CDU com confiança a avançar em Lisboa

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João Ferreira

1° Candidato à Câmara Municipal

Arruada CDU, Lisboa

Intervenção de Jerónimo de Sousa, Secretário-Geral do PCP

Pelo número de participantes na arruada deste fim de tarde, pelo entusiasmo e alegria que demonstraram e por aquilo que foi inocultável nas últimas semanas, a CDU na cidade de Lisboa avançou, avança e avançará, até domingo, e estará mais forte no dia seguinte às eleições, afirmou João Ferreira. De fundada confiança foi também a principal mensagem de Jerónimo de Sousa.

As previsões de mau tempo, que acabaram por não se confirmar, levaram a que o local da concentração inicial fosse alterado, para junto da Casa do Alentejo. Trazendo ainda folhetos, bandeiras e autocolantes, a mostrar que estavam a chegar de outras acções de esclarecimento e mobilização para o voto, ali se reuniram centenas de candidatos e apoiantes da CDU. Pouco antes das 18 horas, marcadas para o início do desfile, uma charanga soltou os primeiros acordes, para logo dar lugar a um momento teatralizado, com «uma família» a explicar «a Lisboa que queremos».

De cravos ao peito ou na mão, numa animada manifestação - encabeçada pelo Secretário-Geral do PCP e dirigentes do PEV e da ID, pelos primeiros candidatos da CDU à Câmara e à Assembleia Municipal, e por uma entusiástica representação de jovens -, os participantes na arruada que marcou o encerramento da campanha eleitoral desceram a Rua das Portas de Santo Antão, passaram o Teatro D. Maria II e circundaram meio Rossio. Pelo caminho, muitos se foram juntando ao desfile, como fizeram Arménio Carlos e vários dirigentes sindicais. Frente ao palco, instalado quase à boca da Rua Augusta, a «plateia» estendeu-se até à Rua do Ouro.

«Quer chova, quer faça sol, a CDU avança com toda a confiança», sorriu Cláudia Madeira, candidata e dirigente do Partido Ecologista «Os Verdes», a abrir o breve comício, suscitando um prolongado «eco», numa palavra de ordem várias vezes repetida neste percurso, como em tantos momentos desta campanha.

Chamou, para junto de si, Sofia Lisboa, da JCP, João Corregedor da Fonseca da Intervenção Democrática e Deolinda Machado, da Comissão Cordenadora da CDU, Carlos Silva Santos, cabeça de lista à Assembleia Municipal, e os dois oradores.

Votos para quê?

João Ferreira afirmou-se confiante em que, no dia 30, «independentemente dos resultados, seremos mais e com mais força para as tarefas que temos pela frente» e a população e os trabalhadores «podem contar connosco com mais força, com a força que nos derem no domingo».

«Sairá irrevogavelmente derrotado» o candidato dos partidos do Governo, que «já entrou derrotado nestas eleições», «por muito que o actual presidente se esforce para dramatizar o “perigo da direita”». O candidato da CDU à presidência da Câmara de Lisboa sublinhou que «nunca faltaram os votos da CDU, para aprovar medidas positivas» na CML, mas asseverou que António Costa e o PS não tiveram o voto e «vão continuar a contar com a nossa oposição, em medidas prejudiciais» à cidade e à população.

João Ferreira alertou, contudo, para «os perigos de uma maioria absoluta», como a que está a ser pedida pela maioria que tem governado a CML nos últimos seis anos, pois esse poder permitiria «concretizar o que esconderam na campanha», quer quanto a projectos imobiliários que não tiveram condições para aprovar, quer na desarticulação e privatização de serviços municipais, em parcerias público-privadas para gestão de muitos equipamentos, e no desenvolvimento das linhas reflectidas no PDM e na liquidação de freguesias, aprovadas com os votos do PS, do PSD e do CDS.
Jerónimo de Sousa deu conta da «confiança que fomos adquirindo neste último mês» e lembrou, como garantia de que «a CDU vai avançar», que as listas da Coligação abrangem nestas eleições mais território e mais população.

Sob fortes aplausos, valorizou a opção de mais de doze mil pessoas, sem filiação partidária, que decidiram integrar as listas da CDU a órgãos de municípios e freguesias. Estes independentes preferiram estar com a força que garante trabalho, honestidade e competência. De igual forma, quem votar na CDU terá a «garantia ímpar» de que «o seu voto será respeitado e o compromisso eleitoral será assumido».

Não foram precisas eleições para os portugueses saberem que as forças da CDU estão sempre ao lado de quem luta, ao lado dos trabalhadores e da população, lembrou ainda o Secretário-geral do PCP, que acusou os principais partidos de usarem a campanha eleitoral para fazerem mistificação.

Reagindo a declarações de António José Seguro, que apelou ao «voto dos indignados». Jerónimo de Sousa recordou que, quando a indignação cresceu e saiu às ruas, o PS não se manifestou, e quando se tratou de passar à luta, o PS não lutou.

Em contraponto aos discursos que mudam quando chega a época eleitoral, e num comentário à decisão do Tribunal Constitucional que reprovou algumas normas do Código do Trabalho, Jerónimo de Sousa incentivou todos os que resistem e não se rendem e reafirmou que «valeu e vale a pena lutar».