| O voto que não trai |
| 17 de Setembro de 2009 | |
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A manhã foi passada no concelho de Cascais que, ao contrário do que por vezes se pensa, é mais do que excelentes praias e luxuosos hotéis e casinos. Para lá da linha, existe uma Cascais que trabalha, que sofre, que passa dificuldades e que luta por um amanhã melhor. É a esta que a CDU se dirigiu, nas várias acções realizadas. Num almoço na praia de Carcavelos com dezenas de micro, pequenos e médios empresários (MPME) do concelho – entre os quais o presidente da Associação Empresarial do Concelho de Cascais, que manifestou o seu apoio à CDU – Jerónimo de Sousa acusou PS, PSD e PP de terem com estas empresas «amores de verão». O PP, por exemplo, nada dizia sobre o assunto no seu programa eleitoral para as eleições de Fevereiro de 2005. Agora, «todos falam», realçou, mas o que não dizem é como podem «estar bem com o Deus e com o Diabo», ou seja, com os micro, pequenos e médios empresários e ao mesmo tempo com o grande capital financeiro e os grupos económicos. Os mesmos que fizeram fortuna precisamente à custa das empresas de menor dimensão e das famílias, através do crédito ou do elevado preço dos combustíveis. O Orçamento de Estado, garantiu, não é elástico, e o dinheiro para apoiar as MPME terá de vir de algum lado... Para o Secretário-geral do PCP, esses mesmos partidos que tanto falam agora do apoio às pequenas empresas serem os mesmos que defenderam e aprovaram a nova lei do licenciamento das grandes superfícies comerciais e que pretendem alargar os horários de trabalho dos funcionários dessas superfícies. Como não basta falar e é necessário ter propostas coerentes com as palavras, Jerónimo de Sousa considerou ser impossível alterar a situação destes empresários mantendo intocável a política fiscal, como pretendem esses três partidos. A CDU defende a baixa do IRC para as empresas de menor dimensão e o agravamento deste imposto para aquelas que apresentem lucros superiores a 50 milhões de euros. Reafirmando a proposta de taxar as operações bolsistas, Jerónimo de Sousa ironizou com as afirmações de José Sócrates de que iria propor isso na reunião do Conselho Europeu, em Bruxelas: «vai propor lá fora o que recusa cá dentro. É na nossa casa que se começa.» Antes do Secretário-geral do PCP, Clementina Henriques, candidata pelo círculo de Lisboa e também ela empresária, lembrou que não é fácil encontrar fora das pequenas empresas trabalho com direitos nem gente com dezenas de anos de serviço. É preciso ter, nos centros de decisão, quem «nos oiça e nos defenda», afirmou, considerando que esses são os candidatos da CDU. Antes, a comitiva da CDU tinha percorrido as ruas da freguesia de Parede. Como no resto do País, Jerónimo de Sousa foi efusivamente saudado e distribuiu palavras de alento e confiança. Aqui e ali, alguns procuravam-no para desabafar. A ele e aos principais candidatos da coligação no concelho – Pedro Mendonça, à Câmara Municipal, e José Carlos Silva, à Assembleia Municipal. No final, intervindo na rua, junto ao mercado da freguesia, Jerónimo de Sousa lembrou que a CDU «não precisou de eleições para se identificar com todos aqueles que foram prejudicados pela política de direita». Mais votos e mais deputados da CDU, afirmou, servirão para «dar mais força a essas pessoas». Até porque a CDU é o «voto que não trai». |








