Sessão Pública em Grândola

Destacadas em Grândola razões para reforçar CDU de confiança

Conhecimento dos problemas, intervenção consequente pela sua resolução, propostas concretas e uma visão de progresso para construir o futuro, deputados com provas dadas e ligação aos trabalhadores e ao povo – assim se apresenta a CDU às eleições de 30 de Janeiro, que foram «forçadas por aqueles que consideram que já fomos longe demais, nestes últimos anos, com a política de defesa, reposição e conquista de direitos e condições de vida para os trabalhadores e o nosso povo».

Este sábado à tarde, no Cineteatro Grandolense, dezenas de pessoas ouviram e aplaudiram as intervenções de Jerónimo de Sousa, Secretário-geral do PCP, e Paula Santos, deputada e primeira candidata na lista da CDU pelo distrito de Setúbal. Numa sessão moderada por Susana Espada, também candidata da coligação PCP-PEV, foram abordados os problemas mais sentidos, destacando-se, logo na breve intervenção introdutória, a falta de investimento público na Saúde.

Paula Santos realçou aquilo que distingue a candidatura da CDU. As forças que a integram, além de terem denunciado os problemas e de apresentarem soluções, propõem um plano de desenvolvimento integrado para o distrito de Setúbal e o Litoral Alentejano, contemplando a área de Sines. Discorreu sobre economia, regionalização, transportes, ambiente, habitação, cultura, património, segurança e outros temas do programa, sintetizado num folheto que também apresenta os candidatos à eleição de 18 deputados. E insistiu em medidas que, aprovadas no Parlamento, acabaram por não ser concretizadas pelo Governo do PS, como a reabertura do Centro de Saúde de Grândola.

Querem retrocessos sem sobressaltos

Jerónimo de Sousa realçou a importância das próximas eleições, afirmando que elas «eram desejadas por PS e Presidente da República». «Atiraram com o País para eleições porque ambicionam ver garantida sem sobressaltos a política de direita, para assegurar os interesses daqueles que à custa dos trabalhadores e do povo têm acumulado riqueza e fortuna e assim continuam», acusou.

Por parte da CDU, «vamos para estas eleições determinados a defender o que se conseguiu e a tudo fazer para assegurar novos avanços e soluções para os problemas do povo e do País». O Secretário-geral do PCP asseverou que «estamos nesta batalha com confiança», porque «temos uma lista para servir os trabalhadores e as populações, tal como temos uma política com soluções e trabalho realizado».

Usam os reformados

Jerónimo de Sousa esclareceu «uma mentirazinha, uma mentirola» que está a ser propagada, acerca do aumento extraordinário de 10 euros das reformas e pensões. «É uma falsidade dizer-se que não se pode aumentar a pensões agora, em Janeiro, porque não há Orçamento aprovado», sublinhou, lembrando que «o primeiro-ministro disse o contrário, há pouco mais de um mês, afirmando que podia aumentar, mas não queria». 

Com atitudes destas, «usa-se os pensionistas como arma eleitoral», mas, «de facto, o aumento das pensões e das reformas só não acontece, porque o Governo não quer».

Mereceram igualmente a crítica do dirigente comunista as tentativas do Governo de se apropriar de avanços aos quais tanto resistiu, quando o PCP os propôs com insistência.

«Se, durante os últimos cinco anos, as pensões de valor mais baixo foram aumentadas em 50 euros, isso é obra do PCP», frisou. Alertou, por outro lado, que nas declarações de PS e PSD sobre as pensões se oculta a intenção de condicionar a actualização do seu valor à evolução do crescimento económico no País.

«Na verdade, se o aumento das pensões dependesse do PS, nenhum dos aumentos de 10 euros teria acontecido nestes anos», concluiu Jerónimo de Sousa, esperando que «alguém se lembre de lhes perguntar o que pensam fazer em 2023 e em 2024 em matéria de pensões e reformas», ao que, «se a verdade falasse mais alto», teriam de responder: «aplicar a lei do congelamento como fizeram, sempre que estiveram sozinhos, uns e outros».