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Ponte Sor sem futuro

Todos os votos contam

O segundo dia da campanha da CDU terminou em Ponte Sor, concelho sem oportunidades para os mais jovens, fortemente afectado pelo flagelo do desemprego. Depois de uma recepção calorosa por parte da população que saiu à rua para receber os candidatos e activistas da CDU, teve lugar, junto da Estação de Autocarros, um pequeno comício, que contou com as intervenções de Luísa Araújo, cabeça de lista pelo distrito de Portalegre, Heloísa Apolónia, da Direcção Nacional do Partido Ecologista«Os Verdes», e Jerónimo de Sousa, Secretário-geral do PCP.

«Temos hoje connosco Jerónimo de Sousa e Heloísa Apolónia, dois destacados interventores da política nacional, na defesa dos interesses dos trabalhadores, do povo e do País», afirmou a candidata, dando conta que durante a pré-campanha a CDU contactou com «milhares de pessoas, em todos os concelhos do distrito», procurando informar e esclarecer sobre «aspectos concretos que têm a ver com a sua própria vida, com uma relação muito directa com a política nacional, que lhes trouxe consequências gravosas para a sua vida».
«Encontrámos preocupações e tristezas, esperanças no rosto e nas palavras. Identificámos, com eles, quais são os responsáveis por esta política, mas também demos a conhecer que o seu voto é responsável pela mudança que é necessária no País e no distrito de Portalegre», afirmou Luísa Araújo, lembrando que é necessário criar mais industrias, combater o desemprego e dizer «não» à redução do abono familiar a cerca de cinco mil crianças.
A cabeça de lista da CDU pelo distrito de Portalegre endereçou ainda uma palavra de solidariedade para com os mais idosos, que «recebem, em média, 80 por cento das reformas e pensões, comparativamente com o resto do País». «É preciso que sejam os eleitores a ter consciência de que é preciso dar mais força à CD, num distrito que apenas elege dois deputados, do PS e do PSD, que têm apoiado a política de direita, chumbando as propostas da CDU», destacou, terminando: «Todos os votos contam, por isso, vamos dar mais força à CDU».
Por seu lado, Jerónimo de Sousa exigiu uma correcção fiscal que permita à região raiana uma maior competitividade, nomeadamente com os mercados espanhóis. «A injustiça fiscal combate qualquer possibilidade de competitividade das nossas empresas, da nosso agricultura», denunciou o Secretário-geral do PCP, dando como exemplo o IVA dos alimentos, que em Portugal é de 6, 13 e 23 por cento e em Espanha vai de 4 a 8 por cento. «As empresas em Espanha têm mais apoios, têm combustíveis mais baixos, pagam menos impostos. Como é que uma empresa portuguesa pode competir neste quadro?», questionou.
Heloísa Apolónia acusou o governo de fazer uma «gestão danosa» do território nacional, e sendo Portalegre um exemplo dessa situação. «Um governo que desperdiça uma boa parte do seu território merece ser punido», referiu, apelando a toda a população para que não confie apenas «nas palavras que se dizem na campanha eleitoral», antes vejam «aquilo que se fez na Assembleia da República» e ai «darão razão à CDU». «Os grupos parlamentares do PCP e de “Os Verdes” foram os que mais trabalharam contra a interioridade do nosso País, contra as assimetrias regionais», informou.

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