Num salão dos Bombeiros Voluntários da Amadora completamente cheio, Jerónimo de Sousa apelou às centenas de militantes presentes para serem criativos e encontrarem a melhor forma de conquistar mais votos para a CDU. Porque a coligação, afirmou, é a «força alternativa que tem propostas alternativas» à política que levou o País à situação em que se encontra. A força que «nos momentos mais difíceis, em que reinava a resignação e o desalento, esteve lá, ao lado dos trabalhadores e das populações».

Uma vez mais, com a aproximação das eleições, os «partidos do rotativismo» acusam-se um ao outro pela situação do País. Com a ajuda da comunicação social dominante, procuram semear dúvidas no eleitorado, para os levar a votar uma vez mais num ou noutro… Mas se o fizerem, alertou Jerónimo de Sousa, arrepender-se-ão imediatamente, pois um ou outro retomarão com toda a força a ofensiva que a luta obrigou a abrandar.

Chamando a atenção para as semelhanças das políticas praticadas por PS e PSD, o Secretário-geral do PCP exemplificou com o apoio do PS à reeleição de Durão Barroso como presidente da Comissão Europeia. «É português? Não chega, há que saber o que ele defende», realçou, adiantando em seguida: a Europa neoliberal, federalista e militarista, o Tratado de Lisboa. «Só faltou o copinho de champanhe e o “porreiro, pá…”»

 Jerónimo de Sousa apelou ainda aos presentes para desconfiarem das promessas do PS. Num cartaz, o PS vangloria-se de ter baixado o preço dos genéricos e mantido a comparticipação dos medicamentos de marca. Sucede que uma portaria publicada em Diário da República, denunciou, estipula que a partir de dia 1 de Outubro (quatro dias depois das eleições), essa comparticipação será reduzida. Como não são os utentes que prescrevem a medicação, adivinha-se quem irá pagar… «Não permitam que as pessoas caiam neste logro», pediu.

Realçando que a CDU está a crescer, Jerónimo de Sousa destacou os «sinais de preocupação» que começam a surgir com este crescimento. Mais uma vez as sondagens colocam a CDU a descer, como o fizeram para as eleições de 7 de Junho, e falaram. «As sondagens não votam, mas condicionam…»

Antes de Jerónimo de Sousa, Cláudia Madeira, dirigente do PEV e candidata às legislativas, lembrou que a CDU é a força que «trabalha com as pessoas e para elas», reafirmando a necessidade de defender os bens e serviços públicos, como a água. João Carixas, primeiro candidato da CDU à Câmara da Amadora, acusou o actual edil, Joaquim Raposo, de se «calar perante as injustiças», afirmando porém que o PS não conseguirá esconder a realidade com outdoors.

Antes de rumar à Amadora, Jerónimo de Sousa participou numa arruada em Lisboa, com largas centenas de apoiantes. A recepção voltou a ser calorosa e o Secretário-geral do PCP fez questão de falar a toda a gente e entrar em praticamente todos os estabelecimentos. Com palavras de alento, confiança e apoio. À luta que continua!