Mais CDU para valorizar o trabalho e os trabalhadores

Contacto com os trabalhadores dos resíduos sólidos urbanos da Câmara Municipal de Almada

De Setúbal, Paula Santos, primeira candidata da CDU pelo círculo eleitoral de Setúbal e deputada do PCP na Assembleia da República (AR), e João Ferreira, da Comissão Política do PCP, rumaram, no domingo, 16 de Janeiro, para junto dos trabalhadores dos resíduos sólidos urbanos da Câmara Municipal de Almada, no Vale Figueira Parque, na Sobreda, Almada, que exigem o aumento geral dos salários, bem como a atribuição do subsídio de risco.
 
Aliás, estas são reivindicações das forças que compõem a CDU: o PCP e o PEV, a par da revogação do regime da caducidade da contratação colectiva; repor o princípio do tratamento mais favorável; reduzir o horário de trabalho para 35 horas semanais, sem perda de salário e direitos; 25 dias úteis de férias para todos os trabalhadores; revogar a Lei do Trabalho em funções públicas e o SIADAP e rever a tabela remuneratória única; repor o poder de compra perdido; combater a precariedade – a cada posto de trabalho permanente deve corresponder um contrato de trabalho efectivo; direito à reforma para todos os trabalhadores que tenham 40 anos de descontos sem penalizações; reduzir a idade da reforma para os 65 anos. 

À porta daqueles estaleiros encontrava-se uma árvore de Natal da CDU com outros exigências: salvar o SNS; creches gratuitas; defender o ambiente; direito à habitação; melhores pensões; defender o serviço público; dignificar carreiras; respeito por quem trabalha.

Antes da partida do turno da noite daqueles trabalhadores, João Ferreira explicou a razão daquela acção: «Não é por acaso que passámos por aqui hoje. Nós, na CDU, temos a valorização do trabalho e dos trabalhadores como um dos nossos principais objectivos, que é intrínseco àquilo que propomos para o País». Olhos nos olhos, o dirigente comunista lembrou que aqueles trabalhadores foram considerados, durante a epidemia, de «imprescindíveis», uma vez que «nunca se confinaram e tiveram que continuar a trabalhar para assegurar que os outros podiam confinar», assegurando a «salubridade das nossas cidades, a limpeza e a saúde pública». 

«Estamos a falar de gente que tem um trabalho duro, uma grande parte durante o período nocturno, que desempenham estas funções há 10, 20, 30 anos, nalguns casos, e que recebem, muitos deles, o salário mínimo nacional. É uma evidência de como este trabalho não é devidamente valorizado como devia», apontou João Ferreira, lembrando que a CDU tem sido protagonista, há cerca de 20 anos, de «uma luta pela atribuição do suplemento de insalubridade, penosidade e risco», que «é também dos trabalhadores». «Conseguimos finalmente que fosse aplicado esse suplemento, mas não no molde que a CDU propôs. O PS não só excluiu o risco da aplicação, ficou apenas insalubridade e penosidade, como acabou por deixar de fora muitos trabalhadores de outras profissões», acusou, apelando ao voto dos trabalhadores «para que no dia 30 de Janeiro, ou no dia 23 (voto antecipado), possam garantir que a CDU saía reforçada nestas eleições de forma a ter mais força para impor aquilo que agora alguns recusam, nomeadamente a justa valorização dos salários e das carreiras».

Entre muitos outros activistas da CDU, estiveram ainda presentes Bruno Dias, também candidato e deputado na AR, e Armindo Miranda, da Comissão Política do PCP.