção e compromisso»

Permitam-me as primeiras palavras de viva e forte saudação aos 18 candidatos a Presidentes das Câmaras Municipais e aos 18 primeiros candidatos às Assembleias Municipais da Área Metropolitana de Lisboa.

Reunimo-nos hoje para reafirmar o nosso compromisso solene de lutar pelo reforço das maiorias já alcançadas pela CDU, e pela obtenção de novas maiorias, tão necessárias à melhoria da qualidade de vida das populações da nossa região.

Venho a esta tribuna falar-vos de Almada.

Almada, um dos municípios da nossa região onde temos que lutar arduamente para reconquistar a maioria e a presidência dos órgãos do município.

Uma reconquista indispensável para voltar a colocar o Almada do lado certo, e retomar o caminho de desenvolvimento e progresso de mais de quatro décadas, interrompido há quatro anos por quatro escassas centenas de votos.

Até Outubro de 2017, quando chegávamos a Almada usando a principal entrada viária na Cidade, éramos recebidos pela afirmação de que estávamos a entrar em “Almada, Município de Abril”.

A primeira decisão que a maioria formada a partir das eleições de Outubro de 2017 tomou – se esquecermos a patética encenação da assinatura do Despacho nº 1, que em plena cerimónia de tomada de posse determinou a construção de uma rampa de acesso a instalações que não são municipais, em território que não é de gestão municipal, que custou mais de 55 mil euros ao erário municipal, e que hoje ali está, nada nem ninguém servindo –, a primeira decisão que tomou foi a de eliminar da paisagem urbana esta referência à Revolução de Abril.

Podendo parecer coisa pouca, esta não foi, contudo, uma decisão inocente nem inusitada. Foi uma decisão consciente, deliberada e com um objetivo muito claro: reduzir na máxima extensão possível a presença no território das marcas e dos valores de Abril.

Esta decisão marcou o arranque daquilo que viria a caracterizar os quatro anos que se seguiram, de enorme retrocesso no desenvolvimento e progresso de Almada. 

Uma das vertentes mais evidentes desse retrocesso traduziu-se no rompimento deliberado de uma prática política de diálogo, participação e cooperação institucional com as mais variadas estruturas e entidades com atividade no Concelho de Almada, que no cumprimento estrito dos valores da Revolução de Abril e da Constituição da República, quatro décadas de gestão CDU tinham garantido.

Não podemos verdadeiramente falar de um Poder Local Democrático, ignorando que para além dos órgãos do município e das freguesias que a Constituição da República consagra, coexistem outras instâncias populares organizadas que exercem efetivo poder local.

Essas instâncias, que concorrem também para a solução dos problemas reais dos cidadãos e cidadãs, são as múltiplas e multifacetadas instituições que integram o movimento associativo popular, que assumem em Almada uma expressão de particular magnitude, existindo mais de 400 associações, clubes, coletividades e outras organizações populares em atividade no território municipal.

Nestes quatro anos que estão a terminar, a rutura entre o município e o movimento associativo popular é um facto indesmentível e inultrapassável.

Uma rutura que tem um único responsável: a Câmara Municipal de maioria PS/PSD e a sua opção política pela desconsideração do Movimento Associativo Popular enquanto parceiro efetivo e indispensável na execução das política municipais de desenvolvimento, desconsiderando em particular o facto desse movimento associativo, todo ele assente no voluntariado e na vontade de fazer o bem comum de quem nele participa, tantas e tantas vezes se substituir às responsabilidades do Estado na satisfação de necessidades básicas e essenciais das populações.

A opção da atual maioria por uma política de asfixia gradual, mas inexorável, do Movimento Associativo Popular, conhece já consequências muitíssimo gravosas para as instituições e para as populações que servem, ainda difíceis de medir em toda a extensão, mas já bem sentidas pelas coletividades, clubes e associações.

A cooperação e o diálogo permanentes que existiam entre o movimento associativo e o Município na gestão democrática da CDU, estão hoje reduzidas a um invernoso clima de profunda desconfiança, de desesperança e de receio pelo futuro por parte das associações populares. 

Uma realidade que urge ultrapassar e fazer retornar ao caminho certo! Os órgãos do Município de Almada têm que voltar a estimular, acarinhar e reconhecer o importantíssimo papel que o movimento associativo popular sempre desempenhou, no respeito tanto pela sua gloriosa história, como pelo seu inestimável contributo para o progresso e desenvolvimento no presente e no futuro. 

Não podemos continuar de costas voltadas, como se o movimento associativo fosse um adversário perigoso para o poder local, como a atual maioria o considera. 

Temos que combater e derrotar esta ideia que pretendem instalar, de que os homens e mulheres que graciosamente dão vida às instituições do Movimento Associativo Popular não são gente séria, não são gente honesta, não são gente de confiança. 

Foi certamente por assim pensar, que a atual maioria quis que passássemos a considerar-nos como “território de muitos”, e não terra de todos, como sempre fomos e sempre afirmámos que queríamos ser!

Com a CDU, Almada voltará não apenas a afirmar-se como Município de Abril, como recusará que a queiram transformar apenas em “território de muitos”! Com a CDU, Almada voltará a ser uma Terra de Todos, e uma Terra para Todos!

Viva Almada!
Viva a CDU!