É tempo de mudar!

Comício em Guimarães

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Jerónimo de Sousa terminou com um comício no centro da cidade de Guimarães a jornada de segunda-feira, 23, pelo Norte do País. Numa região flagelada pelo aumento do desemprego, das injustiças e desigualdades sociais, o Secretário-Geral do PCP não deixou cair no esquecimento as responsabilidades que PSD, CDS e PS têm nestas matérias em resultado da assinatura do Pacto de Agressão, que em dois anos levou o País e regredir uma década nos planos social e económico, atraso que incidiu com particular violência no mundo do trabalho, insistiu, mas «que se reflectiu também nos que têm uma actividade empresarial dirigida para o mercado interno, nomeadamente o pequeno comércio ou a restauração».

Dois anos depois da imposição da política das troikas, Portugal contabiliza «mais de 400 mil empregos destruídos» e «mais de um milhão e quatrocentos mil desempregados. Desemprego em massa, acusou, a que se soma um ataque inaceitável ao subsídio de desemprego» deixando «milhares de famílias sem saber o que fazerem à vida».

«Mais de 200 mil portugueses foram empurrados para a emigração forçada» e «mais de 400 mil passaram a depender de alimentação doada», prosseguiu, antes de sublinhar que «o único emprego que encontram é precário e cada vez mais mal pago».

Para Jerónimo de Sousa, «é o Portugal da pobreza e das desigualdades sociais que querem construir» com «as suas políticas de exploração do trabalho», as quais estão «a alargar o número de portugueses que se encontram no limiar da pobreza, mesmo trabalhando», afirmou, atribuindo, depois, «à degradação dos salários, ao desemprego e à precariedade laboral, às reduzidas reformas e aos baixos níveis de protecção social a explicação deste vergonhoso aumento da pobreza».

«É preciso inverter com urgência este caminho!», advertiu o Secretário-Geral do PCP, considerando «escandalosa» a «política de transferência dos rendimentos do trabalho para o bolso dos agiotas, dos especuladores, do grande capital», afinal, «os grandes beneficiários da política de direita e do Pacto de Agressão».

Exemplos deste «encher os cofres do grande capital» num «fartar vilanagem» não faltam, disse, referindo, depois, negócios como os Swaps, as PPP, o BPN ou o BPP.

«Para quem trabalha, menos salário e mais impostos», resumiu, dando como exemplos o facto de «a banca e os grupos económicos terem pago menos IRC do que um PME», ou, mais elucidativo ainda, o facto de, «nestes últimos dois anos, o imposto pago pelos trabalhadores ter aumentado 1300 milhões de euros, enquanto que o pago pelo capital baixou 1300 milhões de euros».

«Se não os pomos a andar, ao FMI, à troika e ao Governo, e aos que têm apoiado a política de direita, deixam o País a “pão e laranjas!”», concluiu o dirigente comunista, antes de sustentar que os baixos salários «são um entrave ao desenvolvimento económico» e anunciar que o PCP apresentou na Assembleia da República uma proposta de aumento do Salário Mínimo Nacional para os 515 euros exigindo um aumento gradual até aos 600 euros até ao final de 2014.

Perder o medo

Antes de Jerónimo de Sousa, as intervenções da noite foram, igualmente, dominadas pela necessidade de inverter a marcha para o desastre a que têm sido conduzidos o povo e o País. Deolinda Machado defendeu que «no dia 29 está nas nossas mãos a mudança para todos», enquanto que Mariana Silva, em nome do Partido Ecologista «Os Verdes», frisou que «a CDU tem um projecto incompatível com a espiral de degradação imposta pelas troikas».

O cabeça de lista da CDU à Câmara Municipal de Guimarães, Torcato Ribeiro, lembrou por sua vez que a Coligação PCP-PEV «não precisa de eleições para falar com as pessoas» nem «monta a tenda das promessas» em período eleitoral porque não é responsável pela actual situação, e, assim, não precisa de escamotear nem inverter posições assumidas ou vínculos com a degradação a que chegaram o País e o concelho.

Torcato Ribeiro lembrou, também, que outras forças políticas enchem a boca com a austeridade mas semearam o concelho de propaganda, ao contrário da CDU que mantém uma «postura sóbria», destacou. Numa alusão aos interesses que servem tais forças políticas, perguntou: «De onde lhes vem tanto dinheiro? Quem lhes paga o circo?»

«Os candidatos do PSD e do CDS não são solução para Guimarães», concelho assolado «pelo desemprego e a exclusão social». Também não é solução a candidatura do PS, que pretende «fazer render as falsas promessas» para iludir «o fim de ciclo». Por isso, Torcato Ribeiro pediu aos vimaranenses que «percam o medo e o preconceito e digam através do voto o que já dizem: é tempo de mudar!».