CDU 2013

A sete dias das eleições autárquicas, cresce, a cada minuto que passa, a onda de apoio à CDU. Neste domingo, em Beja, não foi diferente. No Pavilhão Municipal do Parque de Feiras e Exposições teve lugar um almoço, que contou com a presença de mais de 600 pessoas e com a intervenção de João Rocha, cabeça-de-lista à Câmara Municipal, e de Jerónimo de Sousa, Secretário-Geral do PCP. Nas duas intervenções, salientou-se a necessidade de reforçar a CDU e reconquistar, de novo, a Câmara Municipal, para «Afirmar Beja», na região e no País.

«A verdade é que Beja tem todas as condições para o sucesso, só tem que ganhar – ou recuperar – peso político, prestígio, auto-estima. Quem cá vive e trabalha precisa de ver o reconhecimento de um concelho cheio de potencialidades, de uma cidade com séculos de história e a que falta ter a força, ter presença activa, impor-se como um verdadeiro centro regional», afirmou João Rocha, frisando que «o aeroporto, o Alqueva e a agricultura, os centros de investigação, o património, a excelente qualidade de vida que um centro urbano como Beja pode proporcionar, entre muitas outras coisas que existem, só precisam de ser apoiadas e incentivadas».

«Esse é o papel decisivo da Câmara Municipal», sublinhou o candidato, acrescentando: «Se houver desenvolvimento económico, se houver investimento, se houver turismo, se houver esse esforço conjunto, criam-se empregos, fixam-se pessoas, criam-se as necessárias dinâmicas de crescimento globais. Cria-se um futuro. É isso que todos queremos.»

João Rocha disse ainda, perante as imensas salvas de palmas que o interrompiam, num gesto de confiança e carinho, que a candidatura «tem as pessoas como prioridade» e que a CDU quer «trabalhar para as pessoas e com as pessoas, ouvir os cidadãos e as suas organizações, dialogar com todos os intervenientes na comunidade e com eles “Afirmar Beja” como centro de bons projectos, de boas ideias, de empenho, de capacidade, de trabalho e de excelente qualidade de vida».

Manuel Loff Barreto encabeça a lista à Assembleia Municipal e Manuel Carreia Marques é o mandatário concelhio.

Penalizar os partidos da troika

Jerónimo de Sousa destacou, por seu lado, que o concelho de Beja «precisa da CDU» para que a Coligação volte à gestão da Câmara para realizar o seu projecto de desenvolvimento. «É preciso recordar a obra feita durante décadas, aqui, pela APU, pela CDU, uma forma de intervenção que transformou este concelho, que foi uma referência cultural, de desenvolvimento, de contacto com as próprias populações junto da gestão camarária», referiu, sublinhando que no dia 29 de Setembro é preciso que «Beja volte a ter uma gestão CDU, uma gestão democrática ao serviço das populações».

Na sua intervenção, o Secretário-Geral do PCP comentou ainda as declarações do primeiro-ministro, que, no dia 21 de Setembro, afirmou que com os juros da dívida a sete por cento, Portugal dificilmente conseguirá chegar aos mercados e que possivelmente o Governo vai ter que considerar um segundo resgate. «Não resolveram nenhum problema do défice e da dívida, que está a transformar-se numa armadilha, num sufoco, que não liberta Portugal. Este segundo resgate será como mais uns anos de cadeia para o nosso desenvolvimento, para um Portugal livre e soberano, caso aceitemos a imposição da troika e do grande capital», denunciou, afirmando que nestas eleições é importante penalizar todos os partidos que assinaram o Pacto de Agressão: PS, PSD e CDS.

A iniciativa, onde estiveram os cabeças de lista da CDU às uniões e assembleias de freguesia do concelho, bem como os candidatos à Assembleia e Câmara Municipal, contou com a presença, entre outros de João Ramos, deputado à Assembleia da República, Miguel Madeira, da Organização Regional de Beja e do Comité Central, e Dias Coelho, da Comissão Política do Comité Central do PCP.

A pão e água

Este dia ficou marcado com o pedido insistente, por parte dos jornalistas, de comentário às declarações de Passos Coelho, que, no sábado, defendeu mais cortes para evitar um novo pedido de «ajuda» externa. «Vão persistir neste rumo para o desastre», acusou Jerónimo de Sousa, considerando que sem a renegociação da dívida, sem a demissão deste Governo, sem a rejeição deste Pacto de Agressão, podem impor a austeridade que quiserem, pôr os portugueses a pão e água, que não resolvem os problemas nacionais.