CDU exige medidas urgentes para defender o Serviço Nacional de Saúde

Comício em Setúbal

Cerca de 130 quilómetros separam os concelhos de Aljustrel e Setúbal, onde decorreu, no dia 16 de Janeiro, a segunda acção de campanha da CDU para as eleições legislativas de 30 de Setembro. No Auditório Bocage da Junta de Freguesia de São Sebastião, «apinhado» de força e de confiança, decorreu um poderoso comício da CDU, com as intervenções de André Martins, presidente da Câmara Municipal de Setúbal, Hélio Bexiga, da Associação Intervenção Democrática (ID), Paula Santos, deputada do PCP na Assembleia da República (AR) e primeira candidata pelo círculo eleitoral de Setúbal, e de João Ferreira, da Comissão Política do PCP. Entre muitos outros, estiveram presentes José Luís Ferreira, candidato e deputado do PEV na AR, Armindo Miranda, da Comissão Política do PCP, e José Capucho, do Secretariado do PCP.

Na abertura dos trabalhos, André Martins deu conta das dificuldades sentidas no Centro Hospitalar de Setúbal, face ao desadequado financiamento, a carência de profissionais de saúde e a desadequação das instalações. Apesar das promessas do PS, que caíram em «saco roto», foram as forças que compõem a CDU a desbloquear, no Orçamento do Estado para 2021, o investimento necessário para o lançamento do procedimento concursal para a empreitada de construção de um novo edifício para o Hospital de São Bernardo, que vai permitir a ampliação do Serviço de Urgências, acentuou.

A pensar na próxima legislatura, o autarca pediu o reforço da votação na CDU também para que aconteça a reclassificação do Centro Hospitalar de Setúbal, do Grupo C para o D, possibilitando assim a adopção de critérios de financiamento e atribuição de orçamento mais consentâneo com a sua realidade e criando «melhores condições para os profissionais de saúde, sobretudo para os novos médicos».

Propostas para o distrito

Pediu-se, de seguida, mais força à CDU, com mais votos e mais deputados, para desenvolver a Península de Setúbal e o Litoral Alentejano. Lançar um programa de re-industrialização do distrito; alargar a rede pública de educação pré-escolar, garantindo vagas a todas as crianças a partir dos 3 anos; construção do Hospital do Seixal e de um novo Hospital Montijo-Alcochete; instalar no Hospital do Litoral Alentejano todas as valências para que foi projectado, designadamente da Maternidade; requalificar o parque escolar do distrito; fixar a progressiva gratuitidade dos transportes públicos, a começar pela gratuitidade até aos 18 anos em 2022; reverter a privatização da Amarsul, são algumas das propostas da CDU para o distrito.

«A CDU é a força política que se distingue de todas as outras no nosso distrito», sendo a «única que assume o compromisso de defender os interesses dos trabalhadores e das populações e o desenvolvimento da nossa região», colocando como «prioridade o desenvolvimento regional, o investimento público, o aumento da capacidade produtiva, a melhoria das acessibilidades e mobilidade, o reforço dos serviços públicos, a elevação das condições de vida dos trabalhadores, dos reformados, das mulheres, dos jovens, dos agricultores, dos pescadores, dos micro, pequenos e médios empresários», salientou Paula Santos.
 
Segundo a candidata, a CDU é ainda «a força decisiva para dar concretização à regionalização, que é fundamental para eliminar assimetrias e aprofundar o regime democrático, promover a participação popular, para dar mais coerência à organização administrativa do Estado». «Se as regiões administrativas ainda não foram criadas, foi porque PS e PSD, ao longo de todos estes anos, sempre o impediram», acusou.

Também Hélio Bexiga apelou ao voto na CDU nas eleições de 30 de Janeiro. «Cá estamos, em mais uma batalha inserida na grande luta que abraçamos em prol dos grandes ideias humanos, da liberdade, da democracia, do bem estar para o povo e os trabalhadores, enfim, a luta por um mundo melhor», disse o dirigente da ID.

Emergência nacional

João Ferreira encerrou a sessão. Depois de defender o aumento geral dos salários para todos os trabalhadores, que considerou de «emergência nacional», o dirigente comunista falou de outros imperativos, como o aumento das reformas e pensões. 

Anunciou ainda que mais de 180 médicos e mais de 300 enfermeiros declararam o seu apoio à CDU. «Não é por acaso que tantos profissionais de saúde apoiam a CDU. É que a saúde tem estado no centro das nossas prioridades», afirmou, exigindo «medidas urgentes para defender o Serviço Nacional de Saúde (SNS)», que «propusemos serem incluídas no Orçamento do Estado para 2022, mas que o Governo PS rejeitou porque estava a pensar nas eleições e não em soluções para o SNS».
 
«António Costa, que vai repetindo que foi uma irresponsabilidade precipitar eleições no contexto de uma pandemia, tem de perceber que essa é uma acusação que faz ricochete na realidade e que o atinge em cheio. Foi uma irresponsabilidade, sim, pôr o cálculo eleitoral do PS à frente das soluções que se impunham», acusou João Ferreira.